setembro 26, 2007

Ficções Habitáveis


Às 3h da manhã estou com uma turma de amigos ao redor de uma mesa, vários cascos de cerveja no chão, copos cheios, risos, música, cigarros, quando ouço um som irritante de galinhas cantando insistindo em me avisar que está ficando tarde e temos poucas horas até o dia amanhecer.

O telefone toca às 10h da manhã, uma enorme dor de cabeça se manifesta, eu acho que o mundo tá acabando e é só uma amiga me convidando para ir me curar em um lugar que se parece mais com um “pedacinho do céu” que ela acabara de conhecer, cujo nome misturava palavras de língua inglesa e portuguesa. Lá iríamos passar o dia cercado de verde, ouvindo apenas o cantar dos pássaros, poder caminhar entre flores, comer verduras e legumes livres de agrotóxicos.

Entramos no carro e dentro de pouquíssimos minutos estávamos no tão sonhado “paraíso”, a única coisa que ela não havia me dito era que o céu continuaria acinzentado e se eu resolvesse olhar além do gigantesco muro que nos cercava veria não muito distante dali, grandes chaminés.

Aquele lugar me fez lembrar de umas casas enormes e sem cercas, todas com jardins muito bem cuidados onde uma vez eu vi famílias passeando com os cães nas praças rodeando suas fontes. Me lembro também que era tudo tão limpo e quieto naquele lugar que na ocasião não consegui deixar mais que o meu olhar penetrar naqueles espaços.

No fim do dia, eu já recuperada, resolvemos sair para jantar em um restaurante onde a comida tem “sabor da fazenda” e é exposta sobre fogões a lenha. Quando olhei ao redor, em alguns instantes, pensei estar em um daqueles casarões de fazendas de novela. Resolvi olhar quem era o responsável por aquelas delícias e fui até a cozinha, lá me deparei com fogões industriais e refrigeradores revestidos de inox.

Quando saí de lá, após caminhar sobre um piso brilhante comum em shoppings centers, entrei novamente no carro e fui pra um bar dançar ao som do DJ mais descolado do momento, cheio de pessoas moderninhas entorpecidas por drogas sintéticas.

Quando fui me deitar, a única coisa que pensava era em acordar no dia seguinte e conseguir descobrir onde, afinal de contas, eu estava.

DIAS CONFUSOS



Um dia desses, saindo do condomínio, um guri jogou uma bola na direção da minha Rural 64... Ainda bem que nada aconteceu, pois eu estava naqueles dias. Sem esperar muito, me aconteceu, novamente, (“Ai minha vixe Maria!”) outra coisa incrédula: um protótipo de uma fábrica de balões a gás cai exatamente em cima do meu paiol. O celular não parava de tocar e os bombeiros não chegavam. (“Ufa! Fogo apagado.”) Caí na cachoeira logo depois pra abrandar o calor e nem lembrei que o ipod estava no bolso.
(“kkkkk Nem é de rir, mas foi muito comédia”).... De novo eu minha Rural 64, pegamos a auto-estrada e fomos pro “parque urbano da rabada” para aliviar a tensão. Voltando de lá paramos em um stop-shop. Lá, conheci um senhor que não parava de fumar um charuto. Ele me contou: como era tão bom viver naquele lugar. Diz o velho que a rave da semana passada “bombou” e que até as vacas do seu pasto dançou ou som de chitaozinho e xororó. (“Pronto! Resolvi ficar e conhecer os tais animais.”) Descobri que o cara era caduco e as vacas e a forma carinhosa que ele chamava as filhas. “Coitado! nem o charuto ele fumava.” Estava apagado acredita?( O moço era doidão “d+”).... Bom. Segui meu caminho. Achei que estava no caminho certo, mas não, o cabeção do meu amigo no banco carona errou a estrada. Fui parar num lugar muito estranho que até parecia uma indústria, não. Não era uma indústria acho que era uma cidade ou era a fábrica de balões a gás. Porque tinha de um balão flutuante escrito GOODY. Nos aproximamos e.... de repente estava torcendo em um estádio para um time com nome estranho e um jogo que não conhecia. Não parava de olhar aquele balão. E lembrei que minha Rural 64 estava aberta.(“ Fui roubado!” ) Meu aparelho dentário desapareceu. Depois do acontecido “rachei fora”... desta vez na estrada certa, eu acho. _que esquilo é este aqui !? Meu amigo me perguntou. Ixi ! Ficamos com o esquilo que fazia um barulho estranho até parecia a lambreta do meu avó. Depois de um “Tur” em minha city, em fim cheguei ao meu lar urbano.
“Ah!Não sei só sei que foi assim!”

RURAL = RURAL

RURAL = URBANO

Os espaços rural e urbano não podem ser compreendidos separados um do outro, pois são realidades que não existiriam isoladamente, tais espaços se relacionam. As classes sociais é o iria diferenciar o rural do urbano durante o capitalismo industrial, assim, o rural referia-se ao velho, e o urbano ao novo, o progresso.

A base para o entendimento do rural está nas particularidades de sua economia.
O espaço rural brasileiro se torna, diferenciado, de acordo com o grau de urbanização do local.

URBANO = PARQUE

Um parque urbano é um tipo de espaço livre de edificações, normalmente caracterizado como espaço público, onde há abundância de vegetação, mas localizado dentro de uma região urbana. Indústrias e residências são proibidos, e comércio normalmente é restritos a quiosques e vendedores ambulantes. Um parque urbano está ligado a um conjunto de equipamentos públicos de caráter cultural, propiciando também lazer e recreação aos habitantes da cidade.

