outubro 27, 2009

TEMA 5

"Revistas de arquitetura"

outubro 23, 2009

ontem e HOJE

‘’Se as ruas de uma cidade parecem interessantes, a cidade parecerá interessante; se elas parecerem monótonas, a cidade parecerá monótona’’. JACOB, Jane (1916).

“A confiança na rua forma-se com o tempo a partir de inúmeros pequenos contatos públicos nas calçadas. Ela nasce de pessoas que param no bar para tomar uma cerveja, que recebem conselhos do merceeiro e dão conselhos ao jornaleiro, que cotejam opiniões com outros fregueses na padaria e dão bom-dia aos garotos que bebem refrigerante á porta de casa, de olho nas meninas enquanto esperam ser chamados para jantar, que advertem as crianças, que ouvem do sujeito da loja de ferragens que há um emprego e pegam um dólar emprestado com o farmacêutico, que admiram os bebês novos e confirmar que um casaco realmente desbotou”. JACOB, Jane, 1916. Morte e vida de grandes cidades / Jane Jacobs.

esta sendo cada vez mais estreita as relações entre pedestres nas grandes cidades.
as calçadas estao estreitas demais.
as ruas estão mortas devido a...
temos um grande índice de violência nas ruas.
para um bom funcionamento da cidade como um todo...
temos a necessidade de investir em segurança...
tratar uma solução
e você, quer ?
é errado reclame das coisas de sua vida!
para que o culpado nao possa...
passar a tecnologia adiante?
...?

outubro 22, 2009

2 minutos de inexistência

Seria possível EU transitar em algum lugar incapaz de me dar forma ou identidade?

Seria possivel EU me relacionar com outros indivíduos através da abstração?

Ter uma identidade passageira ?

Imaginar o inimaginável ?

Ser o que não sou?

Me negar como EU?

Acho que vivencio um tempo que seja a era da espacialidade, era em que tudo se realiza ao mesmo tempo,era da contiguidade, do perto e do longe, do lado-a-lado e do disperso, do falso e do irreal.

Talvez tudo isso seja possível ...

(10:42:36) EU? entra na sala...

(10:42:39) Garoto 16 entra na sala...

(10:42:47) Garoto 16 fala para Todos: oi

(10:42:48) Mind Shrewd* fala para Todos: O quê aconteceu ontem, não vai mais repetir.

(10:42:56) Mind Shrewd* fala para Todos: Me deixe então estar contigo, seus desejos sei de cor.

(10:42:59) Escoltado entra na sala...

(10:43:02) Mind Shrewd* fala para Todos: Por bem ou por mal, hj eu vou te encontrar.

(10:43:02) VanillaEssence fala para encrenqueiro: pois nao, sr?? xD

(10:43:09) Mind Shrewd* fala para Todos: Sempre que quiser um beijo eu vou te dar.

(10:43:10) Odeio o ser humano fala para Todos: blaaaahhh isso tudo é conversa fiada...

(10:43:11) Odeio o ser humano sai da sala...

(10:43:12) nany fala para elisa: oi

(10:43:16) Shaman fala para Mel*: de novo ?

(10:43:16) nany fala para elisa: td bem ?

(10:43:22) encrenqueiro fala para VanillaEssence: q c tem? conta pro tato?

(10:43:25) VanillaEssence fala para elisa: oie

(10:43:25) Ariana II sai da sala...

(10:43:26) andre luiz fala para nany: olá

(10:43:29) Mind Shrewd* fala para Todos: Deixa eu te levar \o\

(10:43:32) Shaman fala para Mel*: eh, imita os demais

(10:43:37) VanillaEssence fala para encrenqueiro: kem eh tato??

(10:43:41) Mel* fala para Shaman: Ei Thiago , kd vc ?

(10:43:42) Shaman fala para Mel*: se deixe levar pela maioria

(10:43:43) encrenqueiro fala para VanillaEssence: eu sou tato

(10:43:43) nany fala para andre luiz: oiiiiiiiiiiiii

(10:43:51) - renanZ0r fCZ0r¹³ dá um fora em Todos: É...

(10:43:52) Ariana II entra na sala...

(10:43:52) Li_21 sai da sala...

(10:43:54) - renanZ0r fCZ0r¹³ dá um fora em Todos: Vou sair.

