setembro 20, 2006

Procuramos identidade?

Se você morasse nesse local qual referência você daria para identificar sua casa?
Muitos dizem ser esse um problema que existe no nosso país, mas qual problema que não existe?

Esse é o resultado de uma indenização que pessoas da classe baixa recebem para (na maioria das vezes) desocupar áreas onde estão habitando, que correspondem à áreas de risco e/ou de interesse público.

Ganhar casa novinha e bonitinha, não significa satisfazer o desejo do morador. Mas porque o “poder público” estaria preocupado com isso? Não importa o lugar onde a pessoa vive, suas práticas e atividades, o que importa é criar um espaço físico que vai abrigá-la; ter tratamento de água e esgoto, luz, rua asfaltada, entre outros, assim é como os políticos pensam e ainda enfatizam em suas campanhas políticas.

Mas não acho que esse é um defeito só por parte dos políticos, mas também da própria população que se acomoda e não vai em busca dos seus propósitos, a falta de interesse por informações leva-as a serem enganadas. Por isso os problemas sempre existirão, as pessoas sempre reclamam mas não fazem nada pra mudar a situação.

E o arquiteto? Onde entra nessa história? Hoje existem muitos estudos sobre o “habitar” e muitos sobre habitação popular. Arquitetos buscam refletir sobre esse situação e como poderia ser diferente, pesquisam, estudam os usuários, seu cotidiano, mas na maioria das vezes não passam de estudos, não saem do papel. E isso não é falta de vontade, vivemos uma realidade onde uma boa solução muitas vezes não é adotada. Não é tão simples assim o arquiteto resolver essa situação, afinal todos sabemos que não depende somente do arquiteto ou do desejo de um morador, existe uma série de pessoas envolvidas, pessoas essas que tem o poder mas que não tem planejamento, não entende nada do assunto e que está ocupando esse cargo porque nós colocamos elas “lá” não é mesmo?