novembro 29, 2007

Tipo exportação


Nos fins dos anos 1970 deu início ao que mais tarde veio se tornar um grande fenômeno na cidade e em toda região de Governador Valadares (Guanhães, Mantena, Virginópolis, Conceição do Mato Dentro, Tarumirim): um grande fluxo dos habitantes dessas cidades para os Estados Unidos em busca de trabalho.
Entre os anos 1980 e 1990 a moeda americana circulava na cidade onde a economia era baseada no mercado gerado a partir dessa emigração.
Nos anos seguintes a moeda já não circulava no comércio local, mas ela ainda continuou influenciando nas atividades econômicas da cidade.
No início dos anos 2000 a alta cotação do dólar e a falta de fiscalização nas fronteiras dos EUA com o México proporcionaram que o número de emigrantes aumentasse de maneira significativa.
Um dos mercados que mais cresceu influenciado por esse fluxo é o imobiliário, que além de realizar o grande desejo da casa própria ainda funciona como forma de investimento do dinheiro adquirido no exterior.
Com o crescimento desse mercado é possível notar grandes transformações no desenho da paisagem da cidade. As casas que foram construídas ou reformadas com o capital vindo do exterior apresentam fortes características que são claramente influenciadas com os modos de vida que as cidades norte-americanas propõem.
Nelas são montados verdadeiros cenários com ícones de conforto que apresentam uma vida conservadora distante da dura realidade que a cerca.
No Brasil, antes desse fenômeno migratório, já eram encontrados tipos de ocupação semelhantes ao americano em lugares distantes de Governador Valadares.
Bons exemplos disso são os condomínios da Barra da Tijuca e os Alphaville, que possuem exatamente o mesmo discurso que os condomínios dos EUA.
Em Valadares esses grandes empreendimentos não são totalmente direcionados ao grupo de emigrantes que pretendem investir em imóveis no Brasil, uma vez que eles, assim como os moradores dos grandes condomínios, buscam status entre sua classe social de origem. Não é atoa que eles constroem a casa “dos sonhos” nos bairros de onde saíram e mostrem o seu sucesso aos que participaram da história de suas vidas.
Por isso é comum chegar nos bairros periféricos da cidade e se deparar com casas que destoam totalmente com o local, utilizando elementos que buscam a o glamour e a atmosfera segura e natural (de forma totalmente artificial) que estão presentes nas casas norte americanas.
O interior dessas casas é ainda mais impressionante com os eletrodomésticos trazidos do país “funcional”. A maioria deles não chegam nem a serem usados, pois, mesmo com essa grande influência trazida de fora, os modos de vida não são transformados a ponto de mudar totalmente os hábitos adquiridos desde que nasceram.

Minhas 300 e Poucas palavras

E não é por que eu tenho que escrever essas 350 palavras que vou ficar aqui divagando. Inventando novas teorias que, de alguma forma, relacione minhas idéias com as idéias deles. Idéias que encadeiem outras e melhores idéias. Escrevo por que preciso escrever. Precisar do “verbo” independente dos outros. Preciso escrever pra dar um tempo no projeto. Dar um tempo no projeto do projeto. Escrever pra respirar. Respirar palavras que, por hora, são só minhas. Produzir algo que é só meu. Produzir sem nem ao menos tentar provar nada pra ninguém além de mim. Por que quando eu escrevo, eu me torno capaz, ou melhor, eu me sinto capaz. Capaz até dessa nova experiência: produzir sem tema pré-definido. Escrever sem pré-conceitos. E já que não tenho tema, poderia escrever sobre a minha recente teoria do amor, ou a minha constante teoria do mau-humor, ou sobre as minhas teorias incertas e mutantes da influência da cidade em mim, no meu humor e no meu amor. Porém, escrevo sobre escrever. Escrevo sobre mim. Tudo bem. Talvez isso não seja tão inovador e muito menos incrível. Mas é meu. Sobre o meu agora. E é disso que preciso. Confesso que em busca desse “meu” (além de buscar traços... vias... lagoas) busquei, algumas vezes, pelo o dos outros. Buscava assim me inspirar. Ingenuidade. O máximo que consegui foram alguns arrepios, muitas gargalhadas e menos tempo de produção de verdade. E não que isso seja ruim, é claro que foi divertido! E não dizem por aí que as “coisas” têm que ser divertidas?
Relendo o que escrevi até agora, percebo que esse seria um ótimo final de texto de uma nova teoria: “E não dizem por aí que as “coisas” têm que ser divertidas?” De qualquer forma, ainda não disse tudo o que precisava e/ou queria e ainda faltam, no máximo, 47 palavras. Preciso dizer que o medo de não ser satisfatoriamente bom é ótimo para me tornar medíocre. E agora que restam poucas palavras esse medo me consome e penso que já devo estar ficando (nossa! nem acredito que escrevi isso! gerundês!!!) confusa. E não é que com essa história do medo até a parte, ou melhor até a palavra confusa, escrevi exatamente 350 palavras? Será que isso quer dizer alguma coisa? Numa próxima eu descubro... Acabaram as minhas palavras, acabou meu tempo... Tenho que voltar ao projeto do projeto.

Ligação

Foi em dezembro deste ano, que tive um problema de esgoto por aqui. O caso foi grave, tal qual o que está ocorrendo nos últimos dias: refluxo do esgoto da rua para dentro do quintal da minha casa. Motivo? Galeria de esgoto da rua entupida.É claro que acionei o 'Serviço de Emergência' daCOPASA através do 165. O prazo de atendimento de emergência, no entender da COPASA, é "de uma a dezoito horas" após o registro do chamado. Estou aguardando há trinta e duas horas, no momento que escrevo este 'post' e até agora... nada!Nada, não! O esgoto, excrementos que continuam vazando lá no meu quintal, firme e forte, para alegria, felicidade e júbilo de toda a minha vizinhança, que comigo compartilha esta verdadeira odisséia que é aguardar a presença da 'Equipe de Emergência' da COPASA em nossa rua para solucionar o problema.No ano passado, quem resolveu a questão foi a 'Ouvidoria da COPASA', depois que alguém leu o registro do descaso e tomou as providências.Desta vez, para o meu azar, não posso contar com eles. Hoje é feriado em Ipatinga e o povo deve estar comemorando a "Consciência Negra", pois ninguém atende ao telefone por lá.Enquanto isso, negra vai ficando a situação por aqui. Até a chegada de uma equipe de reportagem local, é claro. Para esses casos eles são mais eficientes que a COPASA pode ter certeza disso...

... 64 horas depois...

Isso mesmo! Sessenta e quatro horas, foi o tempo que a COPASA demorou para atender o 'chamado de urgência' na desobstrução da galeria de esgoto em minha rua.Conseqüentemente foram cinqüenta e quatro horas de excrementos (dos mais diversos tipos, cores, formas e tamanhos) e uma variedade infinita de absorventes higiênicos usados que tive o desprazer de conhecer e conviver aqui no meu quintal.Retirei três sacos (de 60 litros cada) com detritos do meu imóvel. Imagine só a situação eu ali ensacolando algo que já foi meu e fez parte de mim. Parece nojento, alias é nojento, mas tive que me submeter a isto. Até o momento não recebi nenhum retorno da 'Ouvidora da COPASA', Josefa Magalhães. Foi por isso que também escrevi para o presidente da empresa.Na mensagem pergunto o que ele acha como presidente de uma das maiores estatal, de um 'atendimento de urgência' que demora mais de sessenta horas para acontecer...Não sei se ele vai responder ao meu e-mail. Só sei que, da próxima vez, ligarei direto para o "Homer Simpson". Estatal tem que ser gerenciada por pessoas atenciosas e responsáveis com o público. Senão, desestatiza e privatiza, oras! Privada por privada prefiro a minha desentupida.
O que se espera de um arquiteto?
“As profissões de engenheiro, arquiteto e engenheiro-agrônomo são caracterizadas pelas realizações de interesse social e humano que importem na realização dos seguintes empreendimentos: aproveitamento e utilização de recursos naturais; meios de locomoção e comunicações; edificações, serviços e equipamentos urbanos, rurais e regionais, nos seus aspectos técnicos e artísticos; instalações e meios de acesso a costas, cursos e massas de água e extensões terrestres; desenvolvimento industrial e agropecuário.”
Por LEI Nº 5.194, de 24 de dezembro de 1966.
“Criatividade, arte e equilíbrio na transformação de espaços em habitat, em convívio humano; Profundo conhecimento dos materiais e a capacidade de utilizá-los com coerência;Ousadia nos projetos, sem que se perca de vista o possível e o realizável;Busca incessante de soluções criativas, que integrem com arte o homem ao ambiente, com a simplicidade que somente as grandes idéias podem oferecer;
Sensibilidade em compreender o cliente, absorver suas necessidades e anseios, trabalhando com ele e utilizando nesse trabalho, a melhor solução construtiva, e viabilizando-a economicamente”.
Por Marco Aurélio Russo.
A arquitetura é um mecanismo para ser usado, para estimular o corpo, para despertar sentidos, realizar e materializar conceitos. A criação arquitetônica está vinculada a sonhos. Quer seja da casa própria ou de sentir-se imponente ou simplesmente protegido. Considerando o poder desse elemento, calcula-se a responsabilidade de “ser construtor de sonhos”. Não se trata meramente de traçar planos e limites, medir e/ou resolver tarefas. É ser ditador demais. Sonhos não se controlam.
Sonhos são absolutamente livres, controlá-los é um paradoxo.
A arquitetura tem sido pensada por muitos de forma trivial, sendo baseada em conceitos de moda, fundamento que na maioria das vezes está desvinculada das reais necessidades do usuário. Como se veste Vide Bula, veste-se casas da novela das 20:00 horas da globo, a individualidade é que se torna banalizada neste contexto.
Materializar sonhos alheios, não é apenas ser hábil para solucionar espaços habitáveis, arquitetura encarna valores e pessoas.
Muito se espera dos arquitetos ...
Mas quem são os arquitetos?
Os arquitetos de barraca, o vizinho que desenhou seu próprio puxadinho, a dona-de-casa que fez o projeto de reforma da sua cozinha ou o graduado em Arquitetura e Urbanismo?
O que os difere, não são nomenclaturas, mas posturas.
Falar de emoção em véspera de conclusão do curso é inevitável...
Bom também é pensar sobre o que nos espera, para não sermos ingênuos e não nos qualificarmos apenas para sermos repetidores de posturas incoerentes e deturpadas.
Por Jucélia Maris.

