dezembro 03, 2008

TEMA 7 - ARQUITETURA E LOGOTIPOS

A globalização das cidades trouxe em si benefícios, mas diversas contradições. A busca em atrair o turismo de massa tem impulsionado um crescimento urbano repleto de espaços revitalizados, centros financeiros, museus, áreas de lazer e entretenimento.
Todas as subjetividades existentes em cada país e posteriormente em suas cidades – belezas naturais, cultura, gastronomia, etc. – têm sido exportado para outros lugares através de um modelo que alia arquitetura/logomarca.
São empreendimentos que, em sua maioria nascem objetivando a expansão e posteriormente a transformação em grandes cadeias de lojas, restaurantes, hotéis, etc.
São bilhões de dólares e milhões de turistas - muitos deles ávidos por consumir - disputados por centenas de cidades.
A maneira encontrada para atrair esses consumidores foi fundamentada numa forma de consumo induzido. São outdoors nas estradas, nos edifícios, letreiros digitais e grandes fachadas digitalizadas. Qualquer cidade agora tentar mostrar que é capaz de fazer você sentir a experiência de se comer sushi em tokyo, em restaurantes temáticos, com sushimens de “olhos puxados” e toda a parafernália necessária para tornar o mais “real” possível essa vivência.
São redes de comida mexicana, comida árabe, hotéis italianos, spas gregos, condomínios art nouveu. Lojas Banana Republic com sua arquitetura replicada em qualquer lugar ignoram a cultura local e banalizam a experiência do espaço urbano desconhecido.
O espaço fragmentado, esteticamente violado pelos usuários, influenciado por uma cultura local que não se adéqua aos padrões globalizados e posteriormente incapazes de atrair as grandes corporações é tido como degradado, e visto como hostil aos forasteiros.
A cidade não se configura mais pelas vivências e necessidades subjetivas de seus habitantes, mas se constrói/destrói em função de um modelo de mercado que vende mais.
Não obstante, nos vemos como indivíduos onde a identidade é coletiva, comandada por logos e marcas, onde cada um é o que compra/consome. Habitantes de uma cidade definida por padrões comportamentais mundiais de quase obrigatoriedade, absorvendo uma arquitetura tematizada, e banalizada que tenta nos vender falsas relações sociais e espaciais.

Giselle Leonel