PARQUE = CAMPO

O campo passa a abrigar de forma expressiva as atividades do tipo não agrícolas.
A crescente urbanização das áreas rurais do país, fato que é observado há tempos nos países desenvolvidos, imprime um novo significado ao campo.

CAMPO = INDÚSTRIA

A produção agrícola tornou-se um setor da produção industrial, o que fez com que as áreas rurais ficassem submissas às exigências do capital urbano-industrial. O fenômeno urbano foi acionado pela expansão do capital industrial. A explosão do urbano determina o predomínio das manifestações da cidade sobre a não cidade.

INDÚSTRIA = CIDADE

A indústria fez a cidade explodir e desencadear o processo de urbanização intenso, com a incorporação das periferias mais ou menos distantes pelo tecido urbano. O crescimento das cidades, a industrialização da agricultura e o transbordamento do urbano nas áreas rurais, no século XX, sugerem que a transição entre os espaços rural e urbano deve ser entendida de acordo com a formulação do espaço continuo.

TURISMO = ESPORTE = RURAL

O "Ecoturismo" virou moda, porém sua importância como forte alternativa econômica é relativamente recente. O que diferencia Ecoturismo do turismo convencional ("clássico" ou de massa) é que seja considerado como um tipo de atividade responsável, cumprindo princípios básicos de desenvolvimento sustentável.

O “Novo Rural” se apresenta como uma alternativa de ocupação e renda para um grande número de pessoas que sofrem com o desemprego urbano, e mesmo para aqueles trabalhadores inseridos no mercado formal urbano que se encontram pouco dispostos a arcarem com os elevados custos de moradia e transporte presentes nas metrópoles.

Dessa forma, vale destacar que seria impossível chegar a uma definição do que seja rural e urbano, já que as diferentes realidades sócio-espaciais clamam por adequações apropriadas e específicas.

Seria o fim do rural?

EDITADO 01.11.07

“EU QUERO MEU PÂNTANO.”

16:00h, sexta-feira, 22 de setembro de 2007, comecei a sentir falta de ar, era um alerta do corpo que alguma "coisa terrível" estava para acontecer, um perigo que na realidade não existe. Tratava-se de mais uma crise da síndrome do pânico e a reação natural do organismo, é acionar os mecanismos de fuga.Como a crise é freqüente, para driblar o psicológico, percorri a cidade de moto por cerca de 50 minutos, neste dia entretanto, como a umidade do ar estava muito baixa, esta tática não foi suficiente. Foi então que descobri a causa da síndrome, a falta de ar é apenas sintoma (até então, eu achava que era a causa), é a cidade e tudo que a representa.
Visto que eu estava completamente fora de controle, fomos para a Fazenda Vai e Vem.
Tudo o que eu mais almejava era me desconectar da cidade.
Ao chegar na fazenda, meus nervos estavam controlados e o pânico dava lugar à paz.O casal que nos recebeu, eram muito simples, assim como a residência.Logo na entrada tinha um forno de barro, uma cozinha composta por um fogão a lenha, uma geladeira azul e uma mesa de madeira, havia um detalhe entretanto que desencadeou outra crise: um celular sob a prateleira.Para os meus neurotransmissores, aquilo significava cidade, que significava ausência de ar...
Respirei fundo...
Convenci a mim mesma que aquilo não era suficiente para me aterrorizar e fui para o quarto, quando passei pela salinha, tive o impacto maior: não tinha como me desconectar, lá estava o computador.Para não entrar em pânico, fui para a varanda, deitei na rede e segui o conselho de Clarice Lispector: ouvir estrelas...“Direis agora: "Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizes, quando não estão contigo?"E eu vos direi: Talvez, quando as cidades invadirem os campos, os campos as indústrias, as indústrias as cidades, os parques os campos, o turismo a cidade e não houver mais fronteiras, nem mais esconderijos, serão elas meu refúgio...
Mas enquanto converso com elas, vejo elementos que se diferem das demais, outra vez então, me falta o ar...
São satélites e aviões...
Há uma contaminação eminente entre os meios, não há como dissociá-los. Cada vez mais, os elementos inerentes ao urbano invade a área rural, quando esta invasão é para atender à uma demanda, justifica-se, quando é mais caricato do que funcional é importante lembrar, o que Adolfo Loos nos desperta em seu artigo Ornamento e crime, ele argumenta que o desejo dos arquitetos de focarem apenas na embalagem da arquitetura, impedia-os de criar um estilo coerente com a época, persistir no ornamento é apenas um desperdício de dinheiro, material e esforço humano.

[con]urbano



[ rural + urbano + parque + campo + indústria + cidade + turismo + esporte ] =
ruraL / URBANo


Vou retratar uma experiência que passei recentemente no interior capixaba próximo ao município de Domingos Martins-ES, em um perímetro rural dessa região chamado Pedra Azul, um local que possui uma vasta rede de hoteis e pousadas, que investem pesado no turismo ecológico afim de atrair um público que procura lazer rural, descanso e um contato direto com a natureza.
Estava eu em uma dessas pousadas, afim de aproveitar as vantagens que o turismo ecologico proporciona, com o intuito de desascelar o cotidiano em que vivo. Mas como sou refém da vida urbana, do cotidiano acelerado e do mundo digital, é comum levar para as viagens o meu inseparável notbook (vulgo Maquina Urbana), foi quando ao liga-lo apareceu uma mensagem que me perguntava o seguinte:

- Você deseja conectar-se a maquina a uma rede sem fios (wireless)?