2002....2008.....e depois?

2002- Formatura de 3º ano. Ali começava uma nova vida, novas preocupações, que passavam de estudar muito para provas globais para em qual faculdade estudar? Qual curso fazer? Morar sozinha ou continuar com meus pais? Dúvidas e mais dúvidas.

Naquela época o que queria na verdade era morar sozinha, por isso resolvi tentar vestibular em Viçosa e na UFES para Ciência da Computação. O resultado já era esperado, afinal, esse curso nessas faculdades são muito disputados e eu nem tinha me dedicado tanto aos estudos.

2003- Agora é pensar em qual cursinho estudar? Mas sinceramente nem tive muitas dúvidas. O Aprove tinha boas referências, e, além disso, a maioria dos meus amigos ia estudar lá também.

Foram 6 meses que não dá pra esquecer, afinal não tínhamos preocupações com provas para fazer, trabalhos para entregar, ou seja, tudo era motivo pra festa. E a turma gostava de uma festa....

Em Julho já começaram as inscrições de vestibular, e de novo a dúvida de onde tentar. Mas agora o curso seria outro, Arquitetura e Urbanismo. Mal sabia o que me esperava... Duas faculdades, Unileste e Fumec, desta vez aprovada nas duas, mas a decisão final foi por continuar em Ipatinga mesmo. Antes disso, até fui à casa de um amigo do meu pai que estudava na Unileste, e chegando lá fiquei encantada com os trabalhos e maquetes.

2º sem/2003- 1º Período

2º sem/2007- 9º Período

Nesses 4 anos e meio histórias é que não faltam pra contar, mas isso fica pra outra vez, afinal são 350 palavras e as minhas já estão acabando...

Semestre que vem é o temido TFG, ai ai, será que vai dar tudo certo? Tomara que sim, afinal, no final tudo da certo não é mesmo?

2008- As preocupações passarão a ser outras, onde trabalhar, com o que trabalhar, com quem trabalhar, se é em escritórios, ou prefeituras, ou na área ambiental, ou com design, ou com interiores, ou com complexos, ufa! Muitas opções, então agora é pensar bem no que quero para o meu futuro e torcer para tomar a decisão certa, ou aquela que me faz sentir bem.

359 palavras podem não é Jorge?

Sobreviva CAU

Para mim a maior das teorias nos últimos tempos é a que menciona o término do CAU – UnilesteMG. Uma teoria que amedronta até os mais céticos. Quem foi o autor da teoria? Ninguém sabe ao certo, é como esse tal de sistema capitalista, que ninguém vê, ninguém conhece seu criador, mas todos sabem que existe e o sentem. Parece ser mais palpável a cada dia que se segue. E o que sobraria?

Sobrariam saudades
Saudades das aulas de desenho com o Tanure, onde olháva-mos para aquelas coxas de frango cruas que pediam para que déssemos vida a elas através do desenho, desenhos outrora criados como perspectivas pela dupla Fé + Fred. Desenhos que no CAD enchem-se de cores com os variados layers, bem como nos ensinou o Caldeira, ou que ganham vida nos vídeos ensinados pelo Tande + Marcelo Maia. Nossa, lembro-me das primeiras aulas de informática do curso, com a dupla Tande + Silvio Todeshi.


Em algumas vezes os desenhos se transformaram em engenhocas arquitetônicas, não é mesmo Adi + Adriano? Engenhocas que sempre fizeram parte da história da arquitetura, pelo menos vimos com Josana, Isa, Ana Paula, Bruno Massara e Renata. Não apenas engenhocas, mas vários períodos pelos quais a arquitetura se manteve - independente da época ela simplesmente se adaptava, respondia ao contexto. E voltando às engenhocas, não tem como deixar de lembrar do Tio GGK, até o nome é engenhoso. Tão engenhoso quanto aos edifícios complexos do Dr. Cássio Lucena, e às luminárias da Carla, e também aos interiores ensinados pelo Mestre Augustin. Que patrimônio foi construído! E que precisa muito ser preservado, pelos menos na memória. Patrimônios discutidos n vezes por Luciana + Simone, ah Antônio Dias. Não lembraremos muito das siglas, mas guardaremos as lembranças de Cristiano Ottoni, com seus PSDB, PFL, B12... além de seus ditados que parecem ser tirados da internet, fantásticos. E o Low? Dá até pra lembrar da prova final de Estúdio 3, que loucura! Simplesmente foi solicitado 01 planta + 01 corte + 01 fachada + ... isso tudo de x ambientes. Só deu tempo na verdade de assinar o nome, mas que dá saudades dá! Um grande abraço Low!

É, sentiremos saudades dos exos, dos estúdios, das coxas de frango cruas do general (brincadeira) Tanure; dos "E se..." do Canuto; dos cálculos do Caldeira e Adão; das planilhas da Risia; das histórias da turma Isa, Ana, Josana, Massara e Renata Cançado (Opa, escapuliu); do design do Tande; das fotos do Maia; das siglas do Ottoni; do detalhamento do Cássio; das luminárias da Carla; do conforto da Alessandra; do som da Dani; das cores do Augustin; das casas do Low... É tanta gente e tanta memória!

Espero que só seja teoria, pois para mim a vivência é melhor que as lembranças, e estar por perto é melhor que MSN, pois caso fosse verdade seria realmente a Teoria do CAUs.

Enquanto isso, vamos trabalhando para aumentar a bagagem para possíveis lembranças, lembranças que com certeza estão percorrendo o mundo, seja na Angola, ou em Barcelona, seja em BH ou em Antônio Dias. É como o Efeito Borboleta, o que ocorre em Barcelona pode ter impacto no Caladinho.

novembro 28, 2007

350 Palavras

Uma Palavra (Chico Buarque)

Palavra prima
Uma palavra só, a crua palavra
Que quer dizer
Tudo
Anterior ao entendimento, palavra

Palavra viva
Palavra com temperatura, palavra
Que se produz
Muda
Feita de luz mais que de vento, palavra

Palavra dócil
Palavra d'agua pra qualquer moldura
Que se acomoda em baldo, em verso, em mágoa
Qualquer
feição de se manter palavra

Palavra minha
Matéria, minha criatura, palavra
Que me conduz
Mudo
E que me escreve desatento, palavra

Talvez à noite
Quase-palavra que um de nós murmura
Que ela mistura as letras que eu invento
Outras pronúncias do prazer, palavra

Palavra boa
Não de fazer literatura, palavra
Mas de habitar
Fundo
O coração do pensamento, palavra

Verbos, predicados, sujeitos, adjetivos... Palavras, não são como letras distribuídas numa folha qualquer, mas, podem ser um jogo de palavras, podem combinar, dizer algo, sendo uma forma de expressão, que podem nos remeter ao questionamento, a uma nova teoria e fazer que sejam sentidas por aqueles que o lêem, independente da mensagem que carregam.

Horas de desalento, solidão, em que tudo fica mudo, branco, pois as palavras não vêm, se o texto é curto, aumento para ser entendido ou decifrado por aqueles que o lê.