(10:43:57) Garoto 16 sai da sala...

(10:43:58) - renanZ0r fCZ0r¹³ dá um fora em Todos: Tchau :*

(10:44:00) nany fala para elisa: moro aqui , sempre estou por perto rsrsrsrs

(10:44:02) Mind Shrewd* fala para Todos: me levaaaaaaaa com vc!!! \o\

(10:44:05) nany fala para elisa: e vc

(10:44:05) - renanZ0r fCZ0r¹³ sai da sala...

(10:44:10) Ariana II fala para Escoltado: ?

(10:44:10) andre luiz fala para nany: tudo bem com vc

(10:44:12) encrenqueiro fala para VanillaEssence: c tá mais calma hoje?

(10:44:13) VanillaEssence fala para elisa: tudo bem e vc?? xD

(10:44:18) nany fala para andre luiz: td e vc

(10:44:19) Li_21 entra na sala...

(10:44:25) andre luiz fala para nany: moras aonde

(10:44:30) Ariana II fala para Escoltado: quem ser vc?

(10:44:30) VanillaEssence fala para encrenqueiro: to sempre calma.... soh brigo com uma pessoa aki hauheuhauhe

(10:44:36) EU? sai da sala...

Bordado arquitetônico

O bordado não se limita somente a colocar uma linha na agulha e costurar sobre um pano. Ele gera a possibilidade de verbalização, uma maneira de contar a história da vida e do cotidiano de cada um através de agulhas, linhas e panos.


Em uma sociedade em que a forma escrita é uma arma de poder, a imagem é utilizada como uma possibilidade de narrativa, seguindo um caminho paralelo. É um modo universal de se contar estórias, já que nem todos têm o domínio da escrita.


Este tipo de trabalho é extremamante importante para registrar os fatos que estão acontecendo em um determinado momento, e que são de grande valor para a construção de uma memória regional, além de valorizar a própria história de vida, que quando bordada, ganha outra dimensão.


Além disto, o bordado livre contemporâneo auxilia na construção de um olhar mais sensível. Ao dedicar mais tempo ao objeto, fruto da inspiração, a percepção sobre ele aumenta, e nota-se o que comumente não é percebido.


Pensando que o objeto de estudo seja a cidade, podemos citar os deslocamentos urbanos em que, durante a caminhada, a percepção dos espaços é cada vez mais automatizada. Não absorvemos a paisagem como vivência, mas como o enquadramento de uma imagem, fixa, desprovida de sensações.


Desta forma, se começarmos a olhar a cidade não como um bloco inteiro, mas em fragmentos, como uma colcha de retalhos, onde cada pedaço, cada cor, cada textura precisa ser cuidadosamente formulada tendo em vista o resultado final, se adquire uma variedade de qualidades e valores infinitos dentro desses percursos.


Ao pensar na cidade como uma ferramenta de trabalho do arquiteto, têm-se uma estrutura de pensamento parecida com a da bordadeira, que necessita ver com profundidade, observar, compreender e experimentar, criar relações e atribuir significados, construir fantasias e provocar reações. Pode-se dizer que o bordado é uma forma de representação, assim como o desenho do projeto arquitetônico. Afinal de contas, a arquitetura é um discurso que se materializa.

Viver...

Nossos corpos contemporâneos condensam atitudes anacrônicas, contraditórias ao contexto temporal.
Desde que a humanidade começou a pensar, no sec V a.C., com Sócrates e Platão, os atos de falar, raciocinar ou representar tornaram-se mais importantes que os de viver, experimentar e sentir. A materialidade súbita ao âmbito de uma mera idéia. Logo a alma tornou-se mais importante que o corpo.
Contraditorio a esse pensamento, Nitshe no sec XVIII, tenta inverter essa lógica Platônica que valoriza o pensamento racional desvalorizando o corpo. Ele afirma: "A primeira relação com o conhecimento é física. Tudo é corpo, nada mais".

O pensar é um gesto que nasce do corpo.
A razão um pensamento que nasce de outro pensamento.
O limite da racionalidade se encontra numa mera negociação entre os signos e as reações apreendidas através da vivência.

