setembro 14, 2008

QUEM SOU EU?

QUEM SOU EU?
Ando à procura de um significado para minha vida. Não sei quem sou ou si até mesmo sou alguém! Só sei que abandonado, marginalizado da sociedade, procuro me defender dos ataques que a vida me impõe.
Ando perdido, tentando me achar, pois se me sinto solto como um pássaro, também tenho que me defender das garras de outros, como as do grande gavião, ou de “urubus” que me olham como se fosse uma futura vítima, uma ser infeliz e miserável em plena decomposição – prato cheio para eles.

Porém se não sei quem sou, também não posso me sentir como um ser humano! Sinto meu coração duro pois nas ruas da cidade me olham como um ecoar da miséria; loucura para aqueles pobres velhinhos indefesos; uma mancha de sujeira esquecida sob as marquises - mancha negra que acaba sendo o destino daqueles homens que não encontram na vida um sentido e que acabam se perdendo num mundo sem esperanças. E é assim que às vezes me sinto, não com o coração duro, mas com o instinto de defeza ligado à procura de vítimas para serem neutralizadas afim de saciar minha fome; são essas vítimas que sem agirem pelo seu próprio querer –involutariamente – acabam me sustentando no meu mundo de incerteza...
Agora, despertado de meu “sonho” ou há quem diga: “pesadelo”, pesso que você mesmo julgue minha situação. Se for capaz, diga-me o que achas que sou? Se olhares para mim, nada encontrarás de bom! Mas uma desejo eu tenho, de ser encontrado. Eu quero aprender a olhar com os teus olhos, a amar com o amor que você tem dentro de seu coração – se é que tens amor?
Meus pés descalços não me mutilam para a luta, muito pelo contrário, me apego às condições que a vida me reservou e vou à luta. A imagem nem sempre diz a verdade. O que aqui se vê não é somente um andarlho, um malandro, um “João Ninguém”, e sim um ser que não se acomoda com os infortúnios da vida, pois eles me fazem pisar na dura realidade imposta pela vida de um ser que por mais otimista que seja, enfrenta a realidade de um futuro incerto.