setembro 20, 2006

Habitar as estatisticas

Existem inúmeras formas de ter resolvido este problema da habitação de forma menos dolorosa.

As ultimas imagens que vi de assentamento de famílias, deste tipo, contava estórias de pessoas que estavam incomodando em algum lugar próximo ao centro e foram tiradas de cena, para não incomodar mais e serem esquecidas.

Que é importante diminuir o deficuit de 7,2 bilhões de unidades habitacionais no país esta correto, mas os projetos teriam que obrigatóriamente melhorar a qualidade de vida de quem as recebe.

Suponhamos que suas antigas moradias tenham os materiais inferiores, talvez retirados do lixo, sem saneamento básico, que em épocas chuvosas correm risco de desabamento. Então a vida destas pessoas mudou para melhor. Mudou?

Onde elas vão trabalhar, estudar... sendo que estão ilhadas. Talvez este o incômodo, motivo de terem merecido morar ali. Estavam tendo acesso ao que não era para eles acessarem. E sem alcançar seus interesses, nada os impede de vender suas atuais casas e voltar para perto dos centros. Deixando o lugar cada vez mais violento, pois a seleção natural das pessoas traça um perfil de indivíduos com pouquíssimas chances de melhorar de vida. Sem muita saída, é comum que alguns poucos se envolvam com tráfico, roubos, prostituição, tornando a reputação dos habitantes deste assentamento, outra grande barreira.

Então! Pensando por este lado eles não melhoram sua qualidade de vida.

Para fazer um assentamento, ainda mais nesta escala, é preciso que na proposta tenha a possibilidade dos moradores terem atividades em comum, para que virem uma comunidade sólida que lutem por melhorias de infra-estrutura para o bem comum. Para que não caiam no esquecimento, e que apareçam de outra forma perante a sociedade não sendo nos noticiários criminais. Este mínimo para uma comunidade se manter e evoluir não é possível vendo este modo de urbanizar fugindo aos princípios de quem atua no campo da arquitetura e urbanismo.

E imaginar que todas estas pessoas poderiam ter qualidade de vida superior, se fosse de interesse resolve-lo com os imóveis parados pela especulação imobiliária em praticamente todos grandes centros urbanos. Mas isto engloba outra estória.