novembro 08, 2008

Tecnologia Irreversivel

Uma das características mais marcantes do nosso tempo é a explicitação da intimidade entre o humano e a maquina. Vivemos rodeados de objetos híbridos, que tornam difícil estabelecer a fronteira entre o natural e o humano, o real e o virtual. É na seqüência das transformações que imaginamos nosso corpo sem às novas tecnologias que se jogam sobre nós com questões sobre as noções de identidade que temos vivido e experimentado muitas delas através de mutações sobre o nosso corpo.
Os meios de comunicação são como extensões do corpo humano, e o mesmo digo das máquinas. As máquinas foram e são criadas como copias das partes do corpo (‘o sistema óptico de um binóculo tenta imitar o sistema visual, as garras de uma escavadora, a mão’) e é exatamente por isso que acabam por se tornar extensões dessas mesmas partes (as ‘lentes’ dos nossos olhos não conseguem ver longe como as do binóculo, a mão não é tão forte quanto a garra da escavadora). Em contato com cada nova extensão, o corpo humano fica dependente dela, como se ela tivesse sempre feito parte dele. O nosso corpo é dependente de todos os equipamentos tecnológicos que o cerca, em diferentes graus de intensidade, logicamente, mas de uma maneira sem volta. Irreversivel é, inclusive, por se tratar da relação entre as tecnologias e a sociedade, ou a cultura (extensões do corpo humano assim como os meios de comunicação e as máquinas). Essa relação nunca causaria um impacto, já que as técnicas são criadas por indivíduos dentro das sociedades.