setembro 16, 2009

Admirável mundo reinventado

Paul Virilio, filósofo e urbanista francês acredita que a capacidade de imaginação do homem começou a mínguar com a invenção e com o uso de equipamentos que potencializam a visão, e que o reconhecimento de um lugar jamais imaginado rompe a barreira da realidade e imaginação.
A partir deste pretexto podemos afirmar que com a invenção das máquinas após a revolução industrial começamos a criar um meio diferente de perceber e de conceber o mundo.
Tal mundo onde inexiste o espaço temporal, os limites éticos, não possui barreiras, é uma esfera intensificadora da alienação presente no modo de produção capitalista, na globalização mundial, na automação industrial que extermina os homens, na cultura dominante que impõe suas utopias ao mundo, na existência banida.
Porque necessitamos tanto de nos desconectarmos da realidade, utilizando e transformando esses aparatos tecnológicos em extensões de orgãos quase vitais à nossa sobrevivência?
Por que nos automatizamos a cada dia afim de absorver o máximo de informações?
Porque trespassamos e rompemos enormes distâncias, territórios em frações de segundos, anulando e subvertendo o espaço/tempo, distanciando-nos cada vez mais do corpo presente?
Podemos enxergar essas necessidades frequentemente renovadas, a adaptação aos meios de comunicação, aos avanços tecnológicos frisando o que declarou Paul Virilio: "O Homem sempre seguiu a lei do menor esforço."
Afogamos em um mundo onde não presenciamos os acontecimentos, não vivenciamos o tangível, ofuscamos e negamos nossa natureza.Transformamos nossa relação com os outros indivíduos em algo como o desprezo pelo que é, e sim pelo que se vê , sofrendo uma mutação sensorial de percepção.
Nós somos matéria, não descendemos de cópias de números binários ou cálculos matemáticos, não somos uma representação da realidade intangível extra-mente como afirma o filósofo francês Jean-Paul Sartre: "A existência precede e governa a essência".