novembro 19, 2009

Grafitti: Vandalismo Artístico ou Arte Marginalizada

[Graffiti: pl. do italiano grafitto; Arte de protestar e transmitir mensagens nas paredes][Grafitto: escritas feitas com carvão]

Brasil, Argentina, Cuba, Japão, China, Estados Unidos, Rússia, Israel, Palestina, o mundo. Em pequenas cidades ou grandes centros urbanos, ocultos em pequenas vielas, expostos em grandes muros de avenidas, invisíveis sob tubulações de esgoto, móveis em vagões de metrôs. Em qualquer lugar, plano ou não, quando menos se espera encontra-se um. Às vezes pequenos e solitários, outras vezes imensos, concatenando-se em num mural gigante até onde permite a tela/muro em que se estampa e tão ousados que extrapolam o vertical de seu lugar comum, partindo para o horizontal das calçadas e o que mais estiver próximo.

A arte de protestar e transmitir mensagens nas paredes é um costume bem anterior à nossa sociedade. Isto vem desde os antigos romanos que deram origem à palavra Grafitte. E se observarmos que os desenhos dos Graffitis, além de protesto contam uma história, ou um fato acontecido, poderiam então, ser considerados registros históricos, bem como as pinturas rupestres em cavernas.

Se analisarmos pela ótica da Lei, o Graffiti seria sim uma prática de vandalismo. Por ferir o bem público e desafiar a autoridade ele se encaixa como vandalismo, mas, por diversas vezes os muros pintados por “grafiteiros” tem o aval e autorização assinadas dos proprietários. Então, a partir deste ponto, como se encaixaria esta expressão? Particularmente, considero todo e qualquer Graffiti como expressão de arte, e como toda arte, existem aquelas que são extremamente belas e complexas e por isso se destacam das demais, e existem aquelas que poderiam muito bem não existir.

Respondendo a pergunta, acredito que dependa única e exclusivamente da opinião do observador. Por diversas vezes parei por um longo tempo para observar um grande muro pintado, ou um desenho quase escondido em um canto de muro, o que já atraiu a atenção de pessoas com comentários únicos do tipo: “Que sujeira é essa?”, “Será que não mora ninguém aí pra deixar esse muro assim?” ou então: “Dá vontade de trocar minha parede por essa daí!”.

São opiniões, respeitadas, mas que mostram que há aceitação, e se seria possível trocar um quadro emoldurado que orna uma parede qualquer por “um desse daí”, então, é válido considerar o Grafitti também uma forma de arte?