novembro 17, 2007

Situação de calamidade

“Falta de acesso a água e saneamento mata 1 criança a cada 19s, sobretudo, são registrados anualmente 5 bilhões de casos de diarréia nos países em desenvolvimento. Anualmente, essa doença tira a vida de 1,8 milhões de crianças menores de 5 anos — 4.900 por dia. É a segunda principal causa de morte na infância, só atrás de infecções respiratórias. Ainda que possa ser evitada com medidas simples, a diarréia mata mais do que tuberculose e malária, seis vezes mais que os conflitos armados e, entre as crianças, cinco vezes mais que a AIDS” segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano de 2006.


Mas o quê importa, são os pobres mesmo que sofrem disto!!! Os políticos engravatados, tendo auxílio de balsas - moradia, comida, viagens, roupas e o mais importante, com muito dinheiro no bolso. Importar com a situação de calamidade nas periferias? Pra quê? Os votos já foram computados. Mas tem momentos que se “preocupam”!!! Hum... é quando chega a eleição... Que gracinha!!! Todos acariciando o “povão” nas ruas, numa disputa acirrada, quem abraça mais ou tira fotos, comendo o que a população come, isso é, quando tem algo pra comer.


Anúncios por toda a parte mostram as ruas asfaltadas, postos de saúde construídos ou reformados e o mais importante, claro, rios canalizados, que maravilha!!! Acabaram-se todos os problemas, ratos, esgoto, baratas, mal cheiro, lixos em frente de casa. Sempre os problemas pontuais, nunca uma ação preventiva ou pensada de forma que possa minimizar a situação. Pobre coitado aquele que mora na “boca” onde termina a canalização, pois se começam as chuvas, tudo que foi “resolvido” acima vem como uma bola de neve e vai tudo para sua porta, aquela correnteza carregando uma montanha de lixo, inundando tudo. Importar com a situação de calamidade nas periferias? Pra quê?


Victor Hugo estava certo ao dizer “o
esgoto é a consciência de uma cidade”, pois apesar da cidade se mostrar aparentemente “limpa”, forte, como uma “rocha, por trás da robustez, ela demonstra a fraqueza, imperfeições, com “feridas” que sangram toda a sujeira dos governantes, interrompendo totalmente a junção que existia entre os grupos sociais, mostrando a verdadeira face da cidade que estava encoberta.