Palavras conceituadas, que formam novas teorias, podendo ser rápidas ou atrasadas, discursões determinadas em tempo, em notas, em palavras (mínimo de 350 e máximo de 450 palavras), contadas uma a uma, na indecisão do certo e o errado, pensamentos críticos e possibilidades de discursões nos diálogos dos comentários e sobre as teorias impostas pelos alunos em arquitetura.

O objetivo do trabalho é o exercício da palavra escrita, o desenvolvimento e a sustentação de argumentos teóricos, de encontrar o problema, criar as condições de como o problema é determinado, dispondo os seus termos e meios de encaminhamento. Ir ao cerne do problema enfocado, avaliando a coerência de posições teóricas (ou seu sentido) e levantando questões que podem ajudar a esclarecer a problemática discutida

Arquitetura também é palavra, às vezes entendidas, outras não, concretas, abstratas, subjetivas, incertas, inconseqüentes, incensata e outras vezes ousada, palavras estas que cruzam e determinam os conceitos da vida.

novembro 27, 2007

Cozinha: reflexo de uma sociedade (Tema 5)

Frango com quiabo
Por: Ana Paula Nogueira
INGREDIENTES:
500 g peito de frango temperado a gosto, cortado em cubos de 2 cm, 300g quiabo, cortado em fatias de 2 cm de comprimento, 2 tomates pequenos, cortados em cubinhos,com as sementes, cebolinha picadinha.
Modo de preparo: Em uma panela bem quente, coloque o frango para fritar, sem mexer. Deixe ate que um lado fique bastante tostado. A partir daí, adicione o tomate e a cebola, deixe dourar os outros lados do frango. Quando o frango estiver no ponto, adicione o quiabo. Corrija o sal se necessário. Espere que a água seque um pouco e então, desliga e sirva.
A receita acima representa a base da culinária brasileira que sofreu um processo de integração e alteração de ingredientes. O frango e o quiabo, ingredientes tradicionais do prato brasileiro foram trazidos respectivamente por descendentes potugueses e africanos, já o angu era feito de milho, pelos índios. Assim com outros aspectos culturais, a alimentação também é um fruto da miscigenação. Até hoje essa influência, retrata a intersecção de culturas e povos.
A transformação na prática alimentar está diretamente ligada ao desenvolvimento da sociedade. Atualmente, a velocidade da produção e as exigências do mercado ditam e modificão a maneira dos hábitos alimentares.
Hoje o fast-food domina os centros urbanos com seus hamburgueres, hot-dogs,pizza. Este não para por aí e se torna cada fez mais amplo graças à apropriação de alimentos de diferentes países que integram nossa população, particulamente a africana, indígena, italiana, japonesa, ibérica e a latino-americana.
Pode-se considerar que os vendedores ambulantes são os precursores do fast-food atual, porém ambos se distiguem na esala comercial. O primeiro se destaca pela produção artesanal, o segundo pelo alto grau de racionalização e grande volume de produção industrial.
Como vimos a nossa cozinha passou por um processo de adaptação e até hoje não se sabe ao certo qual é realmente o sabor da culinária brasileira. Sabe-se que nossa cozinha é repleta de ousadias e combinações de alimentos, culturas e folclores. Quem sabe se no dia em que assumirmos o fubá,a mandioca e outros produtos nacionais como prato principal o país passe a ter a culinária como um importante ponto de identidade de um povo.
Assim como o esgoto, a comida também diz algo sobre o desenvolvimento e a história de uma nação. Em nosso caso podemos avaliar o desenvolvimento nacional a partir da miscigenação em nossa cozinha, onde misturas são preparadas e adequadas a outras receitas. Esse cruzamento mostra o reflexo de uma sociedade formada a partir de etnias distintas e influências. Nada se cria,e tudo não passa apenas uma mistura.

Cozinha

novembro 26, 2007

Carta de indignação

Quando o meu pai comprou a casa, há 13 anos, procedeu à análise de todos os fatores que poderiam condicionar a habitação. Meticuloso por formação profissional, estudou a localização, a exposição ao Sol, as condições estruturais da moradia e pesou o fato de esta estar integrada no Parque Ecológico. No processo, deu conta, evidentemente, de uma linha de água, que corria paralelamente a toda a urbanização, mas estava longe de supor que a dita linha de água se transformaria numa saia promissora de esgotos a céu aberto. Na altura, foi-lhe dito pelos serviços municipais que a situação seria absolutamente provisória. O meu pai é engenheiro e, portanto, pouco entendido quando o assunto e geologia. Desconhecia as leis da cidade e acreditava que o canal seria tratado. Treze anos decorreram, e posso afiançar que uma das coisas boas de ter um esgoto a céu aberto na vizinhança é o fato de ele permitir travar novos conhecimentos. Conhecemos vários vereadores municipais. Três presidentes da câmara. Muitos, muitos funcionários. O esgoto, esse, já faz parte da família. Tenho familiares que juram a pés juntos que já não conseguiriam almoçar em paz sem o ligeiro odor que a vala exala .Nem tudo nesta história é negativo. Estão agendadas para este ano as comemorações dos 10 anos da primeira contagem de colônias coliformes realizada a pedido dos moradores. Como imagino que as colônias de coliformes não são como o vinho do Porto, pelo que não melhorarão com a idade, julgo que posso depreender que continuam a correr, na vala, esgotos sem tratamento. É verdade que os coliformes fecais fazem muita companhia, mas estará talvez na altura de nos despedirmos destes vizinhos.Consultei recentemente o novo Plano de Ordenamento do Parque Ecológico. Queria confirmar que, na listagem de espécies desta área protegida, constavam animais com as quais privo regularmente e que, com grande pena minha, certamente não visitam as traseiras da casa do senhor presidente da câmara. Infelizmente, por desmazelo do Parque, a varejeira-azul e a ratazana-negra não constam ainda do inventário de fauna da cidade. Parecendo que não, são organismos que dão muito encanto a uma moradia.Já vou nos meus trintas. O meu pai vai nos sessentas. Concordamos recentemente que o meu filho, ainda bebê, terá de manter uma forma física e intelectual invejável para agarrar no testemunho daqui a algumas décadas e manter viva a batalha do esgoto.


Postagem tema 05



Eu sempre me lembrarei...
Do primeiro dia da faculdade, de todos olhares curiosos e ansiosos...interface, mapeamentos, desenhos ingênuos, provas, fotografias, arte, cinema, moda, maquete bem feita, luminárias, força , flambagem, Adobe Photoshop, Quack, diário de bordo, renascentistas, góticos, gregos, egípcios...
Isa, Renata, Tande, Alemar, Flavia, Mônica, Carla, Magalhães.

Sempre me lembrarei...
Da cola quente, cola de isopor , lapiseiras, papel manteiga, lápis de cor, escalimetro, réguas, borracha, dos primeiros traços, cubos, sombras, carta solar, Le corbusier, Adolf Loos, exoesqueleto, diagramas, mecanismos, sucatas, balancinho, estruturas... Jorge, Bruno, Adão, Renata, Alessandra.

Sempre me lembrarei...
Da primeira casa projetada, dos milhares banheiros, quartos, cozinha ,do prisma, prancheta, régua paralela, pespectivas, da primeira noção de conforto, privacidade, comodidade, Venturi, Pop Arte, topografia, curva de nível, cálculos, pilar, viga... Caldeira, Cássio, Bruno, Isa.

Sempre me lembrarei...
Das tecnologias, do ovo, da casa branca, casa geminada, do Situacionistas, do abrigo, conforto Ambiental , estruturas de aço e madeira, do Auto Cad, intellicad ,Linha ( L), Offset ( O), extend ( EX), Trim ( TR ), Copy (CO), plot... Fabio, tio Gegeca, Adriano, Adi, Daniele G, Bruno

Sempre me lembrarei...
Do patrimônio, loteamento, habitações, estúdio vertical, avenida Sanitária, Ouro preto, cultura brasileira, igrejas, museu, obras visitadas, materiais, reciclagem, 3D max, filmes, modelagem... Simone T, Luciana, Tio gegeca, Rísia , Tande, Marcelo Maia, Ana Paula.

Sempre me lembrarei...
Projetos, escola + comunidade, Teoria Urbana, koolhaas, paisagens superabundantes, Som, Aço, Usiteto, visitas Técnicas, Cultura religiosa, Elétrica... Doriana, Fred, Caldeira, Daniele.G

Sempre me Lembrarei...
Do edifício e loteamento auto –sustentável, Teoria do Planejamento Urbano e Regional, saneamento, ruas, passeio, sarjetas, hidráulica, Filosofia... Eduardo, Lou, Cristiano, Fabio, Roberto

Sempre me lembrarei...

De edifícios complexos, teatro londrina, Detalhamentos, Cortes, Plantas, elevações, Orçamentos, mapeamento de obras, caderno de encargos, Práticas profissionais, Filosofia da Arte e estética, objetos, diários... Cássio, Carla, Algostin, Caldeira, Rísia.

