outubro 31, 2007

Era uma casa...















"Era uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada. Ninguém podia entrar nela não, porque na casa não tinha chão. Ninguém podia dormir na rede, porque na casa não tinha parede. Ninguém podia fazer pipi, porque penico não tinha ali, mas era feita com pororó, era a casa de Vilaró". Cantiga infantil de Vinícius de Morais composta no Casapueblo¹, que começou com uma casinha simples de lata, que serviria de atelier ao pintor, escultor, arquiteto, cineasta, escritor e ceramista, Carlos Vilaró. "Escultura para viver" é como o próprio artista chama a sua obra, que começou como uma casa/atelier mas foi crescendo e interagindo com o penhasco rochoso de Punta Ballena, no Uruguai. O Casapueblo é uma construção em relevo, uma enorme estrutura orgânica onde os elementos arquitetônicos tradicionais tomam uma forma escultural. Não importa mais se ao observarmos a casa fazemos a leitura de porta e janela, essa obra arquitetônica transcende a funcionalidade de seus elementos e torna-se obra de arte. A arquitetura despoja-se do conceito de abrigo, habitar e ocupação, para incorporar o caráter monumental, um objeto de contemplação.
A arquitetura como cartão-postal, exclui em absoluto o usuário, ignora sua influência no meio em que vive, “...nada mais errôneo que a idéia de que a arquitetura e a cidade devem falar por si mesmas, sem a intromissão de seus moradores. Retirar a figura humana da fotografia de arquitetura é retirar a alma da cidade e da própria arquitetura, é ver nelas somente a beleza e o caráter objetivo.”
Os modernistas também objetivavam esterilizar as cidades, a arquitetura, projetaram espaços inóspitos que não estabelecem relação com o entorno nem com os indivíduos. Propunha-se espaços- escultura, arquiteturas diferenciadas e atraentes, tanto quanto ou até mais do que algumas obras de arte expostas em seu interior. Ignorava-se as contribuições individuais que cada pessoa adere ao lugar, pois são as apropriações que definem e conceituam muito mais do que é capaz o dicionário, portanto, é ingenuidade dos arquitetos pensarem que são capazes de normatizar os espaços e os elementos arquitetônicos que compõem a obra, é possível talvez induzirem, mas não determinarem.

Vende-se, aluga-se ou troca-se.

Apartamentos, quartos e Kitnets do jeito que você procura em todas as localidades...


Edifício Residencial - Ipanema, RJ.
Edifício de apartamentos bem divididos projetado pela arquiteta com Claudia Faria em terreno plano de área reduzida - 290m², e bastante estreito - 12m, possui varanda com janela e vista privilegiada. Situado em zona densa e muito valorizada.

Veja foto:

Ap

e ligue: 21- 258965970


Edifício Praia Linda – Jacaraípe, Es.
Apartamento pequeno, porém aconchegante possui 2 quartos sendo um com varanda (porta/janela) de frente para o mar , sala, cozinha, banheiro e uma excelente área de serviço. Aceito proposta.
Veja foto:

Ap Jacaraipe

e ligue: 27-3277540841

Quarto mobiliado para estudantes - Salvador, BA.
O quarto para maiores de 20 anos de idade podendo ser fumante ou não, possui uma pequena varanda com janela de vidro, cama de casal com colchão de mola, frigobar, guarda-roupa com 4 repartições ,banheiro coletivo ao lado.
Veja foto :

Quarto mobiliado

e ligue: 71- 8801429091

Kitnete – Recife, PE.
Kitnete com quarto, sala, cozinha, WC social, Sacada aconchegante e garagem. localizado na Praia de Piedade.
Veja foto:

Kitnete Recife

e ligue: 71- 8801429091

Edifício OGS-Champagnat, Curitiba.
Apartamento de 3 quartos, sendo 1 suíte, 1 banheiro social, sala ampla para 2 ambientes , sacada com porta pivotantes e saída de emergência independente ,cozinha, churrasqueira, salão de festas, piscina, quadra de esportes, parquinho, duas vagas de garagem de fácil acesso. òtima localização, com farmácias, mercados, panificadoras, bancos, lojas e restaurantes.
Veja foto :

Ap Curitiba

e ligue: 41-885540841



Edifício Rosário – Varginha, MG.
Condomínio novo, no Centro. 1º andar com Varanda com porta de vidro para um dos 4 quartos, sala, copa ,cozinha, DCE, tábua corrida, à Rua Doutor Eufrásio Rodrigues, 488. Últimas unidades.
Veja foto:

Ap 1° andar

e ligue: 35 -3821-15300


Quarto para Mulheres Jardim, SP.
Moro em um apartamento grande, com quatro quartos, mas como moro com minha filha, gostaria de alugar um dos quartos que tenho disponível, para mulheres. Ele esta em excelente localização no Ap e é composto por cama, guarda – roupa, mini escritório, varanda com porta_ e é arejado! Edifício fica próximo ao supermercado, mac Donald, praia e ponto de ônibus pra todos os pontos da cidade. Sou uma pessoa divertida e comunicativa e procuro uma pessoa feliz que esteja empenhada em conhecer pessoas e que queiram dividir um apartamento. O quarto já está disponível desde já! Preço a combinar.
Veja foto:

Quarto para mulheres

e ligue: 11- 9901567000

Kitnete-Maranhão, MA.
Kitnete: Arejada e bem iluminada por possuir uma sacadinha envidraçada, pintura nova e bem despojada, subdivisões para dois cômodos, espaço destinado à cozinha, um banheiro, totalizando uma área de 35 m².
Veja foto :

Kitnete Maranhão

e ligue: 98- 8801777000


“...”

o momento é aquele que transforma o estado das coisas... tudo tende a se desfazer refazer multiplicar somar subtrair como objetos em ebulição... inventamos desviando o objeto do imediato... conveniências... técnicas que ditam como se deve fazer para conter o líquido se temos milhares de utencilios... colher xícara pote panela caixa jarro garrafa prato bacia lata... para cada um existe o momento... o mais eficiente para cada uso... mesmo os copos de plástico que foram transformados em conchas fônicas... ganharam um fio condutor que ontem era apenas barbante usado para amarrar as flores que enfeitavam os “jarrocoposfônicos” sobre a mesa pequena... que costumamos chamar de mesa de centro porque fica no centro de uma sala de estar onde nunca estamos... feita de restos de madeira de um antigo guarda roupa que nunca guardou roupa mas guardou livros... aqueles que a gente compra mas nunca lê... ai se tornam peso de papel ou excelentes niveladores de “cadeiraescada”... fundamentais para subir quando precisamos trocar lâmpadas ou organizar prateleiras cheias de objetos que pouco usamos mas acumulamos por imaginar possibilidades... como pote de azeitona transformado em aquário... caixas de fósforos em gavetas... latas de biscoito em porta jóias... espuma em travesseiros... guarda-chuvas em pára-quedas... para diminuir a velocidade da queda dos corpos ou protege-los da chuva... água em gotas que cai das núvens... que se parecem com a fumaça mas são feitas de outras coisas e vem de outro lugar... podem ser sólidas, líquidas ou mista mas a forma depende do vento... véu carneirinhos couve-flor algodão...“tudo têm peso massa volume tamanho tempo forma cor posição textura duração densidade cheiro valor consistência pro-fundi-dade contorno temperatura função aparência preço destino idade sentido... as coisas não têm paz”¹... Antunes se esqueceu do nome... existe a estranha ligação de uma palavra com um objeto... imprimimos nomes e funções a eles... depois tiramos as etiquetas e o manual de instruções... e algumas vezes trocamos os nomes porque as coisas nunca estão finalizadas... prolongamos quando desdobramos os gestos... quando construimos a relação... mesmo quando damos nomes ou embutimos significados...



1_ obra de Arnaldo Antunes in "as coisas" Ed. Iluminuras 1993

outubro 28, 2007

Rever a arquitetura


Nosso, meu, seu, do outro, de todos, branco, preto, amarelo, vermelho, quente, frio, novo, velho, bonito, feio, triste, alegre, calmo, agitado, aberto, fechado, confinado, liberto, desmesurado, vazio, habitado, leve, pesado, real ou imaginado. Espaço é necessidade, é desejo, é memória, é tempo, é ser.


Não é preciso muito para que as coisas mais simples se transformem em uma espécie de estrutura que dá suporte á vida cotidiana. As pessoas se apropriam do espaço da melhor forma em cada situação, e frequentemente, as coisas a sua volta, sem intencionalidade, oferecem provisoriamente ou não, oportunidades inimagináveis.
Por mais que muitos objetos se apresentem exclusivamente para um objetivo específico, por mais que uma cadeira pareça ser inadequada para outros usos que vão além do sentar, sempre haverá um outro olhar.
O arquiteto precisa em primeiro lugar, abandonar o pensamento ingênuo, de que existe um controle. Entender que o espaço é formado muito mais por acontecimentos do que por formas acabadas e agir sobre essas situações de instabilidade, criando espaços, que deixem brechas a outros tipos de apropriação. Permitir a construção da individualidade, através de ambientes adequados, que estimulem ações, pensamentos e sentimentos.
O espaço não se constitui apenas por uma forma, ele é um conjunto de subjetividades múltiplas, onde o homem se apropria e atribui valores. Ou seja, é incorporação das necessidades e desejos do usuário, resultado de experiências humanas registradas em sua memória e do lugar onde intervém.
Afeições só são desenvolvidas pelas coisas com as quais verdadeiramente nos identificamos, coisas sobre as quais podemos deixar as nossas marcas, projetar nossa própria identidade, só a elas investimos cuidado e dedicação, fazendo com que se tornem parte de nós mesmos.
Se o nosso cotidiano é formado através do habito de apropriação dos objetos e consequentemente espaços, aceitar a imagem pela imagem, significa não experimentar. Na arquitetura o que vemos, só vale se vivemos, experimentamos, criamos outros usos jamais imaginados, desse modo, seria insuficiente dizer, que o que vejo é somente uma escada, uma porta ou uma janela. Seria demonstrar uma indiferença quanto ao que está implícito, tácito, sua aura por detrás das aparências, contentar apenas, com o que é evidentemente visível.

outubro 24, 2007

Apenas uma questão de interpretação.

