outubro 02, 2008

“Corrres na Arquiteturrra”

Projetar ambientes e suas sensações sem junto pensar sua coloração seria ignorar a percepção visual do usuário no espaço. As cores têm o potencial de nos guiar por esses espaços, nos relacionando e nos fazendo sentir o que ele tem pra nos transpassar. No entanto, temos visto por aí uma banalização das cores. Ambientes têm sido coloridos sem a mínima preocupação quanto ao contexto em que está inserido. O processo de escolha das cores não têm passado pelos traços culturais do lugar, nem mesmo pelo tipo de uso e muito menos por quem mais importa, os usuários do local que estarão ali vivenciando o espaço. O parâmetro que tem sido adotado para escolha das cores na arquitetura tem sido “o que ta na moda”. O cliente chega ao arquiteto querendo um projeto parecido com o da revista, usando cores estabelecidas para um outro tipo de cidadão. Daí surge o primeiro conflito arquiteto/cliente. O cliente diz que deseja as cores do projeto da revista; o arquiteto (que normalmente se acha o cara) explica que aquelas cores não cabem ao projeto por alguns fatores e aí o arquiteto tenta “empurrar goela abaixo” as já citadas cores preferidas dos arquitetos que dentre elas estão o preto, o branco e o vermelho. Para vocês não cometerem os mesmos erros e por eu não ter mais o que escrever sobre isso, segue abaixo o que algumas cores são capazes de fazer:
Os azuis - As tonalidades azuis simbolicamente associadas à imensidão do céu, às águas claras e à espiritualidade, provocam sensações refrescantes. São tons que permitem o relaxamento, alívio de tensões e a calma, mas as nuances devem ser cuidadosamente estudadas e dosadas, pois os excessos podem causar introversão e denotar tentativa de super controle dos sentimentos e da excitação.
Os amarelos - As tonalidades amarelas simbolicamente associadas à luz, ao sol, à consciência e à alegria de viver, transmitem a sensação de ambientes secos, o que pode ajudar a resolver problemas com a umidade nos ambientes. Também estão ligadas à idéia de nobreza; no oriente é a cor mais importante depois do vermelho; pela associação com a cor do ouro. Entretanto, o excesso de amarelo pode ter efeito catastrófico, pois podem denotar tendências excessivamente extrovertidas, que podem remeter a algo brega, de mau gosto. Aplicado apropriadamente pode indicar aspirações e ambições bem desenvolvidas.
Os laranjas - As tonalidades laranjas pertencem a um grupo intermediário entre os amarelos e os vermelhos. Estão ligados à idéia de vitalidade, alegria e energia.
Os vermelhos - O aspecto simbólico do vermelho está relacionado à força da vida, ao coração, ao erotismo, à nobreza, mas também, se usado em excesso, à instabilidade emocional e à agressividade.
Os verdes - As tonalidades de verde estão ligadas ao sentido de esperança, de vida e de sorte. O verde, por outro plano, é uma das cores mais perigosas de se trabalhar, uma vez que seu uso excessivo pode denotar tentativa de super controle das emoções e provocar sensações de repugnância e aversão. Todos nós buscamos estar próximo de pessoas e ambientes saudáveis. Por exemplo, as mulheres utilizam cosméticos para destacar a tonalidade rosada na pele, associada com saúde. A luz e a cor verde podem influenciar na percepção da cor da pele, e transmitir uma idéia de fobia, o que pode não facilitar uma proximidade entre as pessoas.
Os neutros - As tonalidades neutras, assim consideradas as cores pastéis, são muito usadas por quem não quer errar, pois podem ir bem a qualquer ambiente, mas podem transmitir uma idéia de insegurança, de alguém que não quis ousar.