A imposição racionalista permitiu que a linguagem "susbtiuísse" a experiência, entorpecendo os corpos, tornando-os cada vez mais passivos.
Essa "tal" experiência, obviamente antecessora à linguagem, é "a" condição passageira necessária para o pleno exercício da consciência, para uma percepção ampliada das coisas.
É preciso valorizar o não dito, o que já está dado. Lugares muitas vezes insuportáveis, dada a ausência do artificío da linguagem.
Os corpos contemporâneos necessitariam então, se libertar da covardia, de aprender a lidar com a frustação, com o medo e o incômodo, sentimentos que estão localizados em nós, numa fronteira entre a repetição e a criação.
É preciso atuar no mundo com originalidade e atitude frente às coisas, não seguir os paradigmas impostos e herdados por uma sociedade imersa numa condição autofágica, determinada por uma "lavagem cerebral" instuída pelo sistema ao qual a humanidade se encontra inteiramente imersa. A partir daí, torna-se possível imaginar a possibilidade, de no máximo compreendermos na sua totalidade, o significado do termo livre arbítrio, e aí então, enfim, de de fato: viver.

Cícero Menezes

andarcotidiano - Desaceleração corporal em meio aos obstáculos urbanos

A partir da idéia de que uma cidade é pensada e voltada para a busca da funcionalidade, mesmo que não seja uma preocupação única. Suas vias públicas, seus edifícios, e todos os equipamentos que fazem parte deste cenário devem ser eficientes para o exercício de funções como moradia, trabalho, lazer e principalmente para a circulação.

Estes elementos de composição do cenário urbano e suas funções estéticas devem ser levados em conta pelos setores administrativos em toda e qualquer intervenção urbanística, mesmo as efêmeras. E sua proteção deve ser disciplinada e garantida em lei, mas nem sempre estas condições são respeitadas, o que provoca um desligamento da cidade com seus habitantes.

Ao pensarmos em uma especulação em torno da funcionalidade das cidades contemporâneas, observamos que os praticantes ordinários das cidades atualizam o urbanismo, através da prática, das experiências dos espaços urbanos. E embora as indicações para usos possíveis de um espaço projetado sejam feitos, são as improvisações e apropriações que legitimam ou não o que foi projetado, ou seja, são os habitantes que determinam e reinventam as cidades. Esta leitura pode ser observada entre as experiências de circulação, onde as ruas, calçadas e todas as linhas de traçado urbano passam a fazer parte de um conjunto de condições, que interagem os habitantes ao movimento das cidades. Esta especulação estar diretamente ligado a própria experiência corporal urbana enquanto práticas cotidianas.

O corpo cria caminhos alternativos, rotas de fuga, desvios que buscam uma aceleração, e esta simples experiência corporal no cotidiano podem sofrer um empobrecimento. Quando as alterações e os elementos urbanos se comportam de maneira a provocar uma resistência a esta dinâmica acelerada das rotinas diárias das cidades, e do roteiro memorizado enquanto exercício corporal. Esta desaceleração liga diretamente o corpo e seu movimento a uma funcionalidade não pensante das cidades, principalmente quando as alterações são produzidas de modo arrogantes e ilegítimas, através de estruturas ou elementos urbanos fixos e/ou móveis, transformando as cidades em espaços “incorpóreos” de exercícios impossíveis.

Walter Silva Costa

Transporte humano?

