março 05, 2009

Vazio Urbano e seu potencial

O vazio urbano às vezes invisível ao olhar minucioso, corrido e massacrado pelo tempo, que passa pelo olhar do pára-brisa de um carro ou de um ônibus, que mesmo próximo não se conecta, com os lotes vagos, como Belo Horizonte que planejou expandir em uma direção e expandiu fortemente em outra.
“Desde o início da formação da cidade, as camadas de mais alta renda de Belo Horizonte se expandiram na direção sul e nela se mantêm até hoje. Belo Horizonte mostra exemplarmente como essas camadas não abandonam sua direção de crescimento, mesmo quando a ação do setor imobiliário e do estado tentam demovê-la disso. Foi o que ocorreu com Pampulha, que se localiza na direção oposta àquela.” (VILLAÇA,1998:200).
Ocupar os espaços vazios e da-lo um novo sentido é transformar um ambiente no próprio beneficio de seu entorno. O projeto Amnésias Topográficas do Grupo teatral de rua Armatrux de Belo Horizonte (que convidaram os arquitetos Carlos Teixeira e Louise Ganz para colaborar em sua montagem) propuseram transformar lugares negativos como as palafitas que ocupam edifícios nas partes montanhosas de BH em palcos de apresentações.
O vazio urbano às vezes é ocupado por sem tetos, comércios informais, matos, etc., podendo esconder dentro de um único espaço – ou dentro de uma situação – potencialidades que mesmo irreconhecíveis faz parte de um cotidiano comum.
O potencial citado, muitas das vezes retorna como ocupações inteligentes, tais como cultural (cinematográfica, teatral, artística em geral), e propostas de espaços simples e necessários, ambientes como jardins, lugares de descanso e lazer.