setembro 17, 2009

Juan Domingues Jr.


Juan Domingues Jr.(Cobija, 17 de março de 1934) ex-combatente do exército boliviano.

Nasceu e cresceu em uma modesta vila pertencente à cidade de Cobija-BO, divisa com o Brasil. Oriundo de uma família simples, logo se alistou no exército.

Traçou um caminho diferente de seu pai: Juan Domingues (1903-1977) trabalhador do campo, nunca foi a uma guerra, nunca viu uma imagem de TV, mas gostava de Coca-Cola.

Como General serviu durante um governo militar que realizou uma política de reformas econômicas conservadoras, incluindo a reabertura das indústrias de minas de estanho. Nessa época se viu forçado a lidar com os movimentos guerrilheiros atuantes nas regiões montanhosas, capturando em um dos campos de batalha no ano de 1967 o guerrilheiro Ernesto Che Guevara. Após a captura, conseqüentemente cuidou pessoalmente de sua execução.

Hoje, já aposentado com uma coleção ínfima de medalhas de honra ao mérito, Juan Domingues Jr. ainda usa seu uniforme de combatente orgulhosamente. Ainda carrega seu primeiro aparelho de TV, comprado em 1981, por todas as constantes viagens que faz em seu carro espaçoso, nada compacto, por sua tão amada Bolívia. Nunca teve filhos, não se casou, dedicou sua vida à sua pátria.

Orgulha-se ao falar com destreza de toda a programação da principal emissora de TV boliviana. É apaixonado até pelas tele-novelas brasileiras. Apesar de ser entendido de futebol, torcedor do The Strongest de La Paz, não viu Pelé jogar ao vivo nem pela sua TV. Fala com propriedade do atentado terrorista do 11 de setembro e da recente Guerra do Iraque. Parou de fumar aos 30, não bebe cerveja. Também gosta de Coca-Cola. Não gosta muito de hambúrguer, exceto os da McDonalds. Odeia fazer compras. Ouve muito rock’ n roll, embora não saber qual era o nome do principal integrante dos The Beatles. Diz gostar de arte clássica, mas não conhece arte contemporânea. Sempre quis ir à Paris e subir ao topo da torre Eiffel.

Quase não fica em casa, tem poucos amigos, apesar da aparente solidão nunca se sentiu só.

Juan Domingues Jr. adora TV.


A história do personagem relatado no texto acima é puramente fictícia.


Cícero Menezes