Apesar de lidar diretamente com limites e definições, a arquitetura não é capaz de restringir os usos que serão atribuídos pelos que a vivenciam.
Os limites e funções na arquitetura estão cada vez mais diluídos.
Embora a princípio, porta, janela e escada pretendem possibilitar acesso , estes elementos são recriados e desta maneira, ampliam suas funções.
Vivenciar o espaço é uma questão de interpretação. Para a moça feia , debruçada na janela, de Chico Buarque , a janela é seu momento de glória, pois pensava que a banda tocava pra ela.Para a vizinha futriqueira, a janela é a tela de uma TV... O noticiário da vida alheia.
Para o ladrão, é o caminho mais fácil para esquivar-se.
Já a porta, é um dos elementos mais antigos e fundamentais da estrutura espacial, ela assume funções de barreira, assegura funções de junção ou disjunção entre os espaços para difundi-los ou diferenciá-los. Para a psicologia, a porta é plena de significação, abrí-la ou fechá-la significa, ainda, ter liberdade, tanto no sentido físico, quanto psíquico. Fechar ou abrir uma porta requer uma decisão e para a psicologia, significa o indivíduo tomar parte na disposição de seu ambiente. A partir desta ação, o indivíduo exerce uma participação sobre o seu meio, “a porta possibilita ao homem exercer a condição de sujeito de sua própria existência”. Assim sendo, a porta pode ser considerada uma estrutura espacial rica- rica em si mesma e pela relação que ela propõe.
A escada, a muito deixou de ser apenas um elemento que nos eleva, tornou-se ponto de encontro para conversas para os alunos da arquitetura no Campus do Unileste, tornou-se cama para mendigos, bancos para os que não estão com pressa. Na escadaria da igreja lá na minha cidade, uns sentam até pra fumar um “baseado” e outros namoram sem medo de serem castigados, como nossos pais pensavam outrora.
É evidente, que a definição do espaço é apenas uma questão de interpretação. Se é porta, escada ou janela, isso é completamente questionável, porque são os usos que elas recebem que definem sua designação, muito mais do que forma, o que qualifica um elemento ou espaço, são suas apropriações.

Usu[ario]



Na arquitetura é comum a pre-existência de definições e funcionalidades dos elementos que à constituem, por exemplo "porta, janela, escada ... ", para tudo existe uma função que muitas vezes difere do uso.

Porta é geralmente entendida como uma abertura em um elemento de vedação arquitetônica, como uma parede, permitindo a passagem de pessoas de um ambiente para outro.
As portas podem ser construídas de materiais diversos, embora a madeira (especialmente a compensada) seja o material mais popular. Outros materiais incluem o alumínio, o aço, o ferro e o PVC.
De acordo com seu desenho, as portas podem ser classificadas como as seguintes:
-Porta de uma folha.
-Porta de correr.
-Porta-balcão.
-Porta-deslizante.
-Porta de barro

Janela é uma abertura em um elemento de vedação arquitetônica, como uma parede. Ela possibilita a ventilação e insolação dos ambientes internos.
A palavra assumiu diversos significados devido a esta acepção, em geral relacionando-a com a idéia de vazio. Por remeter ao exterior, pode ser considerada como ângulo de visão, pois permite a entrada de elementos como luz e ar, mas também possibilita a extensão do olhar como um indivíduo que não participa da ação observada.

Escada é uma construção constituida por uma série de degraus, que se vencem andando, destinadas a ligar locais com diferenças de nível .
O degrau é composto do passo e do eretor, ou melhor piso e espelho.
- passo, cobertor ou piso - a lámina horizontal do degrau que é pisada. O comprimento do passo é medido desde a margem externa do degrau ao "eretor" vertical entre degraus.
eretor ou espelho - A porção vertical do degrau entre degraus. Este pode estar ausente para um efeito de escada "aberta".

Esses significados são apenas definições e funções primárias desses elementos aquitetônicos, porém o seu uso depende exclusivamente de quem for utilizar.

Exemplo simples que ocorreu na semana integrada, quando precisei de queimar um filtro de ar para fazer um luminária, usando a "lixeira pre-moldada", que já serviu de churrasqueira e que agora virou incinerador.
O uso está diretamente ligado à necessidade de cada usuário implicita numa ação (gesto), gerando a função num dado momento.