Uma questão do cotidiano de todas as pessoas do mundo é o transporte, seja ele de ônibus, trem, avião ou qual outro for. As questões são no mínimo parecidas, diariamente as pessoas se transportam no núcleo urbano, em áreas rurais ou de uma cidade para outra. É Comum pessoas viajarem constantemente para outra cidade no final de semana, ou mesmo em ocasiões de cotidiano as pessoas precisam utilizar os meios de transporte públicos para se locomover dentro da cidade/região.
Com a evolução da economia foram desenvolvidas diversas formas para transportar grandes quantidades de produtos de uma só vez, tendo como objetivo aumentar o lucro no setor de logística, o trem, por exemplo, no Brasil é um meio de transporte lento, mas de uma só vez carrega vários vagões e cada vagão toneladas de produtos, é uma lógica de baixo custo, mas em grande maioria os produtos transportados dessa maneira são produtos que precisam ser enviados em grande quantidade (tijolos, grãos, minério de ferro entre outros) ou produtos de grandes dimensões (pedras de granito, mármore, peças de aço entre outros), ficando fora desses os produtos frágeis que precisam de maiores cuidados (produtos eletrônicos, peças de vidro, mobiliários entre outros), isso acontece por causa da viajem onde nem todos os produtos suportariam se expor as condições de uma viajem dessas, claro que existem formas de amenizar as situações problemáticas da viajem, mas não é utilizado por algum motivo.
Nos meios de transportes para produtos frágeis, existe uma série de cuidados a serem tomados, os produtos não podem ficar soltos nas carrocerias ou contêineres, não podem ser expostos a umidade ou até mesmo a radiação solar, esses são cuidados mínimos que se tomam para os produtos não perecerem durante a viajem.
No transporte público fornecido para a população pode se dizer que os usuários são estocados e empilhados durante a viajem, seja ela de longa ou curta duração, e cuidados tomados com produtos frágeis em transportes não são usados com a população, quem já se aventurou em utilizar meios de transporte em horário de pico sabe bem o que é isso, faça chuva ou faça sol a situação de um ônibus hiper-lotado não melhora muito. As empresas especializadas em logísticas estão preparadas para transportar qualquer tipo de carga, perigosa, inflamável, frágil, mas isso não acontece com o transporte público, onde as empresas têm dificuldade para transportar até mesmo uma pessoa com algum tipo de deficiência, poucos ônibus possuem suporte para tais passageiros, e quando possuem os funcionários não sabem utilizar, ou os equipamentos não funcionam.
Nem tudo é culpa das empresas responsáveis pelo serviço, as pessoas também são mal instruídas ou não percebem a situação por várias vezes, para ilustrar isso, basta lembrar-se do ônibus lotado e a maioria dos que estão de pé estarem perto da roleta, ou então as pessoas que adoram sentar do lado do corredor na mesma situação de ônibus lotado e não perceberem que as pessoas querem sentar na outra cadeira ao lado que por acaso esta vazia. Existem também nas viagens de maior duração pessoas que não percebem que incomodam em diversas situações, podemos citar uma pessoa com três crianças com menos de cinco anos que ao viajar compra apenas uma poltrona, ela não vai colocar três crianças no colo, mas a pessoa que comprou a cadeira ao lado vai querer se sentar, não é o direito das pessoas que está em questão, mas sim a forma com que esse é utilizado.
Julgar quem é o responsável por isso não é o caso, mas sim perceber como é estranha a distância do modo de transporte de produtos do transporte humano, ao que parece o lucro é muito mais importante.

Hugo Marlon

PRAÇA

A praça é caracterizada em todas as civilizações como sendo um espaço “público”. Da mesma forma que as ruas, ela, dentro do urbano é considerada pública (SALDANHA, 1993).

As cidades crescem cada vez mais, as pessoas perdem os espaços de lazer e a convivência espacial para se confinarem em shoppings, cafés, restaurantes, bares, e o local público deixa de ser o espaço de convívio, perdendo força como espaço simbólico.
A praça é o espaço coletivo mais relevante de todo o meio urbano. Seu papel na cidade é de ponto de encontro. A praça humaniza os espaços com a presença do todo, sem recortes, porque, ao contrário do jardim moderno que pertence a cada casa, a praça abarca todas as casas.
A praça tem grande dimensão morfológica, mas se transforma em um espaço vazio, desarticulado do cotidiano urbano, o que fazem deserta e apenas ocupada em situações muito particulares.
Hoje, ela não e vista mais como nossos últimos fragmentos de espaços ricos, de particularidades e historias, nosso refugio da cidade de concreto, ultimas zonas verdes no meio urbano.
Visto que as praças não estão sendo ocupadas, mal sendo usadas como área de transição, entre uma casa e outra, ou entre um quarteirão.

Na Idade média, a praça não era entendida apenas como um marco zero da cidade, mas como um retrato de sua vida íntima, como seu micro modelo, centro de operações e decisões. (FERRARA,1986).