Sempre me lembrarei...
Dos desenhos urbanos, parque de Exposição, Seminários, blog, textos , textos e mais textos, Pré- tfg, pesquisas, Biblioteca, Normas, leis, espaço...
Tio Gegeca, Jorge, Simone T, Simone C e Wanderson

Sempre me lembrarei...
De Brasília, São Paulo, Viçosa, Petrópolis, Florianópolis, Rio de Janeiro, Casa Branca, Belo Horizonte ,Ouro Preto, Mariana... Das viagens de estudos , dos EREA, ELEA, ENEA...
Das correria para terminar os trabalhos, das noites sem dormir, dos projetos, das brigas , desmaios , polêmicas ,acertos e desacertos ,das palestras, seminários, ciclo, colóquio, estágios, festas, estúdio vertical, Semanas Integrada...

Sempre me lembrarei...
Raissa B, Eleidiane, Monique, Lorena, Jucélia, kênia, Viviane, Renata J, Eduardo, Bruna, Cláudio, Crisliane... ( turma 1º período )
Dos colegas de sala, abraços , sorrisos, lagrimas, companheirismo, fofocas, ajudas, conselhos...

Está acabando galera!! Somos quase Arquitetos e Urbanistas e eu sempre me lembrarei de todos os momentos que vivemos nestes 5 anos!!!






Postagem Tema 06...

novembro 25, 2007

INFRA ESTRUTURA PRIMARIA

Esgoto, s. m. Canal de detritos; cloaca; canalização subterrânea.
É o termo usado para as águas que, após a utilização humana, apresentam as suas características naturais alteradas.

Saneamento básico, s. m. ato ou efeito de sanear.

Sanear, v. t. tornar são, habitável ou respirável; curar; sanar; remediar; reparar; tranquilizar; restituir ao estado normal.

Básico, adj. Fundamental; principal; essencial; (Qui) diz-se das substâncias capazes de libertar ânios oxidrilos e também dos sais provenientes de neutralização incompleta das polibases; alcalinos. (antôn.: ácido.)

O saneamento básico é a atividade econômica voltada ao abastecimento de água potável encanada e à coleta, tratamento de esgoto e controle de pragas e qualquer tipo de agente patogênico, visando à saúde das comunidades

O Brasil "terra maravilhosa" enfrenta nao é de hoje uma problema em relação a infra-estrutura primária, o déficit do saneamento básico, que primeiramente causa um mal estar na população seguido da deturpação de sua dignidade e nem se fala no caos urbano causado por inundações, doenças entre outros causados pela falta do mesmo.

Dados importantes do IBGE mostram esse ignorado descaso:

Na questão específica do saneamento básico, o quadro apontado em levantamento do IBGE de 2003 é dramático:
• Cerca de 8,6 milhões (17,5%) dos 49,1 milhões de domicílios existentes no Brasil no ano de 2003 não eram atendidos por rede geral de abastecimento de água.
• 25,6 milhões (52,0% do total) de domicílios não tinham acesso a sistemas de coleta (redes coletoras) de esgoto sanitário.
• Na zona urbana, 8,0% dos domicílios não dispunham de água tratada e 44,7% não eram atendidos por redes coletoras de esgoto sanitário.

Diante desses fatos me vem uma pergunta: Como nos da sociedade desejamos que o nosso país tenha educação, saúde, transporte, distribuição de renda, antes de termos saneamento básico? Já sabemos a resposta né!
Partindo da análise feita por Victor Hugo em Les miserables cujo história dos homens é o reflexo das histórias dos esgotos, O crescimento econômico não é mais encarado como solução para a pobreza e os demais problemas que afetam a população. O desenvolvimento passou a envolver questões sociais, culturais e ambientais de uma forma interligada, partindo primeiramente da resolução dos problemas causados pela falta de infra-estrutura primária, para consequentemente resolver os problemas secundários de uma sociedade, como educação, saúde, transporte, entre outros, para que alcancemos o desenvolvimento sustetável.

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novembro 24, 2007

Ao se falar em esgoto a primeira coisa que nos vem à mente é o esgoto sanitário. O descaso dos governantes com o saneamento básico da população. Mas não é só isso. Esgoto é toda forma de vida ruim de uma população, região ou país.

Na sociedade, os homens se "dão" a partir dos esgotos, como se através deles pudessem conhecer o ser humano, sua cultura, suas crenças e no que realmente acreditar.

Acreditar ou não, eis a questão. Sempre tem alguém a sua volta ou a mídia tentando nos manipular, dizendo o que devemos fazer, que estilo de roupa vestir, o que ouvir, o que está na moda, o que é certo, o que é errado, qual carro comprar...

A conseqüência de tudo está ligado às suas escolhas.

A moda agora são os videntes aparecerem na televisão e dizer que algo catastrófico irá acontecer, geralmente em eventos com artistas que estão levando milhares de pessoas aos seus shows, e também falam de assuntos relacionados com acidentes de aviões, navios, e até mesmo rodoviários, sempre com muitas vítimas fatais.

Quando se acredita em algo, o pensamento o transforma em realidade. Então, ao temer muito uma coisa, a mente interpreta que não pode temer o que não existe, então, ela cria aquilo em que acredita e faz com que isto se torne realidade.

A melhor forma de lidar com as crenças é verificar se elas são positivas, se possuem sentido e se na prática, funcionam. Muitas coisas em que acreditamos não funcionam na prática. Se ficar sabendo de um fato, e sair por aí contando e repassando como se fosse uma verdade, no fim, pode ter espalhado um grande e inútil boato sem sentido como um robô programado para acreditar simplesmente.

A cultura da crença tem sido um bom método para algumas pessoas ganharem dinheiro abusando da ingenuidade de outras. Em postes, jornais, revistas, carros de som, outdoors, todo tipo de mídia usada para atrair mais clientes que variam desde madames da alta sociedade, até pessoas humildes que têm que vender algo para pagar uma consulta.

Cada ser humano é moldado pelo o que acredita, e a conseqüência do que faz está ligada a tudo o que lhe acontece.

novembro 23, 2007

EXPERIMENTO URBANO: Retomada dos espaços publicos das cidades




Grande parte dos espaços públicos das cidades ignoram a variedade dos possíveis modos de utilização ligados às relações sociais, limitando-se a lugares de passagens. Essa movimentação, na qual se têm os motorizados e não-motorizados, caracteriza as regiões da cidade conforme o seu uso ou não.

Ao contrário do que os modernistas pregavam sobre o Urbanismo, em que o projeto, ou seja, o desenho, era posto como causa e por si só seria responsável pelas novas relações sociais harmônicas nas cidades, os pós-modernos atuavam com um novo olhar sobre as questões urbanísticas e de como deve se tratar as cidades, ocorre uma inversão do processo. Começa-se desde a leitura da estrutura de cada lugar considerado nos seus aspectos tanto físicos (contexto) quanto sociais (usos estabelecidos) e daí deriva as premissas projetuais, muitas vezes através do redesenho urbano. O projeto era posto como conseqüência e através dele, as intervenções eram propostas.

Não se trata mais de desenho e nem de redesenho urbano, e sim das relações cotidianas entre usuários e espaços públicos, seus aspectos sociais e dos novos meios possiveis de apropriação da cidade através da participação ativa dos seus habitantes, buscando reforçar as centralidades manifestas, criando novos atratores. Estes novos focos de vida urbana pensados como espaços apropriados, contribuem na integração física e social, tanto em relação a vida de cada comunidade em si mesma, quanto em relação ao entorno e à cidade no seu conjunto.

Minha proposta é fazer uma abordagem e análise do espaço público urbano e sua relação intrínseca com os usuários, os pedestres. Nota-se que o espaço urbano converge em locais de trânsitos e passagens, e que cada vez mais o pedestre perde seu espaço para os veículos, com isso, proponho um estudo tratando estes espaços como palco de possíveis experimentos no qual tenham força para promover a retomada do espaço público urbano pelos seus usuários, através de uma Receita Urbana.

A Receita Urbana é um conjunto de possíveis intervenções a serem propostas que através de táticas e estratégias fomentará aos usuários (pedestres) o poder que eles possuem diante da malha urbana das cidades.

Um dos aspectos preponderantes na definição das novas propostas dos espaços intervidos, será a intensa valorização do pedestre a partir da apropriação desses espaços, gerando a partir dessa experiência espaços de convivência, descanso, permanência e fluxos (atalhos), fomentada a partir das intervenções.