- fiquei muito assustado nessa momento!!! mas claro que aceitei, pois sou refém do mundo digital onde tudo se resume a combinações binarias, e garanto que você que está lendo esse conto também aceitaria, ou melhor não resistiria a essa indecente proposta!!!
messenger / orkut / gmail / b&h e quem sabe talvez até fazer uma compra no Mercado livre, em pleno matagal, ja pensou nessa possibilidade?

Ficou espantado ou se alegrou com essa invasão do mundo digital no meio rural, para uns um encanto, para outros um desespero, eu vejo nessa troca uma revolução das redes e dispositivos interativos digitais, faz parte da evolução!

Está mais que claro a impossibilidade de separar o rural do urbano do parque do campo da indústria da cidade do turismo do esporte, pois ao mesmo tempo que a vida, o cotidiano, os meios de comunicação do mundo que se diz urbano invadem o território do meio rural, este também invade o território urbano através dos parques temáticos, dos pesque-pague, dos hotéis fazenda, do carro que vende garápa no centro da minha cidade, a mais tempo so tomava garápa na roça.
Está tudo misturado, nao sei mais onde é urbano, nem onde é rural, esta tudo convivendo em uma constante troca por ambas as partes, interface entre rural e urbano.

setembro 24, 2007

Turismo rural aliada à educação ambiental

Em meio a um cenário mundial tão cheio de problemas e conflitos, surge uma alternativa de refúgio, descanso, tranqüilidade e descontração: o turismo rural. Que visa atrair a população oprimida pelo caos urbano, oferecendo a integração com a natureza, de uma forma mais intensa, atrelada a serviços simples e personalizados. Porém, é preciso implantar uma conscientização ambiental tanto nos turistas, como na comunidade local e nos proprietários de sítios e fazendas rurais. Pois para viver de forma sustentável, não se deve tomar da natureza mais do que ela pode repor. Obedecer estes princípios significa adotar estilos de vida e caminhos para o desenvolvimento que respeitem os limites da natureza.


O turismo rural deve buscar satisfazer as necessidades do momento, sem comprometer a capacidade de atender as gerações futuras. Esta atividade turística necessita se promover de maneira responsável, atuando com sustentabilidade, visando a conservação do patrimônio natural e cultural, desenvolvendo atividades lucrativas que possam garantir a sua manutenção e a melhoria da vida das comunidades envolvidas.


Uma forma de promover as necessidades do ser humano e preservar ao mesmo tempo o meio ambiente é praticando a Educação Ambiental. A sociedade e natureza de fato interagem afetando-se mútua e equitativamente, porém, ambas vitalmente importantes; crescem ou desaparecem juntas. Os seres humanos não são vítimas, nem senhores da natureza, mas guardiões de algo que não se deve ser explorado irracionalmente, nem permanecer totalmente intocado. Compreender isso é necessário para promover as ações, invenções e organizações sociais que respeitem a viabilidade, estabilidade e produtividade, tanto da sociedade humana como dos sistemas naturais nas suas milhares de interações.


A Educação Ambiental exerce um papel fundamental na formação da consciência ecológica e deve abranger a população em todos os segmentos da sociedade, pois pequenas ações do cotidiano da população, até mesmo de grandes centros urbanos, influenciam e podem comprometer a qualidade ambiental. Esta consciência ecológica é construída a partir da informação e de questionamentos sobre os problemas ambientais, como a poluição da água e do ar, o desmatamento e extinção de espécies, o efeito estufa, a utilização de agrotóxicos e a produção excessiva de lixo pelas populações.


Existem hoje empresas de consultoria ambiental capacitadas para preparar desde pequenos proprietários rurais até empresas de pequeno a grande porte, promovendo ações, invenções e organizações sociais que respeitem a viabilidade, estabilidade e produtividade, tanto da sociedade humana como dos sistemas naturais nas suas milhares de interações.

setembro 15, 2007

TEMA 02 (postagem até 55/13/XX)

Apenas mais um dia qualquer

Hoje de madrugada acordei com a boca seca, nem a chuva fina que cai lá fora mata minha sede, nem as micro gotículas de orvalho na grama rala, nem mesmo as lagrimas salgadas que escorrem no meu rosto... são tantos graus... queria água gelada servida dentro do copo-de-leite que enfeita a minha mesa de jantar... são tantos degraus... estou com uma preguiça de contar meus passos até a geladeira... e nesse longo verão urbano, nesse calor que arrepia meu real desejo é estar mergulhado em um lago pantanoso, desses com a água verde, viscosa e densa, quero ficar quieto até os meus dedos enrugarem e toda a minha pele se desfazer... você me faz companhia? quem sabe nos satisfazemos com pequenos movimentos e gotas de suor... e entre os sonhos da insônia o dia amanhece para mais horas e horas e horas de sol a me banhar, com uma luz tão intensa que ultrapassa todo o meu corpo e anula a minha sombra comprida projetada no chão de asfalto fumegante...

setembro 14, 2007

TEMA 03 (postagem ate 27 de setembro)

