novembro 30, 2009

Quanto vale, quanto pesa. Tema 7

Na região do Vale do Aço, assim como em outras várias cidades do Brasil, existe a cultura sucateira como forma de reaproveitamento dos materiais que entraram em desuso (lixo/sucata).
Os catadores da região geralmente têm parcerias em cooperativas ou simplesmente vendem o material coletado para sucateiras (que é o que a cooperativa geralmente faz), a princípio as sucatarias do Vale do aço revendem a sucata para maiores sucatarias ou para pequenas fundições da região (no caso de materiais metálicos). Esses resíduos têm o preço muito baixo, principalmente para os catadores, o que acaba gerando uma cultura miserável e exploratória.

Atualmente um motivo constante de discussão é a sustentabilidade ambiental, ao que nos faz esquecer a sustentabilidade econômica, o Brasil é o país que mais recicla alumínio no mundo, porém isso acontece graças aos catadores, esses que ficam em festas se arrastando pelo chão ou revirando lixeiras fétidas a procura de latas. Para se conseguir um quilo de alumínio são necessárias 70 latinhas, que tem o valor de R$1,50 nas sucateiras do interior e R$2,50 nas sucateiras das Capitais, para se agregar valor a isso a quantidade é importante, o que não faz parte da realidade dos catadores.

Toda reciclagem de alumínio do Brasil acaba caindo nas duas maiores produtoras de alumínio do país, ALCOA e a ALCAN, que alegam que o custo da reciclagem do alumínio tem o preço equivalente a produção primária, e que seria impossível comprar alumínio de sucateiras com o valor mais alto.

A questão maior é enxergar de modo crítico as soluções que a sustentabilidade ambiental busca para se resolver, o quanto realmente ela é sustentável, pelo ponto de vista geral. Os problemas deveriam se resolver sem criar outros, as soluções devem coexistir, de modo que o mundo se torne verdadeiramente racional, e algum dia se tornar civilizado.


“O mundo é formado não apenas pelo que já existe, mas pelo que pode efetivamente existir.” (Milton Santos).

Hugo Marlon da Silva