setembro 20, 2006

Habitação Social

O problema habitacional é uma questão antiga e que foi evidenciado no auge da revolução industrial pela precariedade em que viviam os trabalhadores naquela época.
No Brasil, o déficit habitacional urbano, quantitativo, esbarra nos 5,4 milhões de unidades.*
No que se refere à construção de habitações sociais para a população de baixa renda, aspectos relacionados a custo, social e ambiental devem ser considerados.
Geralmente as habitações sociais implantadas no país apresentam qualidade arquitetônica baixa (ambiental e construtiva) e qualidade urbana mínima, justificadas pela falta de recursos do poder público, o que obriga os moradores a buscar alternativas de autoconstrução (os famosos puxadinhos) e de informalidade.
A precariedade e simplicidade das propostas implantadas mostram o despreparo dos arquitetos urbanistas e outros profissionais que atuam na área pública, privada e comunitária, quando estes estão presentes na obra.
Além desses fatores, o setor da construção civil no país é o que apresenta um dos menores índices de produtividade e conta com o agravante de possuir um enorme contingente de mão de obra desqualificada, o que, aliado às práticas inflacionárias e culturais, desencadeiam processos geridos pelo acaso e, às vezes, sob algum tipo de estimativa, mas nada que se aproxime de um planejamento considerado ideal.
O papel do arquiteto urbanista é de organizar o processo de construção do ambiente e isso torna-se mais importante que o projeto ou a direção de obra. O profissional, além de compreender o modo de vida dos usuários e suas relações sociais, precisa também conhecer o processo produtivo do ambiente assim como a sua dinâmica.
Com base nesses fatores e no que temos acesso hoje em nosso país, podemos concluir que uma articulação entre setor privado, público, profissionais qualificados e os usuários seria a melhor saída para produzir a eficácia social e a eficácia organizativa do processo de provisão habitacional.
É preciso perceber que a unidade habitacional relaciona-se de forma econômica e social com o meio urbano, e que a criação e o desenvolvimento de habitações com qualidade, atenderão às expectativas e necessidades individuais e coletivas de milhões de pessoas.

* Dados extraídos do Déficit Habitacional no Brasil/2000, elaborado pela Fundação João Pinheiro, BH, 2001