agosto 30, 2007

Sustentabilidade flutuante

Sobre o lago Titicaca, localizado entre o Peru e a Bolívia, flutuam as centenárias ilhas auto-sustentáveis construídas pelo povo Uros, descendentes dos Incas. Essse povo construiu cerca de 40 ilhas feitas com totora, uma vegetação abundante no lago, há centenas de anos pela necessidade de fugir de ataques inimigos. As ilhas têm 1 metro de espessura, formada pelas raízes dessa planta, e são fixadas por grandes estacas fincadas no fundo do lago que as impedem de flutuar a deriva. Quase tudo o que é utilizado nas ilhas é derivado de totoras, desde a comida até as moradias. A população, com cerca de 300 famílias, sobrevive da caça de aves, pesca e trocas de mercadorias. As ilhas possuem escola, cabanas, bancas para vendas de artesanato e troca de mercadorias, etc. A pequena infraestrutura presente nessas ilhas e os anos de existência confirmam sua sustentabilidade.

Sol, água e vento. Estas três fontes de energia tornam independente e ecológica a enorme ilha artificial que flutua no Tejo. A ilha-cidade funciona como se fosse uma gigantesca estrutura modulada, onde cada módulo tem água, luz e tudo o mais obtidos a partir de fontes renováveis. A concepção da Ilha pressupõe a introdução de novas tecnologias e “novos materiais inteligentes”.
"Um edifício flutuante, que pode crescer e diminuir, mover-se de e para qualquer ponto, de superfície irregular, utilizando o movimento das águas e do ar como gerador de energia, e fazendo das flutuações e da diferença de temperatura outro elemento importante. Usa a luz e o calor como energia, constituindo um organismo onde tudo pode acontecer". Assim a define Emanuel Dimas Pimenta, arquiteto português, que elaborou a proposta virtual da ilha para a candidatura de Lisboa aos Jogos Olímpicos de 2020.

A degradação dos recursos naturais e o crescimento continuo da população mundial, concentrada principalmente nas cidades, tem nos conduzido a um estado de insustentabilidade, onde é crescente a redução de solo fértil. Diante desse quadro é imprescindível a criação de planos de ação para efetivar e consolidar a sustentabilidade, repensando os sistemas construtivos e as relações homem e meio, propondo novas possibilidades de ocupação das superfícies do planeta.
Novas propostas, que utilizam novas tecnologias e materiais, têm se materializado na forma de ilhas-cidade, que flutuam sobre lagos e mares. Essa ilhas são promessas de uma vida sustentável, semelhante a vivenciada pelos Uros no Peru.

Mas diante dessas novas arquiteturas de alto desempenho ambiental e tecnológico, como sensibilizar a população a essa nova cultura do habitar sustentável?


1 Comments:

Blogger jorge tanure said...

mto bom partir de estruturas milernares p discutir sistemas atuais, mas nao se pode ser ingenuo achando q as coisas sao tao lineares assim. tambem nao ha nenhum direcionamento a novas teorias, apenas lista-se qse curiosidades...

12:03 PM  

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