FOTO : Ramon Fassarella

Referência: http://pt.wikipedia.org/wiki/Porta
http://pt.wikipedia.org/wiki/Janela
http://pt.wikipedia.org/wiki/Escada

Janela bay-window, oriel-window, bow-window, sanfonada ou camarão, basculante ou gelosia, janela de máximo-ar ou projetante, veneziana, de correr, janela irreversível, guilhotina, de abrir, de tombar, janela vitrôs, vidro-fixo, janela pivotante, janela do céu, janela da alma, janela secreta, janela imunológica, janela padrão, janela indiscreta, janela digital, escada de bombeiros, caracol ou espiral, de corda, de ferradura, escada de mão, de parafuso, rolante, marinheiro, podem ser retas, curvas, escada do tempo, escada da vida, escada telescópica, escada portátil, escada portão, porta de abrir, de correr, vai vem, porta-balcão, porta deslizante, porta de barro, de enrolar, articuladas camarão ou sanfonada, porta romana, porta de saída, pivotantes, basculante, giratórias, com aberturas animadas ou não, podem ser funcional e simples, abrindo para dentro em uma ou duas folhas, porta paralela, porta de aço, de madeira, porta-treco, porta jóias, porta retrato, porta preservativos, porta CD’s, porta luvas, porta malas, porta-voz, porta sabonete, porta recados, porta pratos, porta celular, porta copos, porta níquel, porta lápis...



Uma palavra pode derivar outras, ou serem homônimas (palavras que apresentam a mesma pronúncia ou grafia, mas significados diferentes), assim como o ato de fruição do observador, está para o espaço, para o objeto, para a obra de arte... Tudo está ligado à interpretação, ou seja, a bagagem que ele tem e a forma que ele vai receber variam de pessoa pra pessoa.

A constante metamorfose das coisas (objetos, espaços, obra de arte...), que no mundo se vive, muitas vezes está ligada às questões ambientais, pois muitas delas, ao invés de serem jogadas no lixo, viram reciclagem, mas outras estão voltadas para o questionamento, fazendo com que as pessoas possam reagir e observar as coisas de um modo diferente, assim como Marcel Duchamp, ao colocar um mictório e uma roda de bicicleta sobre um banco teve uma atitude provocativa, buscando modos de expressão, mudando o pensamento normativo das pessoas, modificando a relação simbólica com a natureza e com o crescente distanciamento entre o homem e o mundo natural levando-as a obter uma forma de visão do objeto diferente do real, diferente do objeto pelo objeto, para começar a perceber o que está além daquilo. Portanto, tudo é questão de interpretação.



Puxadinho

TRANSFUNCIONALIDADE OU NECESSIDADE?

Talvez o dinheiro não dirija o mundo, mas a necessidade sim. Independente do nível social do ser humano, cada um possui suas necessidades à medida que ele evolui e que o mundo ao seu redor evolui. E esse arranjo conforma a cidade, muito distante de projetos arquitetônicos.

O favelado “sobrevive” fazendo puxadinhos. Puxadinho de dinheiro, de tempo, de segurança, de comida, de moradia. O puxadinho (ou gato) da energia pública permite com que ele tenha geladeira, apenas para conservar água gelada, pois o dinheiro para comprar aquela coca-cola teve que ser usado para pagar o remédio do filho do meio. Teve que pedir permissão ao vizinho para apoiar uma laje em uma de suas vigas, afinal a família aumentou, os tri-gêmeos estão vindo.

Já o peão não, ele é assalariado, tem até quinzenal, além da participação dos lucros da empresa. Este sim, pode até pagar um arquiteto, mas prefere “reduzir este gasto”. E lá vai ele, fazendo sapatas e mais sapatas, afinal sua grana dá para fazer sua casa e estruturá-la para as gerações futuras, um andar para cada filho. Mas no meio do projeto, o dinheiro acaba e os sonhos mudam de rumo, pois carro é prioridade, quanto mais novo melhor. E a casa, que já está no terceiro pavimento teve que ser interrompida, e o cinza do cimento ou o vermelho dos tijolos, conformam estes bairros, que muitas vezes foram construídos pela empresa e “repassados” para os trabalhadores.

O rico já é mais prudente. Mover a casinha do cachorro sem consultar um arquiteto é pecado. E o negócio é combinar. Aquele sofá verde-musgo cairá perfeitamente naquela sala onde a parede roxo-defunto serve de fundo para as fotos da viagem à Estambul.

Os políticos...

Mas e os arquitetos, dizem por aí que a maioria não tem nem casa própria. Oh raça esquisita! Dizem que preferem gastar dinheiro com viagem, conhecer outros lugares, cidades, arquiteturas diversas. E o “sonho da casa própria” fica só no projeto, projeto que não pára de ser alterado; talvez aí que está o problema, não conseguir chegar a uma conclusão do que construir. E o puxadinho aqui também fica no papel, claro, e olha que para aumentar o puxadinho é só alterar a escala, ou pedir o cara do xérox para aumentar a porcentagem do zoom.