Arquitetura e Urbanismo


Nossa formação é Arquiteto Urbanista, mas muitos profissionais se resumem em arquitetos somente... Adianta ter uma bela e boa moradia sendo que o entorno não compete com a mesma? Qual será o porque do urbanismo ficar em segundo plano? Porque não se discute a cidade em suas minúcias? A maior parte dos arquitetos constroem casas paraísos, onde o usuário entra e esquece a cidade, pensa na pessoa que tem carro, onde o pedestre não tem vez. É que atualmente estamos vendo exemplos de mega urbanismos fora do país que transbordam a vontade de se fazer verdadeiras cidades paradisíacas pra se viver, mas isso é um atraso, já que Curitiba é considerada cidade modelo a tanto tempo, mas um modelo nunca usado. Acho que chegou a hora de se pensar em urbanismo propriamente dito, pra quando se falar nas qualidades das cidades, não citar o bairro tal porque é mais chique, ou citar o condomínio tal, o bacana é nós profissionais se preocupar em dizer que a cidade inteira é prazerosa de se viver...


Luiz Gustavo de Ávila Lelis

outubro 21, 2009

Som e Arquitetura

A relação do ser humano com o espaço no qual ele se encontra se dá através dos sentidos, é através de estímulos externos que sentimos o ambiente que nos rodeia. Falando especificamente do sentido da audição, a arquitetura pouco tem feito, para proporcionar um bom conforto acústico nos espaços concebidos.
Geralmente o sentido que mais se busca estimular é a visão, muito se discute sobre formas, cores, estética, design, etc.
A acústica é um assunto pouco explorado e pouco difundido, fazendo com que projetos sejam feitos sem se levar em consideração os prejuízos que a falta desse estudo pode acarretar, ou deixando de desfrutar dos benefícios que uma boa acústica pode proporcionar.
As literaturas voltadas para essa área, geralmente são de difícil entendimento, fazendo com que o leigo não desfrute desse conhecimento, mas apenas os especialistas da área. Esse talvez seja um dos motivos que fazem com que o leigo na hora de construir, não se preocupe com estes estudos, pois sequer sabe de sua existência.
O som por ser invisível, geralmente não se dá a devida importância a ele, e quem sofre as conseqüências da falta da aplicação de um estudo de acústica, muitas vezes sente o problema, mas não sabe sua origem e nem como o resolver. Por exemplo, pessoas que querem dormir durante o dia, mas não dispõem de ambientes tranqüilos para isso, às vezes usam protetores auriculares para conseguir silêncio, ou tem outro cômodo além de seu quarto para poder dormir durante o dia. Outro exemplo: em igrejas, às vezes o som está embolado, sem definição e se tem a sensação de que o volume está alto, as pessoas acham que a solução é simplesmente abaixar o volume dos aparelhos, quando na verdade o problema está em uma arquitetura que não proporciona um bom conforto acústico.
Outro fator que contribui para que a acústica seja deixada de lado, é o alto preço das soluções que podem ser encontradas no mercado, para se ter um exemplo, janelas que isolam o som externo podem chegar a R$ 5000, e não é qualquer um que tem condições de adquirir uma dessas.
Então cabe a nós arquitetos buscarmos soluções mais viáveis e fazer com que a importância do assunto seja mais difundida, buscando a criação de espaços que ofereçam um melhor conforto acústico.

Som como gerador de arquitetura

A melhor maneira de escutar a arquitetura seria ensinar o público a ouvi-la. Na teoria, a maioria das escolas de arquitetura desempenha este papel, porém na prática, tal atividade não é desenvolvida em um curso onde as disciplinas em quase toda grade curricular estão ligadas a visão. A arquitetura podia valorizar mais o som de maneira a potencializar a audição da maioria das pessoas que tem este sentido adormecido devido à visão, fazendo assim com que as pessoas enxerguem de maneira diferente a arquitetura.
Se pudessemos fazer com que as pessoas passem a ler a cidade com os ouvidos de tal maneira que assim possamos identificar o espaço edificado, assim como sua influencia nas ações de quem o utiliza, potencializando sua capacidade de interagir com o meio, imaginando-o da maneira que deseja, descobrindo assim, outras maneiras de encarar sua configuração, volumes, vazios, materiais com o qual foram construídas, atividades e suas falas através da audição feita pela gravação Binaural.
Através da audição podemos sentir através do som esta experiência única onde é possível conceber personagens, cores, cheiros, tamanhos, espaços...
Isso se baseia em meu projeto de conclusão de curso cujo a presença de atividades que envolva a capacidade sonora humana, sendo assim acessível a deficientes visuais que são excluídos pela maioria das atividades, mas também potencializando a audição das demais pessoas que se encontram em uma “surdez passiva” no qual a percepção humana é agrupada de modo a valorizar as informações visuais.

