novembro 26, 2009

TRANSPORTE PÚBLICO

Estamos cada dia mais necessitando de melhorias nos serviços de transportes coletivos para atender as nossas necessidades.
O sistema de transporte público é responsabilidade do município, mas nada se faz quando se pede melhorias.
Milhões de brasileiros não tem acesso a esse serviço, por não ter condições de arcar com o preço das tarifas ou por morar em área rural, tendo reduzido sua mobilidade e conseqüentemente ficando impossibilitados de usufruírem dos outros serviços essenciais como saúde, educação, trabalho e lazer.
Nos grandes centros urbanos a demanda pelo transporte público tem ganhado uma grande atenção dos governantes com ações que buscam a diversificação do meio de transporte com segurança, numa maior integração dentro da região, com baixos custos ao usuário. Em Ipatinga cerca de 40 mil pessoas utilizam o transporte público para suas atividades diárias, mas, no entanto, a frota de ônibus não tem acompanhado essa necessidade, além de uma freqüência inadequada de circulação, superlotação em horários de grande movimento e “pontos de espera” sem o mínimo conforto. Com essa situação instalada, muitas pessoas ficam prejudicadas e acaba optando pelo transporte particular, sejam por bicicleta, moto táxis, táxis e carro próprio, gerando os transtornos no qual os grandes centros buscam soluções há décadas, como a poluição, congestionamentos quilométricos, aumento no tempo de percurso entre casa-trabalho, refletindo profundamente na queda da qualidade de vida da população da região.
A integração cada vez maior das cidades do Vale do Aço tem gerado um grande fluxo de pessoas para regiões diferentes de sua residência, ao longo do dia, seja por motivos profissionais, escolares, de saúde, lazer. Mas, entretanto, não foi sinalizado ainda qualquer mudança estratégica que inclua o transporte público. Na maioria dos casos é necessário a utilização de dois ou mais ônibus para se chegar ao destino pretendido, sem qualquer desconto no valor da passagem ou estações de ônibus que propiciem segurança.
Apesar de alguns ônibus na cidade possuírem ar-condicionado (eles divulgam que a maioria da frota tem ar condicionado, mas isso não é verdade), cadeiras reservadas a idosos e portadores de necessidades físicas, o esforço do governo não têm suprido os diversificados destinos das pessoas da nossa região.
O sistema de transporte coletivo atual, operado com linhas predominantemente para os centros urbanos, é um fator que agrava enormemente a mobilidade da população, visto que as linhas convergem praticamente para um só ponto da cidade. Essa concentração dos serviços nos centros de cada cidade tem gerado a cada ano congestionamentos que aumentam de intensidade e duração, elevando o tempo de deslocamento da população a um nível jamais imaginado.
Com essa situação instalada, cada vez mais empresas tem buscado as periferias para instalação de suas sedes, centros de distribuição e atendimento ao público, descentralizando e principalmente abrangendo o atendimento a uma maior área da cidade.
Essa mudança de localização das sedes de empresas, além da economia gerada pela redução dos encargos imobiliários, tem criado um vínculo direto com a região em que seus serviços são prestados, como a possibilidade de contratação de mão de obra local, redução dos custos de transporte e uma relação harmoniosa com funcionários e clientes. Podemos perceber a necessidade desta transformação e o início de mudanças, no bairro Horto, na cidade de Ipatinga.
Nesta região há uma grande concentração de instituições bancárias, que gera, todos os dias, um grande congestionamento de veículos, principalmente nas vias de acesso para tais empresas. Têm se ainda como agravante, em datas de pagamentos de salários e pensões, a ocorrência de congestionamentos até mesmo nos horários dito “entre picos”, caracterizando a forte demanda que tais instituições causam.
No intuito de melhor atender seus clientes e “desafogar” essas agências, os bancos, ainda de maneira tímida, estão abrindo sedes em outros bairros, ajudando a minorar o grande fluxo de clientes num só bairro, e incentivando o uso dos bankfones e internet.
Além dessa tendência de desconcentração dos serviços terciários dos centros comerciais, é necessário que haja um empenho público para solucionar e tornar eficiente o transporte público. A melhoria não está somente associada ao aumento da freqüência de ônibus em circulação e seu conforto. É importante também reduzir o preço das passagens tornando atrativo à população o deslocamento através do serviço público. Em alguns casos, o transporte do indivíduo para essas regiões comerciais é razoavelmente mais barato quando realizado com seu próprio carro do que usando o transporte público, piorando o transito da cidade.
Com a flexibilidade atual dos profissionais executarem variadas tarefas em diversos espaços, como em suas próprias casas ou em outras sedes da empresa, criou se a possibilidade de o funcionário driblar os grandes horários de picos e organizar suas atividades de acordo com suas necessidades e prioridades. Assim, a execução do trabalho poderia espalhar-se consideravelmente pelas periferias, intensificando a descentralização urbana e ajudando a reduzir, de fato, o fluxo de pessoas nestas regiões afetadas.