E assim vai o mundo, com seus puxadores e puxadinhos, fazendo com que os urbanistas se cansem de discutir e desenhar sobre os famosos e implacáveis planos diretores. Ah, mas se esses urbanistas soubessem que tem muita gente fazendo puxadinho...

Cidade do Sexo: derrubando tabus ou domesticando o sexo?

A pouco li (apesar de ser um artigo antigo) a respeito de um projeto de intervenção arquitetônica que vem suscitando discussões na cidade do Rio de Janeiro: Cidade do Sexo. Trata-se de um trabalho de final de curso apresentado por um estudante (Igor Vetyemy) da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ que projeta a construção de um complexo ao longo da Avenida Princesa Isabel, em Copacabana, famosa por suas boites noturnas, e parte do morro da Babilônia (quem ainda não viu o Filme Tropa de Elite??)

O projeto prevê centros médicos, um museu, uma área de comércio, um centro de estudos e pesquisa, entretenimento e cápsulas do sexo – espécies de camas fechadas onde pessoas poderiam pagar um pequeno preço para praticar atividades sexuais.

Tenho minhas dúvidas de até onde seria benéfico para a população uma intervenção neste sentido. O que traria de útil uma coisa dessas?? E como fica a sociedade com princípios morais??

Segundo Paulo Canella Professor-titular de ginecologia da UFRJ e chefe do ambulatório de sexologia do Instituto de Ginecologia da UFRJ: "Do ponto de vista da saúde, a implantação não tem sentido nenhum. Há um propósito turístico, que desperta a curiosidade. É importante que haja um centro clínico, mas dentro da área de psicologia e medicina, por exemplo. Muitos precisam de ajuda nesse assunto, mas me estranharia que houvesse procura por esses centros, porque normalmente a pessoa quer manter a consulta em segredo e procura uma clínica especializada. E da mesma forma, aquelas que necessitarem de informações ou esclarecimentos, que deveriam vir da família, escola e universidade, não procurariam no centro. Por isso que parece na prática, uma forma de fazer alarde para atrair turistas, mesmo que sejam previstos também ambulatórios e clínicas."

Apesar de, no aspecto erótico, ter sua validade, me soa esquisito. Mesmo não aprovando à primeira vista, só saberemos a amplitude da repercussão do projeto com a implantação do centro, enfim, pode ser que dê certo.

A maioria das exibições sexuais tem o interesse em atrair para as atividades puramente eróticas, e estas são as que mais trazem riscos à saúde. Gastar dinheiro com a construção da cidade do sexo só vale a pena pelo interesse turístico, segundo o estudante e isto diante das suas pesquisas, mas olhando também por outro lado, não seria dar margem para mais furtos, crimes e estarmos também expondo mais os turistas???. Acredito que a oficialização desse erotismo traz mais riscos do que benefícios.

outubro 04, 2007

Cidade + Favela +Tour


Cidade ...Complexo demográfico formado, social e economicamente, por uma importante concentração populacional não agrícola, i. e, dedicada a atividades de caráter mercantil, industrial, financeiro e cultural; urbe. Favela..... Conjunto de habitações populares toscamente construídas (por via de regra em morro) e desprovidas de recursos higiênicos.Tour........ Viagens, circuito, roteiro.A peculiaridade de cada cidade se transforma em um potencial turístico. No Rio de Janeiro, a favela se tornou uma das atrações convencionais da cidade e seu público alvo são os gringos. Nos morros existem agências alternativas como a Jeep Tour que transformam os passeios em verdadeiros safáris, encarregando-se de todo o roteiro e transporte. Roteiros: Favela da rocinha + Floresta da Tijuca / Floresta da Tijuca + Santa Teresa / Corcovado + Santa Teresa + Floresta da Tijuca + Favela da Rocinha. Por outro lado o "favelatour" auxilia aos moradores e comerciantes dos morros cariocas a complementarem a renda, através da venda de produtos (artesanato, blusas e outros). O turismo é uma alternativa econômica lucrativa e também um agente de transformação social, além de criar um intercâmbio cultural.
Muito mais do que um intercâmbio, este turismo gera esbarros, integrações, contaminações, não apenas no âmbito do seu território, as favelas " transbordam os terrenos que elas ocupam"¹, mas também nas diversas relações que os moradores da favela estabelecem com o restante da cidade. Na escola de samba, por exemplo, não há segregação social, a contaminação é inevitável, a mistura cultural é eminente, evidenciando claramente o conceito de comunidade, onde grupos de organismos independentes partilham o mesmo meio ambiente e interagem. Há outras maneiras de ampliar esta aproximação, que o acesso pelo jeep tour não possibilita, de moto, táxi ou à pé, diminui-se o estranhamento entre gringos e bichos (moradores). O percurso é muito importante nesse momento, é onde conseguimos vivenciar realmente o espaço, possibilitando uma experiência espacial e sensorial que se difere da cidade formal, que é marcada por referências e por configurações pré-estabelecidas. Acredito no turismo como um instrumento que aproxima e integra valores, gerando diversidade cultural e não em expedições que se transformam em safáris, ampliando ainda mais a segregação social.