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O esgoto do vale do aço

Sabe-se que Coronel Fabriciano se formou antes de Timóteo e Ipatinga, porém mesmo sendo mais velha, seu desenvolvimento econômico fica atrás das outras duas cidades. O motivo desse “atraso” é bastante evidente: ao contrário de Ipatinga e Timóteo que têm, respectivamente, Usiminas e Acesita como propulsores econômicos, Coronel Fabriciano sobrevive com um pequeno comércio local e depende das cidades industriais vizinhas. Logo no início da Usiminas não existia bares em Ipatinga. Na verdade, além de não existir não era permitido esse tipo de estabelecimento afim de não perturbar a ordem da cidade (há quem diga que atualmente a prefeitura de Ipatinga pretende fechar o bom-re-mi-fá – bar localizado no bairro Bom Retiro – porque o mesmo estaria prejudicando o desempenho dos funcionários da Usiminas!). Ordem essa que de certa forma era comandada com alarmes disparados pela própria indústria. Os alarmes avisavam/indicavam a hora de dormir e a hora de acordar. Assim a vida social dos funcionários da Usiminas ou de qualquer morador da cidade de Ipatinga dependia completamente da “zona boêmia” de Fabriciano. Além disso, os alojamentos dos peões da Usiminas também não ficavam dentro dos limites de Ipatinga e sim na “cidade-dormitório” sem leis de Coronel Fabriciano (digo sem leis no sentido de ter grande parte do seu território ocupado de maneira ilegal).
Entende-se que Coronel Fabriciano com sua falta de autonomia funciona como um quintal das cidades industriais, onde se usa o que precisa e deposita o que não quer (aliás, lembrei-me agora, que, na minha infância havia pessoas que diziam que a prefeitura de Ipatinga recolhia mendigos e doidos de rua e “jogava-os” em Fabriciano! Ressalto que isso nunca foi confirmado, mas é claro que esse tipo de boato surge de situações menos absurdas.) Esse quintal fica “a mercê” das cidades vizinhas (lê-se Usiminas e Acesita) e sem qualquer planejamento urbano absorve o que é determinado por elas. O resto, o que não pode ficar em Timóteo ou Ipatinga é mandado pra esse “grande esgoto”.

novembro 22, 2007

Vazios Urbanos (tema 6)

O filósofo, Nelson Brissac, é organizador e curador do Arte/cidade, um projeto de intervenções urbanas realizado desde 1994 em São Paulo, e também de outros projetos artísticos no espaço urbano. No texto, Informe: Urbanismo e Arte nas megacidades, ele aborda as transformações urbanas, o surgimento de novas formas espaciais, resultantes do processo de globalização.

Metrópoles como São Paulo, têm passando por processo de reconfiguração espacial, resultado do impacto da reestruturação das corporações globais. Acompanhado por uma completa reorganização do espaço público, com o crescimento da exclusão social e da violência. As formas mais extremas de modernização convivem com novas condições urbanas; informais, transitórias e clandestinas. Vias de trânsito expresso ligam os fragmentos de tecido urbano que são criados desconectados do traçado urbano. Na metrópole espaços mais distantes tornam-se mais próximos, com a facilidade de acesso e no caminho surgem espaços vazios. O “espaço do possível”, o vazio atormentado pela ansiedade diante da sua indefinição e pela dinâmica da cidade.

Ao mesmo tempo, os modos de produção e circulação da arte também passam por profundas transformações, com a criação de um circuito internacional de exposições e a construção de grandes equipamentos culturais. A arte pública torna-se um veiculo para revelar e desenhar os espaços. Robert Smithson retrata a paisagem urbana contemporânea, de viadutos, autopistas, estacionamentos e conjuntos habitacionais populares, devastada pela industrialização e pelo crescimento urbano. As casas cortadas de Gordom Matta Clark também enfatizam o caráter precário e degradado da paisagem urbana, revelando referências passadas inscritas nas edificções e, evidenciando o poder do ausente, do vazio e da eliminação.

As apropriações e intervenções em megacidades são estratégias que proporcionam uma outra percepção da área urbana, permitindo-se ir além do que pode ser visto. Em Belo Horizonte a prefeitura tenta por em prática um projeto que prevê a adaptação de prédios abandonados do hipercentro da capital para nova ocupação como moradia popular. Numa tentativa de atuar de forma democrática nos vazios da cidade.

“A metrópole, armada por uma nova trama de circuitos de transporte e comunicação, rasga-se em todas as direções. Um estilhaçamento que a converte num amálgama de áreas desconectadas. Espaçamento e desmaterialização são mecanismos da expansão urbana. Ao avançar, a metrópole deixa um vácuo atrás de si.”¹

Como intervir nesses vazios presentes nos grandes centros urbanos? É papel do arquiteto, propor novas políticas urbanas de intervenção para esses espaços, minimizando os impactos negativos que a nova configuração das cidades tem gerado.







¹ PEIXOTO, Nelson Brissac. Cidade Desmedida. Disponível em: . Acesso em: 21 dez. 2007

Projeto prevê transformação de prédios fechados no hipercentro de Belo Horizonte em moradias.
Disponível em
: <http://www.iepha.mg.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=370&Itemid=156> Acesso em: 22 dez. 2007

INFORME: Urbanismo e Arte nas Megacidades IN: PEIXOTO, Nelson Brissac. Paisagens urbanas. 3. ed. São Paulo: SENAC, 2004. p.392-436.

Diagnóstico Ambiental das Nascentes Existentes no município de Timóteo. (TEMA 07)

Como no tema anterior tratamos da situação dos esgotos, gostaria agora de falar um pouco sobre a situação dos nossos “Recursos Hídricos”, e mais precisamente no caso de Timóteo.
Em 2005, tive a satisfação de participar de um levantamento sobre a situação dos recursos hídricos do município de Timóteo. O trabalho foi intitulado de Diagnóstico Ambiental das Nascentes do Município de Timóteo.
De um modo geral o projeto traz preocupações relativas à necessidade de controle ambiental das microbacias existentes no território do município. Foram realizados estudos diversos em todo território municipal com o objetivo de caracterizar e diagnosticar a situação real de cada microbacia municipal com suas respectivas nascentes.
Dentro da área do município de Timóteo foram identificadas doze microbacias, sendo que para cada uma delas foram realizados os cálculos de área e de perímetro, levantamentos técnicos ambientais e localização das nascentes através de mapeamentos e georeferenciamentos. Infelizmente os resultados obtidos não foram nada satisfatórios, visto que, foram identificadas em todo o município 207 nascentes, e desse total: 61 encontram-se completamente secas; 16 intermitentes (só correm em períodos de chuvas) e apenas 130 foram consideradas perenes (correm o ano todo). É de se espantar, pois o percentual de nascentes que se encontram secas e intermitentes é significativamente elevado (37,20 %).
Dentre os vários fatores responsáveis pela degradação dos recursos hídricos os principais são: a retirada da cobertura florestal nativa, técnicas inadequadas de preparo e cultivo do solo e o uso inadequado dos próprios recursos hídricos.
Ainda assim considero importante, a constante mudança do uso e ocupação do solo no município; ou seja, a utilização inadequada de áreas que não deveriam ser utilizadas para parcelamento urbano e que deveriam ser destinadas à proteção ambiental e ao conforto das áreas urbanas atuais.
O projeto também propõe ações a serem implementadas nas microbacias visando a recuperação destas áreas, caracterizadas como “Áreas Degradadas”. O processo é lento, mas, trata-se de um processo dinâmico, que utiliza-se de técnicas de planejamento ecológico-econômico, que tem por objetivo caracterizar cada uma das áreas e propor seu melhor desenvolvimento, de acordo com suas finalidades, estabelecendo diretrizes básicas para o Manejo das áreas.
Além promover a reabilitação destas áreas ditas “degradadas”, acho que o mais importante a ser trabalhado seria 1º, a Educação Ambiental, com o objetivo de sensibilizar a comunidade sobre a importância de proteção das nascentes (seus recursos hídricos, seu solo, sua fauna, sua flora, dentre outros) e promover parcerias com órgãos ambientais (IEF, EMATER) com o objetivo de melhor uso dos recursos naturais e melhores técnicas de uso e ocupação do solo.

novembro 21, 2007

Restos humanos

Enfim os tão esperados 15 minutos chegaram, e vieram melhor do que o imaginado. Não são apenas 15 minutos, se quisermos podemos nos manter no hall da fama por tempo indeterminado.
Agora podemos saber qual é a marca do tênis deles e eles podem saber quais são nossos restaurantes prediletos.
As festas do fim de semana não são mais privilégios de quem foi, na segunda feira basta acessar o orkut pra saber o aconteceu por lá.
Nele as histórias são contadas e ilustradas por nós mesmos, não dependemos de ninguém para que nossos personagens sejam criados a nossa maneira.
Com identidades reais ou fictícias é assim que nos conhecemos agora, mas isso não importa: a vida, as paixões, as músicas e as comidas estão ali e é disso que precisamos.
Assim como os punks se reuniam nas esquinas para ouvir música e discutir temas, no orkut as tribos se encontram e criam nichos e rede de amizades, uma vez que as cidades já não proporcionam tais encontros.
“Encontros” não é uma boa palavra a ser usada, pois eles já não nos interessam, o que realmente precisamos é de sermos assistidos, e na verdade quem não estava mais dando conta eram os veículos formais de comunicação, pois eles se restringem às celebridades de características pré-determinadas.
E se os encontros já não são mais o foco, a tribo é ainda menos importante, os perfis já estão criados e agora, como nas comidas enlatadas, basta nos identificarmos (ou não) com eles e digeri-los, mesmo que com um pouco de incômodo.
Após a digestão nos resta apenas expelir reproduzindo os ângulos e as cores das fotografias, as linguagens das frases usadas, nomes de filmes e músicas favoritas.
São esses restos de ficções enlatadas, nas quais o real e o imaginário se confundem todo o tempo, que ajudam a conformar o melhor espelho da sociedade atual.
O orkut representa uma sociedade da qual ele faz parte e já nos faz confundir quem é a criatura e quem é o criador. E mais uma vez a história de cidades, nações ou da humanidade está sendo contada pelos restos, mas dessa vez mais glamourizados do que os esgotos de Victor Hugo.

