dezembro 03, 2009

Arquitetura como produto

É comum dos objetos de consumo a sua decadencia prevista. Além de terem um tempo de existência determinado antes mesmo de serem feitos, sofrem alterações raras e muitas vezes não necessárias com o intuito de criar no público o desejo e a necessidade de ter a nova versão ou modelo. Tudo isso seguindo outra lógica que não seja a do mercado.
A arquitetura, por outro lado, precisa-se de um tempo para ser pensada e desenvolvida,(mesmo assim muitos clientes imaginem que um bom projeto possa ser feito em um mês), mais tempo ainda para ser construída e é normal permaneçam em uso por muitos anos e sempre no mesmo local. Além disso, sua constituição não é facil de alterada, e qualquer reforma tem um custo considerável.
A moda é algo passageiro, de pouca duração, que muda todo ano, toda estação, todo mês, toda hora. Tendência é um impulso desde o presente em direção ao que ainda não existe, a não na concepção de poucos.
Sendo assim, como pode um edifício ser tratado como objeto de consumo, adotando a última moda ou "tendência" e tratando sua organização e aparência de maneira fútil? Uma roupa fora de moda pode ser descartada facilmente, um carro já é um pouco mais complicado, um edifício é impossível. Os projetos arquitetônicos que seguem tendências podem até ser o sucesso de hoje, mas com mais certeza será descartado amanhã, pois torna-se comum e ninguém gosta de roupa repitida. Tratar a arquitetura como algo fácil de ser consumido acaba por tornar a própria disciplina arcaica, enquanto seus produtos permanecem como monumentos à estupidez humana.