RURAL = URBANO
URBANO = PARQUE
PARQUE = CAMPO
CAMPO = INDÚSTRIA
INDÚSTRIA = CIDADE
CIDADE = TURISMO
TURISMO = ESPORTE
ESPORTE = RURAL

setembro 13, 2007

Cotidianos

Apesar de já ter ouvido falar que nos EUA não se poupa na produção de lixo, gastos de energia e não se preocupam com o aquecimento global, eu me assustei com a dificuldade deles para mudar seus hábitos.Ode eu morava, estava incluso no aluguel gastos com água e energia, o que deixa livres os moradores de 2.400 apartamentos para fazer o que entenderem com os botões de ligar e desligar.
Lá as luzes dos corredores ficam sempre acesas, os eletrodomésticos são usados todos os dias, incluindo exaustores no banheiro e na cozinha, sem sequer a opção de ligá-los ou não, bastava acender a luz e eles já estavam ligados.Para lavar a roupa era normal fazer quatro viagens de elevador numa distância de dois andares e, se quisesse, poderia comprar uma Coca-Cola numa daquelas máquinas automáticas.Por falar em Coca-Cola, me lembrei das vezes em que fui comer em uma lanchonete da rede McDonald’s que ficava exatamente em frente ao meu quarto. Mesmo estando a uma distância mínima eu ia de carro e lá podia comer quanto catchup tivesse vontade, utilizando a quantidade de embalagens que eu julgasse necessário. Feito isso era só jogar tudo em um mesmo cesto de lixo.
Após seis meses nos EUA fui passar férias na Áustria, país que está entre os primeiros colocados na lista de consciência ambiental, e vi que tal posição não lhe é dada por acaso. Logo que desembarquei, pude notar que nas McDonald’s de lá não era tão fácil conseguir aquela enorme quantidade de embalagens. Após comer era só empilhar minha bandeja em uma prateleira que depois os funcionários se encarregavam de selecionar os resíduos e jogá-los em seus devidos cestos.Podia também transitar a pé ou de bicicleta para quase todos os lugares que eu fosse dentro da cidade onde estava hospedada. Às vezes em que precisei andar de carro chegaram a ser incômodas, tinha a impressão que a cidade não estava preparada pra aquele tipo de transporte.
Nas atividades corriqueiras era sempre possível notar algumas estratégias para barrar o aquecimento global como cozinhar sem altos gastos com energia, lavar louça sem desperdiçar água, discriminar o lixo de acordo com as regras da coleta seletiva, tomar banhos rápidos sem desperdiçar energia e ir ao supermercado produzindo o mínimo de lixo possível.
E são a partir dessas estratégias que se poderá pensar em maneiras para barrar os efeitos causados pelo fenômeno.

Como???

Como???

É simples...

+ árvores carros desmatamentos + reaproveitamento de pneus + pisos permeáveis poluição + chuva + energia limpa + combustíveis alternativos CO2 + sistema de drenagem + depósitos de água + planejamento erosão + plantio de culturas resistentes à seca + aquecedores solares + adaptações queimadas + reciclagem + urbanização + infra-estrutura + parques + tecnologia + consciência desperdício + criatividade + engenhosidade + inovação + qualidade de vida + respeito com a natureza lixo nos esgotos esgotos à céu aberto - roupas + novos materiais + animais + opções limites + transporte coletivo + bicicletas + ar puro indústrias rotina + sobrevivência + sonhos furacões custo + sustentabilidade ar condicionado celular + lazer stress interesse + planos + coletividade + grama + florestas

Essa receita não é tão simples quanto parece, mas o ingrediente principal é a consciência da população, saber que se não cuidarmos do que temos hoje, possivelmente nossos filhos, netos e bisnetos não terão a chance de usufriur da riqueza natural que possuímos e não soubemos cuidar da maneira correta.

Talvez o quadro seja irreversível, mas não custa cuidar para que ele seja modificado.

Ambientalistas percorrem todo o mundo disseminando sua política e conscientizando toda a população do papel de cada um, seja por manifestos em locais públicos, propagandas em televisão, jornais e revistas, mídias que atingem todos os níveis sociais. O nosso papel enquanto arquiteto é criar soluções criativas, sustentáveis, palpáveis e possíveis de serem construídas para que a população sobreviva mais confortavelmente em suas casas, na rua, em lojas, supermercados, parques, hospitais, hotéis e em seus locais de trabalho. Sem que haja necessidade de ficar “enfurnado” em uma sala com ar condicionado ligado todo o tempo, com seus ternos e roupas quentes, enfim, métodos que simplesmente tem a função de melhorar a qualidade de vida de toda população.

É possível???
É realmente simples???
O que será que vai acontecer???

Daqui uns anos (podem ser 10, 20, 50 ou 100) teremos a resposta.

“Contribuir para que a sociedade brasileira conserve a natureza, harmonizando a atividade humana com a conservação da biodiversidade e com o uso racional dos recursos naturais, para o benefício dos cidadãos de hoje e das futuras gerações.” [Missão do WWF-Brasil]

EDITADO 01.11.07



... [continuação]

