Arquitetura e a nona arte (tema7)
Contudo, muito acima desses fatores, o que leva o profissional em arquitetura ao encontro do quadrinhista, é a possibilidade de criação ilimitada de formas, percepções, contextos sociais e personagens que atuarão nesse espaço irreal. Talvez o mais interessante, entre esses dois formados de representação, sejam é o exercício de seu espírito lúdico.
Opal City - Starman
Se por um lado o arquiteto tem um objetivo claro, que deve responder a funcionamento de sua criação é justamente nos quadrinhos onde ele pode exercer todo seu potencial imaginativo. Seja na idealização de megalópoles utópicas, seja na ambientação de espaços inimagináveis, algo como uma ciência de antecipação.
Poder-se dizer que esse caráter criativo, ou prospectivo, voltado à crônica do cotidiano, ou premonitório, não é um privilégio do quadrinhista nem do arquiteto, haja vista a existência de diversas outras formas artísticas. No entanto, é nos quadrinhos onde os limites são inexistentes, nem físicos nem orçamentários. Ainda que o arquiteto possa projetar tudo isso, sua arte não se realiza se não for executada, ganhando vida concreta pela ocupação de seus destinatários. O mundo imaginário do quadrinhista só pede uma coisa: a cumplicidade do leitor, pois a arte quadrinhesca tem no desenho o seu fim.
É esta realização sem condicionantes, sem contingentes, sem fronteiras físicas e espaciais que certamente seduz o arquiteto, não sendo raros os casos de arquitetos que se tornam quadrinhistas. Em um panorama que vai dos primórdios da linguagem ilustrada e seqüencial aos quadrinhos contemporâneos, encontramos inúmeros exemplos de diversas expressões de quadrinhescas que buscaram na arquitetura o elemento fundamental para a realização de suas narrativas.
Walter Silva Costa
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