setembro 03, 2009

Obra e discurso

Não e de hoje, que vemos obras, que não se encaixam no seu meio, distorce qualquer possibilidade da existência de uma paisagem harmoniosa.
Na verdade, um efeito deprimente, com significado na vida das pessoas e no equilíbrio social, resulta daquilo a que podemos chamar "corrupção paisagística". Difícil é não vermos a desarmonia de muito do "urbanismo" que se permite a degradação do meio rural, o avanço dos subúrbios, a má qualidade das construções e do seu enquadramento próximo, das áreas metropolitanas.
A "corrupção da paisagem" não é apenas mau gosto ou falta de meios para fazer melhor. Deriva de um somatório de equívocos e de pressões. A paisagem corrompida não é senão o palco das “operações urbanísticas” somadas, o cenário dos loteamentos, do devorismo construtivista, do gosto nivelado pela mediocridade. Vemos locais que deixaram de ser rurais e que, provavelmente, nunca será cidade.
No meio desta ditadura do que é feio e disforme, o ruído campeia sem freios, a atmosfera é poluída, o asfalto e o cimento deixam pouco espaço para uma singela réstia de Natureza.
Quem pode ser feliz em ambiente desqualificado? Talvez um dia aprendamos que a paisagem conta que o meio físico pesa na vida das pessoas.

Sabemos o que é preciso fazer?