TEMA 04 (postagens ate 25/10)


FONTE: pinker.wjh.harvard.edu
janela, porta ou escada?

Mapeamento Psicogeográfico


1974 – 1 casal + 6 filhos + 1 caminhonete + 1 mudança + 1 estrada + 1 cidade + 1 bairro + 1 rua + 1 terra + 1 córrego

1975 – 1 casal + 6 filhos + 1 caminhonete + 1 casa + 1 fogão à lenha + 1 tanque + 1 rádio + 1 pomar + 5 galinhas + 1 cachorro + 2 porcos + alguns pássaros + 1 córrego + 1 muro + 1 rua + 1bairro + 1 cidade + 1 escola + 1 mercado

1983 – 2 casais + 6 filhos + 1 nora + dois carros + 2 casas + 2 fogões à lenha + 2 tanques + 1 rádio + 1 TVs + 1 pomar + 10 galinhas + 1 cachorro + 2 porcos + alguns pássaros + 1 córrego + 1 muro + 1 rua + 1bairro + 1 cidade + 1 escola + 1 mercado + 1 emprego + 1 padaria + 1 banco

1988 – 3 casais + 6 filhos + 2 noras + 3 netos + 3 carros + 3 casas + 1 fogão à lenha + 2 fogões à gás + 3 tanques + 1 rádio + 2 TVs + 1 pomar + 1 horta + 10 galinhas + 1 cachorro + alguns pássaros + 1 córrego + 1 muro + 1 rua + 1bairro + 1 cidade + 1 escola + 1 mercado + 2 empregos + 1 padaria + 1 banco + 1 farmácia + 1 hospital

1992 - 3 casais + 5 filhos + 2 noras + 4 netos + 3 carros + 3 casas + 1 fogão à lenha + 2 fogões à gás + 3 tanques + 1 rádio + 2 TVs + 1 pomar + 1 horta + 10 galinhas + 1 cachorro + alguns pássaros + 1 muro + 1 filho + 1 nora + 1 rua + 1bairro + 1 cidade + 1 escola + 1 mercado + 2 empregos + 1 padaria + 1 banco + 1 farmácia + 1 hospital

1994 - 4 casais + 5 filhos + 2 noras + 1 genro + 6 netos + 3 carros + 4 casas + 1 fogão à lenha + 3 fogões à gás + 4 tanques + 1 máquina de lavar roupas + 1 rádio + 4 TV’s + 1 video cassete + 1 pomar + 1 horta + 10 galinhas + 2 cachorros + alguns pássaros + 1 piscina + 1 muro + 1 filho + 1 nora + 1 rua + 1 bairro + 1 cidade + 1 escola + 1 mercado + 3 empregos + 1 padaria + 1 banco + 1 farmácia + 1 hospital + 1 buteco + 1 praça

1995 - 5 casais + 5 filhos + 3 noras + 1 genro + 7 netos + 3 carros + 5 casas + 1 fogão à lenha + 5 fogões à gás + 5 tanques + 3 máquinas de lavar roupas + 1 rádio + 5 TV’s + 3 videos cassete + 1 CD’s player + 1 pomar + 1 horta + 10 galinhas + 2 cachorros + alguns pássaros + 1 piscina + 1 muro + 1 filho + 1 nora + 1 rua + 1 bairro + 1 cidade + 2 escolas + 1 mercado + 6 empregos + 1 padaria + 1 banco + 1 farmácia + 1 hospital + 1 buteco + 1 praça

1998 - 5 casais + 5 filhos + 2 noras + 2 genros + 10 netos + 5 carros + 6 casas + 1 fogão à lenha + 6 fogões à gás + 6 tanques + 3 máquinas de lavar roupas + 1 rádio + 6 TV’s + 3 videos cassete + 2 CD’s player + 1 pomar + 1 horta + 10 galinhas + 2 cachorros + alguns pássaros + 1 piscina + 1 muro + 1 filho + 1 nora + 1 rua + 1 bairro + 1 cidade + 1 escola + 1 mercado + 7 empregos + 1 padaria + 1 banco + 1 farmácia + 1 hospital + 1 buteco + 1 praça