Assim como a cidade “espacial”, a cidade aquário foi uma das diversas cidades projetada por causa do fenômeno de 2030. Essa soluciona as problemáticas dos locais aonde a temperatura chega ao extremo. Dizem que eram mais quentes que o Deserto do Atacama (deserto mais quente do mundo). Para solucionar o fator climático provocado pelo aquecimento global em algumas regiões e fazer com que as pessoas vivam em lugares mais agradáveis. Arquitetos, engenheiros, design estudaram diversas formar de implantação. Viram que a melhor seria a subterrânea, criaram então a Cidade Aquário.A fim de projetar esta, tais profissionais pesquisaram desde Túneis usados como esconderijos na guerra entre Estados Unidos e Afeganistão, cidades Históricas como por exemplo Ancara na Turquia os chamados refúgios subterrâneos que eram usados pelos primeiros cristãos para proteger-se das perseguições romanas ,o subterrâneos das grandes cidades como Tokyo, São Paulo,Nova York , etc e até mesmo os grandes aquários da Austrália, EUA, Japão e outros.Como descrever esta cidade... Bom, as moradias são pequenas porem aconchegantes. E composta por quartos cápsulas lembrando os antigos hotéis japoneses. Sala, copa e cozinha equipadas com aparelhos computadorizados.
A cidade é dividida por dois setores o “seco” e o “molhado”.
Peixes, tartarugas, lagostas, baleias, caranguejos, estrelas do mar, siris, camarões, ostras, tubarões, cavalos marinhos, lulas, polvos, focas, arraias, golfinhos, águas vivas, corais, algas, ouriços, conchas passam ser os novos vizinhos para os que moram na parte aquática.
Verde, Verde- claro, Verde- escuro, preto, vermelho, vermelho - claro, vermelho - escuro, cinza, marrom, marrom - claro, marrom – escuro, ferrugem, amarelo, amarelo - claro, amarelo - escuro, lilás, azul, azul - claro, azul – escuro, rosa, alaranjado, branco e roxo. A beleza das cores formada por diferentes camadas do solo são murais e/ou vizinhos para os moram na seca.
As ruas parecem até o velho e famoso calçadão da praia de Copacabana do Rio de Janeiro, só que colorido. Calçadas circundam por toda a cidade e se mistura à rua ,não dando para identificar o que é rua, o que e calçada . Estas passaram a ser corredores das lojas, supermercados, lanchonete ,etc.Aquário é um verdadeiro shopping: de cores, tecnologias e diversidades. Hoje além da Cidade das torres funciona também a cidade subterrânea que se interligam por meio de elevadores de alta velocidade. Parecendo um parque de diversões!

setembro 12, 2007

50°C

"O tsunami é uma onda gigante gerada por distúrbios sísmicos, que possui alto poder destrutivo quando chega à região costeira. Esta relacionado ao deslocamento do eixo de rotação da Terra provocado pelo aquecimento global do planeta."

"Os ecossistemas também sofrerão as conseqüências da mudança climática, e assim entre 15% e 40% das espécies vão ficar expostas à extinção, isto com apenas uma alta de 2% das temperaturas médias"


"Todo ano, áreas de 2.000 quilômetros quadrados se transformam em deserto devido à falta de chuvas."

"40% das árvores da Amazônia podem desaparecer antes do final do século, caso a temperatura suba de 2 a 3 graus."

"Prevê-se que os furacões sofreram aumento na velocidade dos ventos entre 5% e 10%, fator que, unido ao aumento das temperaturas dos mares, dobrarão os danos por catástrofes em países como os EUA."


"Haverá ondas freqüentes de calor parecidas às experimentadas há três anos na Europa, nas quais calcula-se que morreram 35 mil pessoas e as perdas agrícolas alcançaram US$ 15 bilhões."


A partir desta breve exposição, não é difícil concluir que o aquecimento global já está afetando nosso dia-a-dia .
Embora ainda não calculados, certamente os impactos econômicos já atingem o cidadão, o Governo e a iniciativa privada. Hoje já se gasta mais energia para manter a temperatura ambiente agradável que no tempo da infância de nossos avós. Isto só tende a piorar. Silenciosamente, os custos de vida tenderão a aumentar junto com a temperatura.
Foi preciso atingir economicamente para que as primeiras estratégias financeiras fossem pensadas. Obviamente, temendo encarar sua própria extinção, o homem começa a desenvolver técnicas que aumente sua expectativa de vida e que visem diretamente o setor financeiro do investidor. Atualmente o melhor mercado é o de energia renovável.
Assim surge o Protocolo de Kyoto que tem como objetivo buscar empresas interessadas no desenvolvimento de novas técnicas de energias renováveis como a biomassa, eólica, solar e outras. Estes empreendimentos poderão vender seus créditos de carbono ou receber um certificado de redução de emissão.
E são através de estratégias do mercado econômico que se encontra as brechas para que o arquiteto possa atuar, desenvolvendo técnicas e alternativas que se adequam a esse novo clima.
“Como construir cidades que se adaptem a esse novo, e longo, verão urbano?”.Essa temática situa-se em um contexto muito interessante, onde um bando de “quase arquitetos”, instigados por seus professores, refletem sobre a arquitetura e sua relação com o cotidiano, para a partir daí se disporem a desenvolver novas teorias.
Tendo em vista que a arquitetura e o urbanismo são atividades dificilmente descoláveis da violência que exercem sobre a natureza, não resisti...

Postado por Mãe-Terra:

