novembro 17, 2009

Habitação Popular suburbana

No Brasil, já á algum tempo as grandes cidades vêm tendo um significativo processo de transformação no planejamento urbano. As metrópoles geralmente foram expandidas e adensando sem nenhum estudo que viabilizasse os impactos deste crescimento, e esta mudança se relaciona diretamente com a lógica de implantação das Habitações populares do Brasil.

A de se compreender que uma cidade altamente adensada sem qualquer planejamento, tem no seu centro a principal área de aglomerações e na maioria das vezes essa se dá através de comercio e favelas. Analisando a tipologia residente nessas áreas, se observa que boa parte delas trabalha nas proximidades, o que indica um motivo para o aglomerado de moradias.

Mas o fato é, havendo o centro destinado a esses grandes aglomerados, e os bairros adjacentes servindo como meios contribuintes para o funcionamento da parte central e serem bairros já estruturados, onde mais se poderiam implantar moradias populares senão em áreas sem ocupação, que neste caso são as periferias? Por que isso acontece?

De acordo com o “Blog do plenário” isso ocorre:

“Primeiro porque essa população, cada vez mais é expulsa pela especulação imobiliária, pela valorização da terra nestas regiões; segundo pela ausência de uma política habitacional consistente que leve a uma reurbanização física e humana do centro e dos centros expandido da cidade; terceiro uma visão higienista e preconceituosa com a população de baixa renda que esta atual administração tem, investindo em políticas de mandar para a periferia as famílias de baixa renda.”

Já nas opiniões de Byanca Amorim, Ellen S. V. Tambosetti e Sílvia Santos, toda a lógica de habitação suburbana foi decorrente de um processo irracional:

“Poucos países conheceram um crescimento populacional tão grande e rápido como o que ocorreu no Brasil nos últimos anos. A este incremento populacional correspondeu um aumento do número de assentamentos irregulares e uma extensão irracional da malha urbana, consolidando-se a busca das periferias das cidades como local de moradia da população de menor renda. As condições de vida dos moradores destas áreas são marcadas em primeiro lugar pela violência estrutural e seguem com uma violência ainda maior, aquela que agride sua condição de ser humano. A pobreza, a miséria, a ausência de direitos básicos para uma parcela da população é um problema de todos. Qualquer ser humano tem direito à cidadania e a falta desta para alguns só pode ser solucionada por meio de um esforço coletivo.”

Assim, este processo de implantação de Moradia Popular sinaliza para a necessidade da avaliação dos melhores meios de se implantar estes projetos, uma vez que todo este planejamento interfere no cotidiano e no futuro não só do morador, como também de toda a cidade. Pensar Habitação vai muito além do que pensar paredes. É necessário entender que antes de qualquer coisa habitação é Urbano. E este, está diretamente ligado no cotidiano, na rotina e na vida/viver.