2001 - 5 casais + 5 filhos + 2 noras + 2 genros + 10 netos + 5 carros + 6 casas + 1 fogão à lenha + 6 fogões à gás + 6 tanques + 3 máquinas de lavar roupas + 1 rádio + 6 TV’s + 3 videos cassete + 2 CD’s player + 1 pomar + 1 horta + 15 galinhas + 3 gansos + 2 perus + 3 cachorros + alguns pássaros + 1 muro + 1 filho + 1 nora + 1 rua + 1 bairro + 1 cidade + 1 escola + 1 mercado + 11 empregos + 1 padaria + 1 banco + 1 farmácia + 1 hospital + 1 buteco + 1 praça

2007 - 5 casais + 5 filhos + 2 noras + 2 genros + 10 netos + 5 carros + 6 casas + 1 fogão à lenha + 6 fogões à gás + 6 tanques + 3 máquinas de lavar roupas + 1 rádio + 6 TV’s + 4 DVD’s + 3 CD’s player + 1 computador + 1 internet + 3 banquinhos na porta + enfeites de garrafa pet + 1 pomar + 1 horta + 15 galinhas + 3 gansos + 2 perus + 3 cachorros + alguns pássaros + 1 muro + 1 filho + 1 nora + 1 rua + 1 bairro + 1 cidade + 1 escola + 1 universidade + 1 mercado + 7 empregos + 1 padaria + 1 banco + 1 farmácia + 1 hospital + 1 buteco + 1 praça

outubro 03, 2007

= RURBANIZAÇÃO

O crescimento acelerado das cidades, a modernização da agricultura, a invasão do campo pelas indústrias e as facilidades de deslocamento (físico ou virtual), dissolvem as fronteiras, resultando em uma constante e intensa relação, entre urbano e rural.
Como conseqüência dos acontecimentos supracitados, ocorre uma diminuição de empregos relacionados diretamente á agropecuária.
O êxodo rural é constante, tendo em vista que a automação dos processos de produção reduz cada vez mais a mão-de-obra, porque conseguem resultados mais eficientes e lucrativos, sob menores custos. Apesar disso, muitos trabalhadores ainda permaneceram no campo, porém, deixaram de trabalhar exclusivamente com a agropecuária, buscando outras atividades geradoras de renda, assim como outros modos de vida, antes pertencentes apenas, à população urbana.
Respondendo a demanda, que surge como conseqüência da redução da qualidade de vida nos centros urbanos e o alerta cada vez mais enfático dos cientistas e profissionais da saúde, que despertam em parte da população urbana uma consciência ambiental [medo/moda], exigindo um contato mais íntimo com a natureza, surge no campo, outras alternativas de esporte e lazer. Entre elas estão, os passeios a cavalo, as trilhas para caminhada ecológica, downhill, montainbike, escotismo, pesca esportiva e o uso da paisagem e tranqüilidade do campo como recurso terapêutico.
A maioria das novas atividade econômicas desenvolvidas na área rural, serve de suporte para o turismo (ecoturismo), ou melhor, para a interação campo/cidade. São exemplos: hotéis-fazenda, restaurantes, pesque-pagues, clubes, produção de artesanatos, criação de animais exóticos, cultivo de plantas ornamentais, resorts, chácaras de lazer, etc. Novos empregos, também surgiram nesse contexto, como o de guia turístico, contador, prestador de serviços, secretárias, administradores, personal trainer, etc.
Ocorre também, a fixação em perímentros urbanos, de residências de habitantes da cidade, que passam a morar um pouco mais distante, retornando, em razão do seu trabalho. Essa ação ocorre, como tentativa de amenizar os impactos causados pelos problemas urbanos.
Segundo Gilberto Freyre, essas transformações podem ser definidas através do conceito de Rurbanização: “Um processo de desenvolvimento socioeconômico que combina, como formas e conteúdos de uma só vivência regional – a do Nordeste, por exemplo, ou nacional –a do Brasil como um todo – valores e estilos de vida rurais e valores e estilos de vida urbanos. Daí o neologismo: rurbanos. [...] Numerosas populações poderiam viver com vida mista: juntando a urbanismos, ruralismos como que desidratados sem deixarem de corresponder ao apego que parece haver na maioria dos seres humanos a contatos com a natureza. Com a terra. Com a água de rios, com árvores, plantas e até matas”¹.
Não é possível desvingular, RURAL de URBANO de PARQUE de CAMPO de INDÚSTRIA de CIDADE de TURISMO de ESPORTE, uma vez que todos são ingredientes da realidade do mundo atual.


1-Novas Reflexões em Torno de uma Reorientação para o Desenvolvimento Brasileiro: a
Rurbana (1982a). In: Rurbanização: Que é?Recife: Massangana, 1982.



rural <-> urbano

RURAL = URBANO + PARQUE + CAMPO + INDUSTRIA + CIDADE + TURISMO + ESPORTE

Urbano – Relativo ou pertencente à cidade.
Cidade – Complexo demográfico formado, social e economicamente, por uma importante concentração populacional não agrícola, dedicada a atividades de caráter mercantil, industrial, financeiro e cultural.
Rural – Pertencente ou relativo ao, ou próprio do campo; agrícola.
Campo – Extensão de terra sem mata e que tem ou não árvores esparsas. Terreno extenso e mais ou menos plano que tanto se pode destinar às pastagens do gado como ao cultivo agrícola.