No atual contexto de carestia energética, a que se somou o aquecimento do planeta, já não é possível fechar os olhos ante a degradação ambiental que o mundo industrial tem promovido.
A não ser que o grau de alienação tenha chegado a ponto de anestesiar a “dor” que ele tem causado a mim e a própria civilização.
Estou adoecendo. Tenho sentido muita febre, ora me derreto de calor, ora me encolho de frio, não acompanhando a seqüência das estações. Com tanta poluição, também sinto muita falta de ar. Já reclamei com as indústrias sobre essa fumaceira tóxica, mas foi inútil, só querem saber de produzir, para fazer a economia do país progredir. Isso sem falar na minha deplorável aparência estética, me aparecem alergias, que rasgam a minha camada superficial, criando fissuras por toda a minha crosta.
Quando exerço uma reação, vocês parecem preocupados, mas não percebem que elas são conseqüências dos seus próprios atos.
Já que falei em atos, meus amigos arquitetos, ardo em brasas vulcânicas, e parte disso ocorre, porque vocês me cobriram os poros, com mantos e mantos de concreto e asfalto, impossibilitando a transpiração. E agora se perguntam, como construirão cidades que se adaptem a essa nova realidade.
Alguns urbanistas, preocupados como aumento territorial descontrolado, propõem preencher os vazios urbanos e aumentar a densidade demográfica por hectare. Porém, além de apenas adiar, a ocupação dos poucos pêlos verdes que ainda me restam, essa atitude é questionada, uma vez que a densidade não permite a dissipação do calor armazenado entre os edifícios, aumentando os focos de aquecimento.
Tudo bem, eu sei, a cada dia nascem cerca de 365.682 pessoas.
Expandir é inevitável...
Mas se me depilarem toda, como vão sobreviver a esse novo, e longo, verão urbano?
Muitos de vocês estão bastante envolvidos com arquitetura sustentável. Construir causando menor impacto ambiental é uma atitude inteligente, porém, se a coisa for mais adiante, só nos restará um dilema: “Construir ou não construir? Porque, em última instância, a única arquitetura ecológica é a que não se constrói, e o único arquiteto 'verde' é aquele que renuncia a incrementar a entropia do planeta”¹.

¹-http://www.vivercidades.org.Br- É a economia, ecologistas! Luís Fernández Galiano

Existe solução?

No mundo hoje, muito se discuti sobre o caos no tempo, o tão chamado e proclamado aquecimento global, pois mudanças bruscas e contraditórias vêm acontecendo. Especialistas dizem que nas próximas décadas a temperatura mundial pode aumentar de 1,8° Celsius a 5° até no fim deste século, causando grandes fenômenos, como: o aumento da temperatura média dos oceanos, o derretimento de geleiras, causando invasão do mar em grandes cidades litorâneas e desertificação de muitas outras cidades, todas essas mudanças já acontecem em grande escala mundial. Portanto, saberá o homem viver nestas condições? Onde doenças, a falta de muitos vegetais (alimentos), desaparecimento de espécies e escassez de água serão em grande abundância.

Sabemos que o homem é um ser pensante, construtor de pensamentos, de idéias e possibilidades, capaz de solucionar grandes problemas e de se adaptar as condições existentes, pois as mudanças climáticas são irreversíveis, apesar de buscarem quase uma regressão da natureza. Não somos mais estagnados e sim seres evolutivos, como é feito no ramo da arquitetura, por exemplo, onde estão sendo feitas construções “bio” e “auto sustentáveis”, soluções estas mitigadoras, visando o menor impacto ambiental possível, e pensando também em soluções inovadoras que possibilitem o maior conforto do homem no espaço.

Vitruvius escreveu em “10 livros em arquitetura”, onde ele fala:

“Parece ser necessário desenvolver tipos de edificações de um jeito no Egito, de outra forma na Hispânia, ainda diferentemente em Pontus, bem como em Roma e assim por diante de acordo com as propriedades distintas de outras terras e regiões. Isto devido a que em uma parte do mundo a Terra é superaquecida pela ação do sol, enquanto em outra se situa bem distante dele, assim como em outra parte ela se situa em uma distância intermediária.”


Com as altas temperaturas caberão ao homem, as cidades subterrâneas, ou cidades com construções encravadas em rochas (como acontece em muitos países desérticos), onde o sol não é penetrante, pois ele aparece somente por meio de frestas ou rasgos na terra, portanto, as construções subterrâneas, camufladas do contato direto com o sol e mais perto de lençóis freáticos, proporcionarão lugares que possibilitará a maior confortabilidade. Porém, como assim está o mundo pelo caos hoje, amanhã, semana que vem, no próximo ano, tudo será a mesma coisa. Existe solução?




eu formiga e os negócios ambientais

um grupo de líderes do setor imobiliário, de meio ambiente e órgãos públicos e de pesquisa, o U.S. Green Building Council desenvolveu a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) para definir padrões de sustentabilidade em construções e planejamento urbano...

O fim do mundo pode ser antecipado. Então homens de boa vontade são convocados a adotar medidas para salvar-lo. Indústria do medo para reger os negócios ambientais.

O ser humano inventa, constrói, se adapta... e diante de um capitalismo mais sólido que o clima, preferimos negociar á diminuir a pressão sobre o meio ambiente. No momento em que a preservação da floresta e o reflorestamento geram uma quantidade pequena de recursos, nada melhor do que transformar resíduos poluentes em dinheiro.

O mercado mundial de crédito de carbono transforma o risco de um colapso ambiental em negócio. Agências de proteção ambiental reguladoras emitem certificados autorizando emissões de toneladas de dióxido de enxofre, monóxido de carbono e outros gases poluentes.

Há várias empresas especializadas no desenvolvimento de projetos que reduzem o nível de gás carbônico na atmosfera e na negociam certificados que conferem aos países desenvolvidos o direito de poluir. A brilhante lógica de vender cotas de carbono aos paises desenvolvidos que em geral emitem mais poluentes.

Talvez o maior problema seja idealizar uma natureza harmoniosa estabelecendo um suposto ponto de equilíbrio. Tentamos domestica-la criando a fantasia de que ela possa ser controlada. Ou então negamos o caos e resolvemos começar em uma página em branco. Construímos cidades sustentáveis... monumentais... edifícios ecológicos e parafernálias. E esta construção consome metade dos recursos não renováveis do mundo...
Penso que a cidade poderia ser mais tecido do que objeto... percursos e experiências... menos monumentos.