Urbanismo é muito mais...

Ao analisarmos nossas cidades (as grandes e brasileiras), não podemos desconsiderar determinados fatores, que vistos a partir do senso comum, aparentam ser mais simples do que realmente são. O atual problema da violência urbana, por exemplo, não está restrito à classe social. Ele é resultado de uma série de fatores, que passa, inevitavelmente, pelas precárias condições de sobrevivência nos bairros e comunidades periféricas. Lugares onde a violência, quase sempre, está relacionada a questões estruturais, como moradia, oportunidades de emprego, saúde e saneamento básico. Porém, destaco o problema do saneamento, colocando-o como primeira peça do nosso quebra-cabeça. A partir da analise de suas conseqüências, poderemos enfatizar a importância do urbanismo, visto por vários ângulos.

O déficit do saneamento básico significa uma ameaça ao bem estar do homem e caminha lado a lado com sua (falta de) dignidade. Inundações, lixos, doenças infecciosas, preconceitos... Resultarão ao longo do tempo em revolta dos moradores, que por sua vez poderão gerar violência. Desemprego, drogas, assaltos, toques de recolher, tiroteio, prostituição...
Com o crescimento da violência também cresce o medo. Muitas pessoas mudam suas práticas sociais a fim prevenirem. Evitam sair à noite, adotam vidros fechados e/ou blindados, casas isoladas, muros altos, câmeras, sensores e se restringem aos espaços privatizados, onde estão instaladas “pessoas seletas”.


Vivem como “Caramujos”, enroscadas e protegidas. Uma proteção que também é alcançada por meio de estruturas de condomínio, que dividem a cidade em blocos de pessoas supostamente “iguais”. De dentro dos condomínios fechados cultivam um relacionamento de ruptura com o entorno mais próximo, a rua, o resto da cidade, elaborando um processo onde se organiza as diferenças, desigualdades.

A massa que antes se aglomerava nos centros urbanos, hoje se reúne em pólos comerciais, mais preocupadas em consumir do que com um propósito comunitário. Trata-se de uma geração que cresce na maior parte do tempo se relacionando com máquinas, e se sente ameaçada com a presença de outros seres humanos: individualidade excessiva.

A intensa difusão da violência estabelece base de pensamento, principalmente, nas gerações mais jovens, e transformam-se em normalidade. Explorar o outro é regra geral como forma de convivência. Banaliza-se a morte como solução de conflitos. Assim, da individualidade, passamos facilmente á intolerância, e obviamente ao início desse ciclo: violência.

Desse modo, torna-se explícita a urgência de pensar o urbanismo, começando por sua função de promover uma melhor qualidade de vida através do saneamento básico, afim de evitar o “efeito borboleta” supracitado. É importante observar que o verdadeiro sentido do urbanismo vai além de um monte de canos, concreto e asfalto. Urbanismo é sobre “pessoas”. É sua responsabilidade criar eventos e situações que promovam uma relação entre indivíduos e contribuiam efetivamente para o desenvolvimento humano.

novembro 20, 2007

100% tratado é igual a 100% coletado???

Segundo um levantamento publicado no Jornal Estado de São Paulo, a água de abastecimento nas capitais brasileiras é desperdiçada antes de chegar às torneiras do consumidor. Os vazamentos na rede de distribuição das 27 capitais são responsáveis pela perda de 45% (6,14 milhões de litros) da água retirada todos os dias dos mananciais que abastecem mais de 43 milhões de pessoas que moram nessas cidades. A água perdida diariamente nas capitais seria suficiente para abastecer 38 milhões de pessoas por dia. Agora imaginem este desperdício e lembrem das famílias nordestinas que passam fome e sofrem com a falta de água (é no mínimo absurdo).

Das 27 capitais brasileiras, apenas seis - Goiânia, Palmas, Salvador, São Luís, Vitória e Belo Horizonte - atendem à totalidade de sua população com rede de distribuição de água. Já as piores são Macapá (58,5%), Rio Branco (56,2%) e Porto Velho (30,6%).

A destinação dos esgotos é vital para o meio ambiente e para a saúde de todos, entretanto, no Brasil está muito longe de ser adequada. Mais da metade da população não conta sequer com redes para coleta e cerca de 80% dos esgotos gerados são lançados diretamente em rios e mananciais, sem nenhum tipo de tratamento. Cerca de 30% da população residente nas capitais brasileiras não tem acesso à rede de coleta de esgotos.

É de se impressionar, uma vez que 38 milhões é o número de pessoas que poderiam ser atendidas com o volume total de água potável desperdiçado por dia, ou seja, mais de três vezes a população de São Paulo, maior cidade do País; e 220 litros por dia é o consumo diário de água de cada paulistano, o dobro do recomendado pela ONU.

Diante de dados tão alarmantes, lembro-me do outdoor exposto na BR 381, mais precisamente na virada do Caladinho para a Usipa, que possui se me lembro bem a seguinte frase: Bem vindo a Ipatinga, primeira cidade com 100% do esgoto tratado. (ou algo parecido). Bom, vamos analisar direitinho. Pode até ser que 100% do esgoto é tratado, mas também é 100% coletado??? Pois a situação piora quando se compara a quantidade dos esgotos produzidos e coletados com o que é tratado. Se compararmos que menos da metade dos residentes nas capitais tem seu esgoto filtrado em estações de tratamento, uma informação dessas pode até impressionar mesmo.

novembro 19, 2007

O BICHO

“Desenvolvimento humano é o processo de ampliar as escolhas das pessoas, expandindo as funções e capacidades humanas. Em todos os níveis de desenvolvimento, três capacidades são essenciais para os seres humanos: ter uma vida longa e saudável, ter conhecimento, e ter acesso aos recursos necessários para um padrão decente de vida. Mas os domínios do desenvolvimento humano se estendem além disso: é necessário promover a participação, a segurança, e a garantia dos direitos humanos — elementos necessários para que o ser humano seja criativo e produtivo, para que se sinta respeitado, poderoso, e para sentir que pertence a uma comunidade.”Nações Unidas, RELATÓRIO DE DESENVOLVIMENTO HUMANO 2000.

Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Para a família não morrer de fome, Maria do Carmo, moradora de Tabira no sertão de Pernambuco dá a receita.
Ingrediente: palma, um cacto repleto de espinhos (planta utilizada para alimentar o gado).
Modo de preparo: “Raspei os espinhos, passei em 6 águas para tirar a baba verde da planta e cozinhei com sal. Para acompanhar uma sopa rala feita com ossos de boi.”
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
Assim como em “Vidas Secas” de Graciliano Ramos, o homem hoje está reduzido a condição de animal.
Dentro da realidade brasileira , milhões não têm as condições mínimas para “ser pessoa”; não são também cidadãos, segundo João Baptista Herkenhoff , porque para o ser é necessário atender determinadas condições tais como: ter direito à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante a lei, em resumo, ter direitos civis, que garantem a participação do indivíduo na riqueza coletiva: o direito à educação, ao trabalho, ao salário justo, à saúde, a uma velhice tranqüila.
Rudolf Strahm mostra que em decorrência do modelo de produção destina­da à exportação, adotado pelos países do Terceiro Mundo, por pressão do Banco Mundial e outras agências internacio­nais, é que a miséria tem agravado nos países subdesenvolvidos. Uma das conseqüências mais visíveis da subnutrição crônica tem sido o surgimento de toda uma geração (já são milhões de brasileiros entre 15 e 18 anos) que atinge no máximo 1,60 metros de altura, ficando abaixo dos padrões internacionais. É o chamado “homem gabiru” que vive do lixo dos centros urbanos.
O bicho não era um cão,

Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.( Manoel Bandeira)
Victor Hugo, diz que a história dos homens reflete na dos esgotos, mas o que vejo é
que a história dos esgotos intercepta a dos homens. A lepra é política-econômica. O homem-lixo o seu produto, "ele é a ratazana que dos esgotos transporta a epidemia social".


novembro 18, 2007

TEMA 06 (postagem ate 29/11)

novembro 17, 2007

Situação de calamidade

“Falta de acesso a água e saneamento mata 1 criança a cada 19s, sobretudo, são registrados anualmente 5 bilhões de casos de diarréia nos países em desenvolvimento. Anualmente, essa doença tira a vida de 1,8 milhões de crianças menores de 5 anos — 4.900 por dia. É a segunda principal causa de morte na infância, só atrás de infecções respiratórias. Ainda que possa ser evitada com medidas simples, a diarréia mata mais do que tuberculose e malária, seis vezes mais que os conflitos armados e, entre as crianças, cinco vezes mais que a AIDS” segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano de 2006.


