“EU QUERO MEU PÂNTANO.”
16:00h, sexta-feira, 22 de setembro de 2007, comecei a sentir falta de ar, era um alerta do corpo que alguma "coisa terrível" estava para acontecer, um perigo que na realidade não existe. Tratava-se de mais uma crise da síndrome do pânico e a reação natural do organismo, é acionar os mecanismos de fuga.Como a crise é freqüente, para driblar o psicológico, percorri a cidade de moto por cerca de 50 minutos, neste dia entretanto, como a umidade do ar estava muito baixa, esta tática não foi suficiente. Foi então que descobri a causa da síndrome, a falta de ar é apenas sintoma (até então, eu achava que era a causa), é a cidade e tudo que a representa.
Visto que eu estava completamente fora de controle, fomos para a Fazenda Vai e Vem.
Tudo o que eu mais almejava era me desconectar da cidade.
Ao chegar na fazenda, meus nervos estavam controlados e o pânico dava lugar à paz.O casal que nos recebeu, eram muito simples, assim como a residência.Logo na entrada tinha um forno de barro, uma cozinha composta por um fogão a lenha, uma geladeira azul e uma mesa de madeira, havia um detalhe entretanto que desencadeou outra crise: um celular sob a prateleira.Para os meus neurotransmissores, aquilo significava cidade, que significava ausência de ar...
Respirei fundo...
Convenci a mim mesma que aquilo não era suficiente para me aterrorizar e fui para o quarto, quando passei pela salinha, tive o impacto maior: não tinha como me desconectar, lá estava o computador.Para não entrar em pânico, fui para a varanda, deitei na rede e segui o conselho de Clarice Lispector: ouvir estrelas...“Direis agora: "Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizes, quando não estão contigo?"E eu vos direi: Talvez, quando as cidades invadirem os campos, os campos as indústrias, as indústrias as cidades, os parques os campos, o turismo a cidade e não houver mais fronteiras, nem mais esconderijos, serão elas meu refúgio...
Mas enquanto converso com elas, vejo elementos que se diferem das demais, outra vez então, me falta o ar...
São satélites e aviões...
Há uma contaminação eminente entre os meios, não há como dissociá-los. Cada vez mais, os elementos inerentes ao urbano invade a área rural, quando esta invasão é para atender à uma demanda, justifica-se, quando é mais caricato do que funcional é importante lembrar, o que Adolfo Loos nos desperta em seu artigo Ornamento e crime, ele argumenta que o desejo dos arquitetos de focarem apenas na embalagem da arquitetura, impedia-os de criar um estilo coerente com a época, persistir no ornamento é apenas um desperdício de dinheiro, material e esforço humano.
Visto que eu estava completamente fora de controle, fomos para a Fazenda Vai e Vem.
Tudo o que eu mais almejava era me desconectar da cidade.
Ao chegar na fazenda, meus nervos estavam controlados e o pânico dava lugar à paz.O casal que nos recebeu, eram muito simples, assim como a residência.Logo na entrada tinha um forno de barro, uma cozinha composta por um fogão a lenha, uma geladeira azul e uma mesa de madeira, havia um detalhe entretanto que desencadeou outra crise: um celular sob a prateleira.Para os meus neurotransmissores, aquilo significava cidade, que significava ausência de ar...
Respirei fundo...
Convenci a mim mesma que aquilo não era suficiente para me aterrorizar e fui para o quarto, quando passei pela salinha, tive o impacto maior: não tinha como me desconectar, lá estava o computador.Para não entrar em pânico, fui para a varanda, deitei na rede e segui o conselho de Clarice Lispector: ouvir estrelas...“Direis agora: "Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizes, quando não estão contigo?"E eu vos direi: Talvez, quando as cidades invadirem os campos, os campos as indústrias, as indústrias as cidades, os parques os campos, o turismo a cidade e não houver mais fronteiras, nem mais esconderijos, serão elas meu refúgio...
Mas enquanto converso com elas, vejo elementos que se diferem das demais, outra vez então, me falta o ar...
São satélites e aviões...
Há uma contaminação eminente entre os meios, não há como dissociá-los. Cada vez mais, os elementos inerentes ao urbano invade a área rural, quando esta invasão é para atender à uma demanda, justifica-se, quando é mais caricato do que funcional é importante lembrar, o que Adolfo Loos nos desperta em seu artigo Ornamento e crime, ele argumenta que o desejo dos arquitetos de focarem apenas na embalagem da arquitetura, impedia-os de criar um estilo coerente com a época, persistir no ornamento é apenas um desperdício de dinheiro, material e esforço humano.
6 Comments:
simplesmente excelente!
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Nossa, me lembrei do primeiro tema de tfg do agmar, que falava dos computadores nas fazendas, nesse tipo de coisa...
Eu acho isso legal demais! E acho também que a "invasão" da cidade no meio rural é bem mais autêntica do que o contrário. Que é o que trato no meu texto, dos parques temáticos, que são mais estratégias publicitárias de vendas do que qualquer outra coisa.
mto bom. boa estrutura, legal começar c dados tecnicos tais como data, hora; isso localiza o ambiente... clarice tb eh sempre bom, mas sinto falta de uma articulação critica do assunto.
Este comentário foi removido pelo autor.
É mesmo Jorge, ficou faltando a parte crítica, isso porque ficou faltando 140 palavras...Vou complementar. Também concordo com é sempre bom Clarice Lispector.
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