Então eu formiga faço as pequenas arquiteturas... movimento pequenas relações entre o homem e o meio. “Cavo buracos crio aberturas... faço terrenos vazios serem habitados”¹. As políticas econômicas com seus tentáculos que alcançam países e continentes se instalam... e movimentando apenas seus tentáculos criam gigantescas relações comerciais. Territórios que ainda não alcanço com pequenos passos de formiga.

Meu desejo é pequeno e gigantesco ao mesmo tempo... não pense que é adaptar... é contaminar. A melhor estratégia é dialogar com o mundo de outras coisas. Nada pode ser discutido dentro de círculos fechados.

Nota:

1. Referente a trabalhos no campo das artes.

http://pphp.uol.com.br/tropico/html/textos

http://www.maxambiental.com.br/video.htm




setembro 11, 2007

Incongruências

O calor beirava os 40 graus. Isso foi há muito tempo, 500 anos atrás, quando o Brasil, recém-descoberto, descobria também a moda. De um lado, as índias passeavam com seu corpo praticamente à mostra. Do outro, senhoras de fino trato desfilavam com seus pesadíssimos e acalorados vestidos europeus. O calor permanecia, a moda não. Muitos bordados, laços, enfeites de ouro, pedras encrustradas, saias largas recheadas por várias armações e as mangas fofinhas introduziam o estilo europeu no Brasil. Por muito tempo, a moda brasileira foi sendo influenciada pela Europa, ora destacando os seios , a cintura, os quadris e pouco a pouco os excessos das décadas anteriores foram sendo eliminados e os modelitos estrangeiros foram sendo adaptados ao nosso clima. A moda ficou mais discreta e o corpo novamente mais evidenciado, assim como fora estabelecido pelos nativos.
Entendemos desta maneira, que o corpo evidenciava uma necessidade, que a moda conseguiu suprir, outros segmentos entretanto, como a arquitetura, permeou um caminho inverso: das cavernas aos edifícios "supermega" blindados...
Em virtude do crescimento desenfreado dos centros urbanos, aumentou-se a violência e visando proteger-se dela, as edificações foram se fechando cada vez mais. O corpo, no entanto, não modificou suas necessidades térmicas por causa da violência, as necessidades não só permaneceram como também ampliou a cada ano.
O corpo denota uma carência, manter sua temperatura estável a 36° C e se a arquitetura não supri esta carência, outros elementos são incorporados à ela para fazê-lo, aumentando assim o uso indiscriminado de ventilações e iluminações artificiais, criando paisagens também artificiais e obviamente vivências artificiais.
Talvez isso explica porque a depressão é a doença do século...
Se a moda explicita uma necessidade do corpo e se ela consegue até certo ponto antender a essa necessidade, porque a arquitetura também não o pode fazer?
Casa para o Low: posto de gasolina.
Para que precisamos de paredes, quando nossa intimidade é completamente invadida no orkut?
O crescimento maciço de fechamentos, justificado pelos nossos medos, não é coerente, sequer suficiente. Por muito tempo, o olho da rua, foi muito eficaz , porque agora nos enclausuramos para nos proteger?
Incongruências...







setembro 06, 2007

Arquitetura bioclimática


Uso da Água
A reutilização ou reuso da água, o uso de águas residuárias, não é um conceito novo e tem sido praticado de variadas formas há muitos anos. A demanda crescente atualmente por água e por outro lado a escassez de recursos hídricos, tem feito do reuso planejado da água um tema atual e de suma importância. Neste sentido, deve-se considerar a reutilização da água como parte de uma atividade mais abrangente que é o uso racional ou eficiente da água, o qual compreende também o controle de perdas e desperdícios, e a minimização da produção de efluentes e do consumo deste bem esgotável. Essas práticas evitam a utilização de água potável onde esta não é necessária como por exemplo, na descarga de sanitários, irrigação de jardins e lavagem de pisos, equipamentos e carros. Esse tipo de uso promove uma redução no consumo da água tratada, com redução de gastos para a rede de tratamento, e para o consumidor.

A questão do conforto luminoso
A iluminação é responsável, normalmente, por 30 a 50% da carga elétrica total de uma edificação, representando um importante ponto de partida para o sucesso de qualquer programa de economia de energia.. A programação arquitetônica do projeto, nesse sentido desempenha um papel fundamental, tanto na busca de uma eficiência energética (com economia em energia elétrica que gera); quanto no aprimoramento de um recurso natural, que repercute na qualidade do projeto enquanto adaptado a uma característica local.

A utilização do telhado verde
Os telhados verdes são uma solução inovadora para gerenciar o problema de coleta de água de chuva, podendo, ao mesmo tempo, melhorar o desempenho térmico de edificações e qualidade do ar da ecologia urbana, tudo isto sem ocupar áreas adicionais.Os benefícios econômicos se resumem na proteção da impermeabilização da laje, resultando em uma vida útil mais longa (telhados verdes duram o dobro do que telhados convencionais), manutenção reduzida e economia em peças de reposição; economia nas contas de energia podendo atingir uma redução de 25% nas necessidades de refrigeração; potencial para reduzir o tamanho do equipamento de ar condicionado a ser instalado; e potencial para reduzir o tamanho dos sistemas de coleta de água pluvial, resultando em economia para órgãos públicos, no que tange a políticas de saneamento e bem estar social. Telhados verdes também retardam ganhos e perdas de calor.

eutopos (lugar perfeito)



A questão não é como construir cidades para se adaptar a este novo e longo verão urbano como o próprio tema cita, e sim como melhorar as condições nos grandes centros urbanos já existentes, para que possam servir como modelo para as futuras cidades que ainda surgirão.