Mas o quê importa, são os pobres mesmo que sofrem disto!!! Os políticos engravatados, tendo auxílio de balsas - moradia, comida, viagens, roupas e o mais importante, com muito dinheiro no bolso. Importar com a situação de calamidade nas periferias? Pra quê? Os votos já foram computados. Mas tem momentos que se “preocupam”!!! Hum... é quando chega a eleição... Que gracinha!!! Todos acariciando o “povão” nas ruas, numa disputa acirrada, quem abraça mais ou tira fotos, comendo o que a população come, isso é, quando tem algo pra comer.


Anúncios por toda a parte mostram as ruas asfaltadas, postos de saúde construídos ou reformados e o mais importante, claro, rios canalizados, que maravilha!!! Acabaram-se todos os problemas, ratos, esgoto, baratas, mal cheiro, lixos em frente de casa. Sempre os problemas pontuais, nunca uma ação preventiva ou pensada de forma que possa minimizar a situação. Pobre coitado aquele que mora na “boca” onde termina a canalização, pois se começam as chuvas, tudo que foi “resolvido” acima vem como uma bola de neve e vai tudo para sua porta, aquela correnteza carregando uma montanha de lixo, inundando tudo. Importar com a situação de calamidade nas periferias? Pra quê?


Victor Hugo estava certo ao dizer “o
esgoto é a consciência de uma cidade”, pois apesar da cidade se mostrar aparentemente “limpa”, forte, como uma “rocha, por trás da robustez, ela demonstra a fraqueza, imperfeições, com “feridas” que sangram toda a sujeira dos governantes, interrompendo totalmente a junção que existia entre os grupos sociais, mostrando a verdadeira face da cidade que estava encoberta.

novembro 14, 2007

esgoto brasil

"Mais da metade dos domicílios brasileiros (51,5%) não dispõe de rede de coleta e tratamento de esgoto."
Jornal O Liberal

"Enquanto a rede de água e os serviços de coleta de lixo e limpeza urbana se encontram na maioria dos municípios brasileiros, a rede de esgotamento sanitário está espacialmente concentrada na região Sudeste e nas áreas mais urbanizadas das demais regiões do país. Sabe-se que o abastecimento de água constitui questão fundamental e demanda solução, em razão dos riscos que a ausência ou o fornecimento inadequado de água representam para a saúde pública, mas o esgotamento sanitário também representa um grande problema."
IBGE, Comunicação Social

Estado do desenvolvimento humano
Tendo em vista o pensamento de Victor Hugo, que o estado do saneamento diz alguma coisa sobre o estado do desenvolvimento humano, poderíamos avaliar a evolução das cidades, através dos esgotos. Considerando que tal evolução está associada a tudo que circunda a evolução também do ser humano, a forma com que nos relacionamos, tanto com os outros seres quanto como o meio que nos envolve. Mas o que no esgoto denunciaria esse desenvolvimento humano?
Esgoto – Estágio Final dos recursos naturais de uma nação
Nossa forma de nos relacionar está intimamente ligada à forma como nos relacionamos com o lugar onde vivemos, considerando suas fontes de recursos. No caso do Brasil, temos como riqueza água em abundância, e a utilização deste grande recurso demonstra nossa vida como nação. O esgoto como citado acima, não é coletado adequadamente em mais de 50% de nossas casas, ou seja, metade de nosso esgoto, além de está prejudicando diretamente os que não têm os recursos, está sendo jogado em cursos d’água, mananciais, ou em fossas. Poderíamos considerar alguma coisa portanto pelo esgotamento sanitário, em sua infra-estrutura, sua quantidade e a forma com que este está sendo devolvido ao curso d’água.
Teoria?
Acredito que existam outros fatores a serem considerados na avaliação de uma nação. Talvez nenhum sociólogo concordaria com Victor Hugo, já que esses estudam a sociedade de uma forma muito mais abrangente do que o "esgoto", mas talvez seja válido considerar sim esse fator, já que é parte do planejamento urbano.

novembro 03, 2007

TEMA 05 (postagem ate 17/11)

"A História dos Homens," segundo Victor Hugo em Les Miserables, "reflete-se na história dos esgotos... O esgoto é a consciêcia de uma cidade." Ele usou os esgotos de Paris dos meados do século XIX como metáfora do estado da cidade. Contudo, num sentido mais lato, e Victor Hugo também o viu, o estado do saneamento diz alguma coisa sobre o estado de uma cidade ou nação, e diz algo de forma ainda mais profunda sobre o estado do desenvolvimento humano.

FONTE: Relatório do Desenvolvimento Humano 2006 in http://hdr.undp.org/en/media/04-chapter3_pt1.pdf

novembro 01, 2007

Futuro...

Dias quentes como estes acho que nunca existiu... dias quentes , sem o sopro do vento cortando o meu rosto, aquela brisa fria me trazia na lembrança o mar gelado em que costumava mergulhar ...dias quente me faz lembrar o vapor do asfalto que aquecia a minha perna e que me fazia suar... dias quentes sem a sombra da minha paineira de folhas verdes e de flores vermelhas... dias quentes me faz lembrar destas flores caídas no chão do meu jardim formando uma piscina onde poderia nadar... dias quentes sem o coco gelado para saciar minha sede... dias quentes faz lembrar do sorvete de morango que o Tio João vendia na porta na minha infância , sorvete este que ao chupá-lo sentia um frescor inexplicável... dias quentes sem o cubo de gelo do meu refrigerador, sem poder mastigá-lo e passá-lo em minha nuca... dias quentes me faz lembrar da estradinha de chão que me levava até o pomar onde me deliciava com diversas frutas cítricas... dias quentes sem janela e porta me torna um casulo e faz-me sentir sem ar para respirar ... dias quentes faz lembrar do meu primeiro beijo, do frio que meu corpo sentiu ao beijar meu amor... dias quentes sem a água do meu chuveiro para molhar-me a todo instante... dias quentes me faz lembrar do frio na barriga que se sente ao brincar em uma montanha russa no parque de divisões.. dias quentes sem o gás da Coca-Cola fazendo cosquinha na minha garganta... dias quentes me faz lembrar dos invernos rigorosos de outros países... dias quentes sem poder me refrescar nas lágrimas da minha filha...dias quentes me faz lembrar o quanto é bom tomar banho de chuva e me sentir livre como um pássaro... dias quentes me faz lembrar das quedas de bicicleta, do arranhão ardente...dias quentes sem o sorriso confortante de minha mãe...dias quentes me faz lembrar do ventilador antigo e barulhento do meu avó, ele sentando em frente ao ventilador secando o suor que escorria pela sua testa enrugada... dias quentes sem a chuva para molhar a meu jardim e minha paineira que está morrendo.... dias quentes...

postagem do Tema 2

O que é isso?

carro
do Lat. carru
s. m.,
veículo de rodas para transporte de passageiros ou de carga;
viatura;
automóvel;
conteúdo de um carro;

dirigir
do Lat. dirigere
v. tr.,
dar determinada direção a;encaminhar;guiar;comandar;administrar;reger;governar; v. refl.,
encaminhar-se em certa direção.

transportar
do Lat. transportare
v. tr.,
conduzir ou levar uma carga de um lugar para outro;
v. refl.,
ir de um lugar para outro;remontar mentalmente;evocar;trazer à imaginação.
casa
s. f.,
edifício para habitação;
morada, moradia, mansão, lar, vivenda;
domicílio;
prédio, estabelecimento, loja;

morar
do Lat. morare
v. int.,
habitar, residir; fig.,
permanecer;achar-se;estar.

viver
v. int.,
ter vida;existir;habitar, residir;ter relação com; v. tr.,
passar (a vida);consagrar a vida a; v. refl.,
existir; s. m.,
a vida.

lanchonete
s. f., Brasil,
casa onde se servem refeições ligeiras, geralmente ao balcão.

comer
do Lat. comedere
v. tr.,
introduzir alimentos no estômago pela boca;mastigar e engolir; fig.,
gastar em comida;absorver;carcomer;corroer; gír.,
possuir alguém sexualmente; v. int.,
tomar alimento; v. refl.,
afligir-se;consumir-se;mortificar-se; s. m.,
comida;alimento;iguarias;cada uma das refeições do dia.

vender
do Lat. vendere
v. tr.,
ceder por certo preço;alienar;trocar (mercadorias, produtos) por dinheiro; fig.,
trair por interesse;denunciar; v. refl.,
alienar a sua liberdade por certo preço;deixar-se peitar, subornar;praticar atos indignos por interesse;dar o seu voto, por dinheiro;prostituir-se.

trailer
verbete
Trailer, veículo para acomodação de passageiros que se utiliza em viagens, camping ou como moradia, também podem ser utilizados para fins comerciais. Também conhecido como reboque. Tem suas origens na caravana cigana ou varda. Alguns trailers possuem seu próprio motor, enquanto outros precisam ser puxados por um automóvel.

