novembro 10, 2006

DERIVA



A deriva permite estabelecermos os primeiros quadros das articulações psicogeográfica de uma cidade moderna, reconhece unidades de ambientes, seus componentes principais de suas localização espacial, percebe seus eixos principais de caminhos, suas saídas e suas defesas.
Segundo Guy Debord, as diferentes unidades da atmosfera e de moradia não estão, hoje em dia, exatamente demarcadas, sem aproximar-se dos limites mais ou menos extensos. O maior ganho que propõe a deriva é a diminuição constante desses limites, até sua supressão completa.
Na arquitetura, a inclinação à deriva leva a anunciar todo tipo de novos labirintos que as possibilidades modernas de construção favorecem.
Uma imprenssa relatou o seguinte: Um edifício pode perceber os primeiros sinais de possibilidade de deriva no interior de um apartamento. Há também pequenas habitações da casa helicoidal, elas terão a forma de uma fatia de bolo podendo aumentar-se ou reduzir-se à vontade deslizando paredes móveis e assim a disposição dos pisos em níveis evitando a limitação do número de cômodos, podendo o inquilino pedir que lhe deixem utilizar o nível superior ou o inferior, permitindo transformar em seis horas três apartamentos de quatro cômodos em um de doze ou mais, então? Por que essas embarcações, em pleno mar não poderão também ter uma arquitetura com sinais de de possibilidades de deriva no seu interior? Seria bem interessante. Debord que o diga e ia amar, mas por outro lado ele diria O mundo das paseudo-necessidades, o mundo da economia do consumo, onde o valor de troca das mercadorias acabou por por dirigir o seu uso.
É de se saber que grande é o investimento financeiro com esses inventos, mas vale apena ter uma dessas embarcações para dar uma volta ao mundo. Eu bem que gostaria de viajar em uma dessas embarcações e saber que há nelas uma arquitetura com uma inclinação a deriva, isto é, analisando, segundo a forma de pensamento com relação aos espaços que Guy Debord aborda.