Ultimamente há uma preocupação com a questão ambiental, e todos os setores não só a arquitetura, não só poderão como deverão contribuir para que haja uma melhoria no meio-ambiente (conforto térmico). Mas como fazer? Eis a questão! Pois a técnica e o uso de novos materiais já existem e são cada vez mais aplicados, porém antes disso é preciso pensar em como planejar.

Alguns já ouviram falar em ZEE - surge no bojo da necessidade de se preservar, melhorar e recuperar o meio ambiente, garantindo um desenvolvimento economicamente auto-sustentável. Esse instrumento vem a ser o Zoneamento Ecológico-Econômico. Trata-se de instrumento de gestão de um determinado território que estabelece normas para a localização espacial das atividades econômicas, tendo enfoque na preservação do ecossistema, assegurando o desenvolvimento sustentável. Procura compatibilizar os sistemas de produção em todos os níveis com o equilíbrio da natureza. Inicia com diagnóstico detalhado dos recursos naturais, da sócioeconomia e do marco jurídico-institucional.


Ação importante na região a ser zoneada é identificar suas efetivas vocações físicas, biológicas e antrópicas, acrescidas de acurado estudo de viabilidade econômica, em vista a promover somente aquilo que a região estiver apta a receber e executar. A elaboração de um ZEE deve ser um processo eminentemente participativo, contando com a contribuição não apenas do poder público, mas preponderantemente do setor privado e da sociedade civil organizada, por exemplo a transferência de população que vive em área de risco para uma outra área de risco-ambiental, afim de recuperar essa área degradada.

Falo em ZEE como meio planejador, para que esta ferramenta possa ser usada tanto para novas áreas a serem surgidas, e ainda mais para áreas já existentes e que tende a se degradar ainda mais, pois um dos fatores que aumenta ainda mais o aquecimento global além de carros, desmatamento e queimadas, são as próprias cidades que surgem no mesmo modelo das anteriores, e com a utilização do ZEE torna-se possível utilizar áreas degradadas, reconstituindo-a, ao invés de repetir o mesmo erro em uma área ainda nao degradada.

Através desse zoneamento, desse remanejo populacional e de um planejamento consciente, com certeza poderemos melhorar a qualidade de vida nas cidades, atingindo nao só questões sustentáveis mais também questões sociais.

De uma olhada nos parâmetros para a formulação do ZEE:

www.ambiente.sp.gov.br/ger_costeiro/tab_zonas.htm

Referências:

www.ibps.com.br/index.asp?idnoticia=2579
www.asselegis.org.br/zee.pdf
http://migas.wordpress.com/

IMAGEM: Ramon Fassarella

setembro 04, 2007

Arquitetura do Meio Ambiente


Sempre buscamos balancear as coisas. Grandes doses de açúcar faz mal, porém é um excelente energético. Beber destrói o fígado, mas alguns dizem que um pouco de vinho faz bem. Não existiria vida sem o sol, porém a vida em altas temperaturas é praticamente impossível. Mas temos habitantes nas mais diferentes situações no mundo, desde o extremo gelo da Antártida até o mais ardente deserto do Oriente Médio. O ser humano tem um grande poder de adaptação, encontramos solução para neve, água, frio e calor. Não tem nada de complicado, é simplesmente adaptação. Adaptação de veículos, roupas, gestos, linguagem, cidades. A relação sol e arquitetura sempre existiu. O beiral do telhado, as cortinas nas janelas, os terraços-jardins, as árvores em volta, isso tudo ocorre também na tentativa de reduzir a ação do ardor do sol em nossas cidades. A nova edição do Atlas Mundial, lançada ontem mesmo - 03 de Agosto de 2007 - já traz novos desenhos para algumas partes do mundo, vários rios foram alterados, pântanos como o da Mesopotâmia estão sendo realimentados pela água e estão mais verdes, porém alguns rios deixarão de alcançar o mar.
Nos últimos tempos muito se discute sobre "proteção do meio-ambiente", porém em contra-partida temos que nos proteger "contra" o meio-ambiente. Afinal, somos vítimas de terremotos, furações, ondas gigantes... Ah, mas isso é culpa do homem! É verdade, mas é inevitável, temos que avançar, temos que progredir. O interessante é que mesmo com tantas desafios, com tantas catástrofes, o ser humano consegue se adaptar, inventar, desenvolver novas técnicas conforme as necessidades. Fomos até pra lua! Conseguimos construir estações espaciais. Ora, técnicas de como morar em altas temperaturas irão evoluir na mesma proporção ou mais rápido do que o derretimento das geleiras.
Assim na arquitetura surgirão novos materiais, alguns já utilizados em outras áreas; a água deverá ser pensada como fator muito mais próximo ao projeto, muito além de simples piscinas, e sim utilizada no resfriamento de paredes, por exemplo; leis ambientais, principalmente voltadas às cidades deverão ser decretadas; fachadas com vegetação, grama plantada nas lajes, grandes aberturas, o asfalto terá que dar lugar a um pavimento permeável.
O arquiteto terá que entender muito mais de meio ambiente do que já entende; os cursos de Arquitetura e Urbanismo terão que ser repensados, e por que não serem transformados em Arquitetura do Meio Ambiente. Mas diante de todo esse novo cenário mundial, acredito que a Arquitetura tem feito seu papel, ou quase, por que pelo menos muito se fala em Arquitetura Sustentável, Bioclimática, Edifícios Verdes, Energias Alternativas; basta realmente aplicarmos o conhecimento e nos preparar para um pouquinho mais de calor.