Motorhome, ou motorcasa (Br)
veículo dotado de motorização própria especialmente equipado. As principais customizações dos motorhomes consistem em casas móveis, com banheiros, cozinha e dormitórios. Mas também é comum encontrar versões preparadas para fins comerciais (lojas, show rooms) ou até filantrópicos, como assistencia dentária entre outros.
As carrocerias mais utilizadas são de ônibus mas podem ser construídos em baús de carga, para uso em caminhões.
Algumas pessoas usam como residência fixa outros só usam para viagens. Muitos campings no Brasil já têm suporte para trailers e motorhomes.

viajar
v. tr.,
percorrer (terras) em viagem; v. int.,
andar em viagem.

trabalhar
v. tr.,
aplicar trabalho a;fazer com arte;executar cuidadosamente; v. int., exercer uma profissão ou tarefa;desempenhar as suas funções;esforçar-se;empenhar-se;conseguir;mover-se;funcionar (certos maquinismos).

O que você vê?


Porta que vira janela
Janela que vira porta
Caneta que vira lanterna
Lanterna que também é rádio e alarme
Celular que também é maquina fotográfica
Máquina fotográfica que também é filmadora
Maleta que se transforma em mesa com cadeiras
Carretinha que vira barraca
Barraca que vira casa
Canivete que também é abridor de garrafas
Carro que vira helicóptero
Avião que vira barco
Câmara de ar de caminhão que vira bóia
Utensílios domésticos que se transformam em obra de arte
Sofá que vira cama
Cama que vira armário
Pulseira quem também pode ser usada como brinco
Copo que vira luminária
Mesa que vira parede
Garrafa pet que vira cata-vento
Barro que se transforma em tijolo
Faixa de cabelo que pode ser usada como cinto
Saia que vira vestido
Impressora que também tira xérox e também é scaner
Relógio que também é cronômetro
Sala de televisão que se transforma em academia
Lona de caminhão que vira roupa e bolsa
Pneu que vira cadeira
Bambu que se transforma em bicicleta
Bolsa a tira colo que se transforma em pochete
Mochila que possui reservatório de água
Cabide que vira luminária
Peças modulares de polietileno que podem ser prateleiras, mesa de canto, divisórias de ambientes, adega, biblioteca, ...
Bexiga que vira luminária
Peças de lego que viram relógio
Pingente de cristal que possui USB drive de 1GB
Sapato de salto alto que vira rasteiro
Cinto que tem MP3
Manilha de concreto que se transforma em quarto de hotel

Cada vez é mais comum a criação de objetos que possuem várias funções, adaptadas para atender às necessidades da correria da vida moderna, sem tempo, onde tudo tem que ser feito ao mesmo tempo. Com tais objetos além de reduzir a quantidade de coisas levadas de um lado para outro, a descrição é um fator importante.

A forma de conceber arquitetura tem se modificado cada vez mais, as casa que antigamente tinham um cômodo para cada função, separados por alvenaria ou material mais rígido, agora têm espaços cada vez menores, mais flexíveis e multifuncionais. Agora, a sala, copa, cozinha, área serviço e até os quartos são separados por mobiliários que podem ser mudados de lugar, reconfigurando o espaço de acordo com a necessidade.

Tal mudança se deve ao fato da vida moderna alterar significativamente o modo de vida das pessoas, modificando também o estilo de vida que cada um realmente desejaria ter.

Novas aproprições

Nem Tudo
Arnaldo Antunes
Composição: Tony Bellotto / Arnaldo Antunes
Escova de dentes eu uso
Pra escovar os dentes eu uso
Às vezes pra limpar as unhas do pé
Às vezes eu uso chiclé

Cabelo me deixa confuso
Escova de cabelo eu não uso
Palito de dente nas unhas da mão
Às vezes eu uso sabão

O que eu faço com essa lente de contato se eu enxergo bem?
Não vou botar na orelha porque eu já escuto muito bem.

Nem tudo que se tem se usa
Nem tudo que se usa se tem.

Não tenho nenhum parafuso
Não tenho, não quero e não uso
Fios de cabelo eu tenho mais de mil
Às vezes eu uso bombril

O que eu faço com essa pedra num sapato que eu não uso mais?
Não vou botar na orelha porque eu já escuto bem demais.

Nem tudo que se tem se usa
Nem tudo que se usa se tem.

Num primeiro momento a forma de um objeto segue a sua função. O designer propõe uma forma para cumprir a função de satisfazer a necessidade do usuário, mas muitas vezes o design induz uma ilusão de que se pode controlar a função através da forma.
É comum as pessoas encontrarem um uso para os objetos que seus criadores nunca imaginaram. Possibilidades de usos são possíveis a partir da experiência do espaço pelo usuário.
O próprio usuário define a verdadeira finalidade de acordo com seus objetivos. A falta de domínio ocorre também na arquitetura. Deveríamos pensá-la como uma extensão do espaço físico onde o corpo passaria a ser o objeto central da concepção, produzindo espaços adequados e botando um fim nas idéias funcionalistas, que na maioria das vezes impõe algum tipo de atividade para o homem.
Estruturalmente a arquitetura deixaria de ser determinista e passaria a ser incerta, acompanhando o movimento do corpo do individuo no espaço.
Quebraríamos padrões, possibilitando apropriações coerentes com espaço ou desejos de seus usuários. Torna-se urgente, o fim da banalização da arquitetura produzida por imagens que são disseminadas por revistas como a "Casa Cor"; onde o corpo,desconsiderado, é obrigado a se adaptar às padronizações rígidas e às tendências do mercado.

Janelas Translúcidas


Na maioria das vezes elas são fechadas por um pano de vidro e são espaços usados para exibir produtos, marcas e serviços. Elas fazem parte de qualquer tipo de estabelecimento comercial. Servem para seduzir e são consideradas uma das mais importantes estratégias publicitárias.
Mais que espaços para exibir mercadorias, segundo a escritora Solange Bigal, “as vitrines refletem a dinâmica e o imaginário da paisagem urbana.”. Mesmo assim, o seu objetivo final continua sendo vender produtos, e é com ela o primeiro contato que o consumidor tem com um ponto de venda.
Nelas são exibidas as melhores mercadorias, muitas vezes produzidas especialmente pra seduzir o consumidor. Nas vitrines de confeitarias, por exemplo, as guloseimas que estão expostas possuem tamanho e cor padronizados, sem interessar o gosto ou qualidade. O que importa é a sedução visual.
Para cada segmento é pensando um estilo de vitrine, para vender roupas e calçados, a grande preocupação é a moda e suas tendências, e são a partir delas que um verdadeiro cenário é montado, com elementos, cores e posturas lançados nos últimos eventos de moda. Já para a venda de produtos baratos, como as lojas de R$1,99, por exemplo, é exposta uma quantidade enorme de pequenos objetos, onde o que atrai o consumidor não é o produto e sim os preços.
Nas vitrines de Amsterdam, ao invés de roupas, calçados ou comidas, outro tipo de produto, não muito comum nas tradicionais vitrines: profissionais do sexo. Lá elas se expõem como produtos e formam um mercado que movimenta milhões de euros ao ano. O aluguel dessas vitrines custa cerca de cem euros por turno, e é claro que as que ficam nos pontos mais privilegiados podem custar muito mais caro. E para que tal negócio alcance o seu objetivo final, essas vitrines também são cuidadosamente tratadas com iluminação específica, figurino sedutor e de acordo com a localização são expostos os “produtos” melhores e que correspondem com as atuais exigências de mercado.
Nas vendas pela internet, o que muda é apenas a tipologia: ao invés de pano de vidro, os clientes enxerga, os produtos através de uma tela de computador, porém nesse caso os comerciantes utilizam dos mesmos princípios e expõem seus produtos com imagens e/ou textos sedutores como nas lojas convencionais.
Grandes, pequenas, cheias ou vazias, o que importa é que lá dentro tudo se transforma em produto.