abril 04, 2007

Questionamentos

Questionar sobre a cidade e compreender a sua natureza refletida nos dias de hoje é desafiante. Sua existência parece estar á prova e tentar compreendê-la é uma tarefa que deveria ser exercida por todos aqueles que atuam na cidade pensando uma cidade.
Sabemos que o tamanho das nossas cidades e que a quantidade dos problemas urbanos tornam a noção de ordenamento um fato quase ingênuo. Violência, crescimento desordenado, desequilíbrio de infra-estrutura, transporte público deficiente e falta de saneamento são apenas alguns dos problemas óbvios que só confirmam nossa sensação de impotência diante de sua magnitude. Nós arquitetos temos que pensar uma cidade de outras maneiras, mas para isso temos que ignorar os políticos mal assessorados dominadores. Seria bem melhor se eles ficassem longe.
Esta canção tem uma letra muito verdadeira, nos faz refletir sobre a cidade, aquela em que vivem com seus conflitos, prazeres e utopias. Há pontos de vistas de cada um dos animais que fazem parte da trama desenrolada na gravação. Ela tem uma letra que nos fala da cidade ideal sob o ponto de vista de um jumento, um cachorro, uma gata e uma galinha. Interessante, ainda bem que existem letras de canções que podem despertar tanto em criança, como adultos essa questão de repensar uma cidade e poder imaginar, sonhar ou idealizar uma cidade.
A visão de uma cidade ideal da bicharada está incutida nos nossos desejos e talvez até no modo de pensar uma cidade ideal, sendo apenas diferenciado no cardápio.
Muitas pessoas que idealizam suas cidades, como ideal, com certeza seus ideais poderão vir carregados da mais dura realidade devido os problemas vistos ou vividos por muito delas, mas vão existir aquelas pessoas que a cidade ideal para elas é fruto de pura fantasia.
Se quisermos atuar de forma consciente na cidade, é necessário que entendamos a informalidade e o caos urbano para então tentarmos tirar proveito dessa condição. Inventar outros olhares possíveis sobre a cidade existente é que nos fará entende-la e será a partir dela mesmo sem remedar modelos de outras cidades. Aí sim, tentando enfrentar o que realmente fugiu ao nosso controle de outras formas.
ENVIADO DIA 21/4
Autor: Natália de Almeida Mendanha