setembro 21, 2006

Do singular para o plural sem essência

Tudo bem que fazer habitação popular para a classe baixa tem que ser levado em consideração o básico, ter um preço acessível e etc e tal, mas ficar na "mesmice" é uma tamanha falta de ética! Sei que há vários condicionantes como a política, o social, o financeiro e o produtivo que definem as características da habitação popular, mas o condicionante que mais pode influenciar e propor alterações nessa deficiência é o arquiteto juntamente com outros profissionais do ramo. Isso porque ele está mais apto a criar soluções para se ter uma melhor adequação na maneira de como se habitar e conviver bem, pois tem conhecimento de sobra pra essa finalidade, só basta por em prática de forma eficiente. Mas o problema é que raramente o arquiteto está participando de tais projetos habitacionais já que um outro profissional pode muito bem fazê-lo, pois este irá apenas atender as exigências do órgão responsável por tal, seguindo a risca o fator primordial que é o "baixo custo" das obras e nem se quer irá pensar em mudar a "metodologia" utilizada há anos. Digo isso porque tal método atende as prioridades básicas de um planejamento habitacional que é simplesmente fazer o "saneamento básico" e a "casinha barata", pois é o máximo que o governo pode oferecer aos que necessitam de moradias e que irão obtê-las por meio de financiamento, por isso que o preço a ser gasto nesse tipo de construção deve estar acessível para ambas as partes.
Mas pensando bem, tudo pode se tornar possível a partir do momento que alguém tomar a iniciativa de mudar tal método já ultrapassado. Mas quem se atreve? Não é difícil criar moradias funcionais com preço minimizado em um curto prazo de execução, é difícil se atrever, pois não depende somente do profissional que desenha e pensa tal projeto e sim de órgãos superiores que participam com o mais importante que é a "verba" e sabemos que raramente irão aceitar façanhas com medo de obter gastos além do que já reservam para tal.
Sei que tiveram raríssimos profissionais que se atreveram e obteram bons resultados na questão da moradia social, sei também que planejamento habitacional tem seus pragmatismos e as questões urbanísticas a serem pensadas, mas se tentar ao menos projetar espaços habitacionais essenciais para todos os que irão utilizar tanto no individual quanto no coletivo num mínimo custo possível depende da boa análise e prática dos profissionais de construção.
Penso que a falta de atitude de todos os que participam de programas de moradia social gera esse atrofiamento que permanece constante.