setembro 21, 2006

Novos Arranjos

Desde os primórdios que o homem vem procurando meios para se proteger das intempéries, com o passar do tempo foi se formando o conceito de casa, de um lugar para habitar atendendo as necessidades básicas do homem, para muitos o projeto de uma casa parece simples e pode sim ser simples e possuir espaços mínimos, o que não impede que haja um pouco de engenhosidade e conforto para os usuários, o que também não implica em um alto custo.
Existem por ai muitos projetos habitacionais, na busca de tentar solucionar o problema da falta de moradia, e o arquiteto está ai para dar a sua contribuição. A questão é que pelo fato de serem habitações para população de baixa renda e necessitar muitas vezes de uma construção de baixo custo e de rápida execução, muitos profissionais acabam deixando de lado alguns fatores importes, como pensar em espaços que possam promover uma melhor qualidade de vida para as pessoas e que vão além da funcionalidade, assim acabam, produzindo uma arquitetura modernista, construção em séria, mas esse nem é o fato mais agravante, pois por mais que as habitações sejam fisicamente iguais, cada morador vai dar a sua identidade ao local, adquirindo uma espacialidade diferenciada no interior de suas casas, vão modificando e adaptando os espaços de acordo com suas vontades e necessidades.
O fato agravante é que esses conjuntos habitacionais em sua maioria além de produzir casas em série, não estão muitos preocupados com a qualidade espacial e ambiental, fatores que afetam diretamente na qualidade de vida das pessoas, apenas uma boa infra-estrutura básica, não é o suficiente, é preciso ir além, é onde entra o papel do arquiteto. Cabe a esses profissionais, mudar esse estereotipo, ao qual estamos acostumados com relação aos conjuntos habitacionais, é preciso pensar na questão urbanística e ambiental, propor novos arranjos de moradias, espaços que promovam as relações de vizinhança, espaços para comunidade onde possam ter acesso ao lazer e a cultura, se não há como produzir casas pensando individualmente, que haja pelo menos programas capazes de beneficiar o individuo.