"No Norte de Minas, há duas opções para o escoamento da produção: Bahia ou Belo Horizonte. É preferível ir para BH com a estrada recapeada do que catar buracos até Salinas." Orlando Machado, presidente da Associação dos Irrigantes do Norte de Minas, em entrevista ao Jornal Estado de Minas, em 1.º de Outubro de 2007.

Não pode existir cidade sem o campo, deste são extraídos os recursos naturais tanto para sua evolução quanto para o sustento daqueles que nela vivem. Tal relacionamento depende da criação e manutenção de conexões que facilitam as trocas necessárias para a sobrevivência de ambos; enquanto o campo fornece à cidade o produto agropecuário, esta o devolve em forma de produtos industriais, como máquinas e ferramentas.

Que estranho relacionamento! O homem da cidade, oriundo do campo, não consegue deixar sua origem; mesmo que queiram, aqueles que detestam "ir pro mato" nunca deixaram de ter contato com o campo, pois todo o bem que venham a adquirir sempre terá ligação com a casa de origem. Mas muitos adoram usar o feriado para se refugiarem em um sítio, ou cachoeira, ou numa pousada à beira-mar. O contato com a "natureza" é importantíssimo para o ser humano; é como se voltásse-mos ao jardim do Éden, onde o exaustivo trabalho do dia-a-dia não existiu. Os vestígios do rural está nas casas, pois rara é a casa que não possui ao menos um vaso, com um cacto que seja; está ali o simbólico Éden.

Toda nossa malha urbana, e as conexões com o rural - sejam elas vias de transporte rodoviário, ou no simples símbolo dos cactos caseiros, nos conduzem a este mundo que parece bilateral, mas que se completam e até hoje não conseguiram ser independentes.

outubro 02, 2007

tempo de ..?



Desde que nasci sempre morei na cidade.

(1985) Rua asfaltada, luz elétrica, rede de esgoto, água e banheiro dentro de casa... Na cozinha, geladeira e fogão elétrico. Na sala, telefone, televisão e radio gravador. No quintal, pé de limão, laranja, pitanga,amora e as terríveis galinhas...

A primeira vez que visitei uma fazenda tinha mais ou menos 15 anos. Lembrei-me de quando era criança. Claro que sem o gado... mas com as galinhas. O tempo desapareceu. Parece que foi achatado num só momento.

(1995) Diferente de como acontece nas cidades as crianças ainda brincam na porta de casa. De bola, peteca de palha ou carrinhos de controle remoto...

(2000) Moro no mesmo endereço, não na mesma rua, tão pouco na mesma casa. A cozinha ganhou um microondas e um Extrator Walita, super processador de frutas... apesar de não termos mais no quintal o pé de laranja, limão, pitanga ou amora. Aumentamos a casa e fizemos uma sala para o computador.

(2005) Hoje a distancia-tempo é ainda menor. O tempo em que se encontra Coca-Cola em qualquer lugar deu lugar o tempo que se encontra de tudo em qualquer lugar. Parques industriais, resorts turísticos, condomínios rurais... O espaço-mercadoria se torna peça fundamental para a expansão do mundo mercadoria. Como nas fotografias de Alex Maclean... cidades que lembram campo, campo que lembram parques, parques que lembram cidades...

Não faz muito tempo que um casal de amigos voltou a viver no interior de Minas. Foram para o Rio de Janeiro depois do casamento e ficaram por lá quase 30 anos. Agora estão em um condomínio á 40 minutos de Belo Horizonte. Aquela história de respirar natureza, respirar tranqüilidade... Um terreno 400m² que eles chamam de sítio. Fica em um condomínio novo com poucos moradores. Isto porque a maioria das casas são para fins de semana.

(2007) Um condomínio com amplo espaço verde, cercado por Mata Atlântica. Água e energia elétrica, estação própria de tratamento de esgoto, além de área de lazer, pedalinhos e parque esportivo.
Uma fazenda modelo que abriga uma horta comunitária, onde as famílias poderão colher seus próprios alimentos. E como coloca a propaganda... “uma criação de animais típicos do campo completa o clima de tranqüilidade da vida rural”. Mas falta internet e a instalação de um ponto comercial dentro do condomínio. São dez minutos de carro até a padaria mais próxima.

Então percebo que aqui eu respiro pó, mas o céu ainda é limpo em alguns lugares... E ainda posso falar que existem vizinhos. Provavelmente deixarão de existir. São somas e subtrações. Não posso falar de igualdade. Os espaços são carregados de especificidades... de tempos e diferentes onde tudo ganha um novo significado.