outubro 20, 2009

Arquitetura Postal

Pelas janelas do meu apartamento eu vejo pedaços de uma cidade, fragmentada pelas placas, letreiros, outdoors com pequenas manchinhas verdes uma aqui e outra ali mesclando-se entre os trincados de concreto,aço, ferragens e revestimentos cerâmicos.
Entre letras, formas, fotos, imagens, carros, pessoas; tudo quase se mistura. As pessoas, os veículos e os edifícios parecem esconder-se atrás de estampas em roupas, adesivos, pinturas e seus glamurosos néons.
A cidade aos poucos vai perdendo o aspecto arquitetônico, as pessoas em seus prédios parecem querer esconder-se atrás de propagandas, e o que sobra é apenas uma necessidade frenética de “tentar” vender e “querer” comprar. O que?
Os outdoors do outro lado da estrada parecem grandes TVs, pois a cada dia em que eu os observo vejo imagens diferentes, imagens com prazo de validade, mas com validade suficiente para que em algum momento eu pare, olhe,e os observe mesmo com a velocidade do ônibus ou carro – (quando estou percorrendo a cidade em um deles) eu consiga lê-los.
Em todo o percurso vejo uma arquitetura sendo sucumbida pela propaganda. E em meio à todo esse misto de informação,cor/luz vejo uma arquitetura contemporânea que surge com o intuito de se impor na cidade através da visibilidade clara do espetáculo. Uma arquitetura postal usada como forma de marketing de empresas, lugares e até mesmo de pessoas.
Aos poucos o espaço urbano vai se descaracterizando e deixa de ser um lugar de trabalho e moradia e passa a ser um espaço teatral, que parece não mais ser capaz de seduzir por sua própria conformação, e necessita agora de “super-produções” e “pesadas maquiagens”, como os jogos de luzes nos arranha-céus de Pudong em Xangai,os grandes letreiros e outdoors da Times Square ou os estrondosos prédios de Dubai.

outubro 19, 2009

Cotidiano Urbano P R A Ç A P Ú B L I C A Lugar de encontros ou grande palco vivo...


O cotidiano é o lugar onde o homem constrói a sua história em vistas das circunstâncias que se encontra, defronta passado e o presente, valores, vontades, sonhos e possibilidades. Assim, quando se trabalha com os sentidos do cotidiano é fundamental compreender a linguagem dos gestos e comportamentos mais simples e aparentemente banais, ouvir seu silêncio e compreender sua complexidade.

Às oito horas da manhã pequenas multidões de pessoas descem dos ônibus que estacionam na BR ou em outros pontos, passageiros de vários lugares da cidade. Aos poucos as ruas e lojas são tomadas de trabalhadores, consumidores que fazem do centro da cidade de Ipatinga espaço de trabalho, espaço de lazer, espaço para perder tempo, espaço para ganhar tempo. Seja frequentando, trabalhando, comprando, morando, sobrevivendo de algum modo. O centro é um lugar dos acontecimentos.

As praças centrais acolhem vários personagens da cidade, possuindo um aglomerado de usos, como um grande palco vivo, poses e cenas da vida cotidiana. Nela há espaço para a loucura, para o vício, para o feio, para o impróprio, resultando numa linguagem de forma franca e livre.

Espaço territorializado por atores sociais diversos, vendedores ambulantes, jogo do bicho, engraxates, religiosos e até um público para assistir os espetáculos ou consumir algum serviço prestado na praça, que varia desde o cafezinho à prostituição. Na realidade, o que aconteceu com o centro da cidade e seus espaços, Esses espaços transformaram-se, assim, em locais de perigo, até mesmo para aqueles que somente utilizam as praças como “passagem”.

Mas é preciso lembrar que os menos favorecidos estão na cidade. Cruzamos seus diversos espaços, desfazendo fronteiras estabelecidas, tomando ônibus, trem, caminhando a pé, cruzando por vários territórios, até chegarem ao seu destino: Shopping, bairros nobres, entre outros. O espaço público promove o inevitável encontro entre as classes sociais. E os poderosos vão sempre tentar esconder esta paisagem. Devemos refletir sobre estas relações entre o espaço público e espaços privados, analisar o papel e os valores destes espaços na cidade atual.

Helen Judith Bussinger Dias Neubert