Como essas tendências afetam as cidades? Dados dispersos parecem indicar que os problemas de transporte, em vez de melhorar, piorarão porque o aumento das atividades e a compressão temporal possibilitados pela nova organização em rede transformam-se em maior concentração de mercados em certas áreas e em maior mobilidade física de uma forca de trabalho, antes confinada a seus locais de trabalho durante o expediente.
CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. o espaço de fluxos.p 487 7ª edição Editora Paz e Terra, 1999


Apesar da possibilidade de se aumentar o fluxo nos períodos “entre os picos”, esse aumento, a princípio, não acarretaria num grande problema para o trânsito na cidade se o transporte em massa fosse priorizado. Assim, o contingente de pessoas que estarão se deslocando será o mesmo, porém em horários diferentes, sem prejudicar o fluxo que será mais eficiente e de qualidade.
Diante das opções de transporte (ou da falta deles), Prefeituras européias interligam ciclistas ao sistema de transporte público. O Bicing foi inaugurado em março de 2007 e em cinco meses de vigência, chegaram a 90.000 as pessoas cadastradas, sendo 20.000 usuários diários,
Na Espanha, o serviço foi implantado em mais de vinte cidades. Na cidade de Barcelona, as pessoas interessadas se cadastram via internet. Os locais que ficam os alugueis dos cartões são as saídas dos metrôs e paradas de ônibus. O serviço funciona todos os dias da semana das 5 da manhã à meia noite e nos fins de semana de 5 da manhã ao meio dia.
"O Bicing é um complemento, para ser usado com outros meios de transporte. Funciona bem justamente porque é rotativo, ou seja, todas as bicicletas são de todos", explica Ramón Ferreiro, porta-voz da Barcelona Serveis a la Mobilitat, órgão que administra o serviço. Já na França, que o ciclismo é um esporte nacional, o serviço público de bicicleta foi lançado com 750 estações para 11.000 bicicletas, funcionando 24 horas por dia, transformando em transporte alternativo para os jovens na madrugada.
Evitar o engarrafamento e a poluição, economizar na passagem, no combustível e ainda ter o benefício de uma vida mais saudável faz com que seja mais viável o uso da bicicleta. O tempo em que ficamos dentro de um ônibus no Brasil, pode concluir que andar de carro é mais rápido cerca de duas vezes, alem de ser mais confortável, mas mesmo assim não significa que não estaremos em um congestionamento; então ir de bicicleta se torna mais rápido, porém não oferece a segurança do transporte público, apesar da péssima qualidade do serviço em outros quesitos: veículos velhos e sujos, atrasos nos horários e falta de um serviço integrado, faz parte do sistema de transporte púbico no nosso país.
Caso rotas de alta qualidade fossem planejadas para os ciclistas do Brasil, poderíamos perceber que em algumas cidades o uso de bicicletas seria bastante vantajoso, devido sua flexibilidade, eficiência em passeios, ocupando pouco espaço para estacionar e rapidez em áreas densas.
Outro projeto que foi lançado nas cidades da Europa e dos Estados Unidos foi à adaptação de bancos nas bicicletas para passageiros, que são bikes-táxis, tendo lugar para dois ou três lugares. Este serviço já funciona em Amsterdã, e pretendem introduzir nos centros urbanos ocidentais, um tipo de transporte antes considerado primitivo, associado os países como China ou Índia.
A maioria das viagens que fazemos de carro ou de transporte público dentro da cidade é pequena. Caso essa alternativa fosse adotada no Brasil como política de transporte público pelos governos, teríamos uma solução com redução de investimento além de resultados desejados pela população: ruas livres para trajetos longos e emergenciais, evitando assim os longos engarrafamento diários.
Infelizmente poucas ações são feitas para incentivar o uso de bicicleta como modalidades de transporte. São cerca de 300 km de ciclovia construídas, priorizando muito pouco a bicicleta e outros transportes não motorizados.
Sem dúvida o layout urbano atravessa por uma grande transformação. Mas esta transformação não segue um padrão único e universal: apresentam variação considerável que depende das características dos contextos históricos, econômicos, políticos, tecnológicos, territoriais e institucionais.