setembro 03, 2009

obra e discurso

OBRA E DISCURSO




Relações, singularidade, diversidade são alguns conceitos ou atributos que podem ser designados a uma obra e a um “autor”, e mais especificamente ao “sujeito” que fará de tal obra, talvez a “sua” identidade.

A arquitetura pode ser utilizada como forma de expressão de uma história. Ao evocar o passado ela é ou não um motivo da concretização do que se idealiza e pode servir de referência. Sua identidade, torna-se objeto de sua história.

O discurso faz parte de toda obra. De alguma forma, ele representa um contexto, as condições de uma época, o lugar em que está inserido, a quem é direcionado. A capacidade de uma obra se comunicar através dos materiais, disposições, eixos, cores, formas dentre outros dá a ela o poder de contemplação, de ser valorizada e respeitada. As soluções encontradas diante das necessidades individuais podem conceder à obra uma expressividade única. O entendimento de um programa é parte fundamental para um resultado final satisfatório, mas, é preciso tomar uma posição racional aliada a uma interpretação sutil e sistemática. Os percursos, ao serem definidos, possibilitam direcionamentos e criam possibilidades de movimento. A velocidade em que vivemos, na qual uma massa de pessoas corre de um lado para o outro, e o tempo não nos permite, muitas das vezes, ver os detalhes de uma paisagem, dos caminhos que se seguem bem à nossa frente, pois vivemos automatizados, amontoados, condicionados às nossas próprias necessidades. Será que a arquitetura sozinha, vai dar conta
de resolver toda essa explosão de necessidades individuais, do mercado, da sociedade? Provavelmente não, mas ela pode colaborar para amenizar o estrangulamento no qual somos levados a viver.


Eliane Inácia Oliveira da Silva
Humanidades IX