abril 04, 2007

Coletividade?

É muito fácil imaginar, para cada um de nós, a cidade ideal. A grande sacada é desconsiderar a subjetividade e necessidades dos demais habitantes. A partir daí traçamos em questão de segundos um roteiro de cidade que, (ao menos por alguns instantes)poderia nos satisfazer. Talvez fosse possível admitir pequenas variações individuais, que não fossem potentes o bastante pra gerar qualquer desconforto ou desordem aos sistemas de controle.
Também seria necessário estabelecer um imaginário coletivo, que tornasse mais precisas e satisfatórias as decisões a cerca desse grupo, e que tornaria possível ter a exata definição dessa coletividade. Esse seria o cenário ideal pra qualquer planejador.

No mundo real, definir os principais traços de uma coletividade e instituir de forma solidária a todos seus indivíduos é impossível. As cidades em que vivemos são irremediavelmente inconstantes, contraditórias e irracionais e se tornaram cenário das relações que produzimos e condicionantes da qualidade da vida que levamos.
A legislação urbanística tenta criar normas que favoreçam a maior harmonia possível, entre as diferentes atividades humanas e os impactos causados ao meio.
Tentar definir de forma funcional a morfologia das cidades não é o bastante para garantir a satisfação mútua de seus habitantes. Não se pode controlar os desejos e sonhos de cada um de seus habitantes.

Paralelamente às questões de funcionalidade das infra-estruturas, e da tentativa de criação de espaços que potencializem a integração entre habitantes, as coletividades urbanas sofrem uma influencia muito grande dos meios de comunicação em massa. Talvez essa influencia não seja tão explicita na morfologia das cidades, mas é forte agente de criação de um imaginário coletivo, que irá reger a forma com que esses habitantes vêem e se satisfazem com sua participação nesse coletivo. Hoje não há qualquer controle sistemático sobre o conteúdo dos canais de TV por meio de representantes da sociedade. Todo esse controle se dá por apenas 7 familias. No dia 28/03/07 o ministro Hélio Arantes defendeu na Câmara* o controle da emissoras pública e estatal pela sociedade, pelo Congresso e pelo Ministério Público. **********************************

Talvez, considerar a formação de uma consciência coletiva antes da construção de muralhas de concreto e vidro seja um bom caminho para o urbanismo, e pra construção de uma cidade ideal.



* http://www2.camara.gov.br/internet/homeagencia/materias.html?pk=100375
Ideal Do Ideal

Difícil ter uma definição ou até mesmo dimensão do que seria a cidade, o estado ou o mundo ideal. Na verdade isso é muito pessoal pois vai muito dos conceitos e valores que cada um tem dentro de si. Suas experiências, seu aprendizado suas idéias. Lembro-me de um livro que li logo no primeiro período para um trabalho do professor Magalhães “Cidades Invisíveis” na qual eram retratadas cidades mitológicas cada uma com seus encantos, seus povos e suas culturas. Como saber qual delas seria a cidade ideal? Qual seria o critério estipulado para julgar este fato? Na verdade Niemayer tentou esta mesma façanha ao projetar Brasília baseado na então “Carta de Atenas”. Surge assim uma cidade dividida por setores onde a necessidade se faz presente como uma quebra deste paradigma. Tal cidade só existe no interior de cada um de nós pois como traçar uma rota ideal se todos os caminhos levam a qualquer lugar? Para muitos a cidade ideal seria aquela onde pudesse abrir o jornal e não se deparar com uma notícia de violência nas quais estão acostumadas todos os dias da qual já virou rotina. Para outros seria um lugar onde a força popular se fizesse presente perante seus representantes políticos que por sua vez teriam muito mais com o que se preocupar além de simplesmente criar leis ou projetos de leis onde não se chega a lugar algum. Já para outros tal façanha aconteceria onde a vida pudesse ser menos corriqueira e as pessoas pudessem ter mais tempo de aproveitar e usufruir seus benefícios seja lá com sua família, seus amigos ou até mesmo seu cachorro. Enfim cada um tem seu critério do que seria melhor qualidade de vida. Para um grupo de pessoas isto seria morar em um lugar mais afastado e menos poluído vivendo o máximo de tempo possível junto a natureza; enquanto que para outros seria morar bem junto ao centro da cidade em um condomínio fechado mas cercado do carinho de amigos e familiares de todos os lados.

João Fábio

1 Comments:

Blogger Gisele said...

legal...primeiro entender como se forma o desejo para depois satisfazê-lo!
posso até estar muito por fora...mas... como assim 7 famílias???
conte-me mais sobre esse controle...pode ser muito útil pra minha pesquisa!

6:19 PM  

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