março 19, 2009

VAZIO URBANO

Na realidade de uma metrópole, o fenômeno que designamos por “vazios urbanos”, torna-se nefastamente em algo recorrente, mas não apenas no presente. Na evolução das cidades, a má gestão territorial, que muitas das vezes é originada por vontades políticas e interesses econômicos, tem como consequência a origem de espaços marginalizados, desprovidos de qualquer vivência ou de qualquer racionalização urbanística. Estes espaços deixados ao abandono, são potencializadores da degradação do ambiente urbano e, consequentemente, do tecido social.Quanto a mim, os “espaços vazios” terão que complementar os “espaços cheios”. Este complemento consegue-se através do equilíbrio destas duas condições, na medida em que o espaço público por si só, é potencializador da vida em cidadania. O território em desuso, terá que ser pensado como um ponto de partida para a resolução dos problemas, no que diz respeito à requalificação e revitalização das cidades, não baseado na especulação imobiliária e econômica, mas sim como uma visão sustentável da urbe.Estes espaços terão que possuir um caráter unificador e não rupturante, na malha e no desenho da cidade. O ambiente urbano valoriza-se automaticamente, se os vazios urbanos forem pensados para servirem e serem parte integrante da cidade, criando as sinergias e dinamismo tão necessárias na relação humana.

Sósthenes Queiroga