setembro 08, 2008

O criativo se supera, o acomodado acha legal...

Pois é... imagens sem título ou descrição podem fazer valer muitas formas de interpretação. Mas independente disso, o que a imagem dos chinelos de pet não deixa de “falar” é como podemos partir de soluções inusitadas para um problema que surge de repente [ou que já existia há muito tempo].
Vamos deixar de lado o clichê sobre falar [e só falar] da pobreza e miséria no mundo, e vamos partir para uma outra vertente menos discutida.
Nós, universitários do curso de arquitetura e urbanismo, estamos acostumados com as super-lojas que tem de tudo, com o mundo do Shopping Center, com a boa e avançada tecnologia do dia-a-dia [celular, internet...]. São muitos os recursos e produtos prontinhos para serem usados... mas basta arrebentar a correia do chinelo Havaianas que não sabemos o que fazer...
Nos esquecemos que muitas vezes a solução para um determinado problema está mais próximo do que imaginamos. Às vezes [e na maioria das vezes] essas soluções não estão tão claras, mas existem. E creio que como futuros profissionais da Arquitetura e do Urbanismo, não devemos nos conter em achar que tudo já está pronto, construído.
Buscar meios de bricolagem, reaproveitamento, é mais correto do que a famosa reciclagem, que exige meios caros, e as vezes mais poluentes, para se chegar num produto final dito “ecologicamente correto”.
E aí, quando vem alguém e propõe um chinelo de pet, ou é o “retrato da realidade cruel do mundo”, ou é chamada para mais uma piadinha do tipo “no Brasil é assim!”.
Penso que hoje, na nossa posição de estudantes que se prestam a discutir sobre novas idéias, e descobrir novos caminhos para se chegar num mesmo ponto de satisfação, devemos trabalhar o olhar para enxergar esses outros meios que não os que já estão traçados.
Não apenas achar legal as bricolagens que vemos, mas também tentar buscar esse poder de criação, não somente quando surgir um problema, mas sempre.
Lanara Raone
08/09/2008