novembro 28, 2006

Domesticidade

Todos os seres vivos seja animal, vegetal, vírus ou bactéria, possuem um ciclo típico de vida, em que sempre se tem como objetivo a procriação de sua espécie. O que leva grande parte dos seres vivos a viverem de maneira organizada por meio de comunidades, buscando sustento e local com condicionantes favoráveis a sua sobrevivência, dessa maneira desenvolvem um certo tipo de sociedade, onde juntos realizam as atividades necessárias para sobrevivência de todos, no qual são realizadas modificações espaciais necessárias para sua sobrevivência, construção de seus abrigos, suas “casas”.

Assim a natureza procura viver sempre em harmonia, funcionando como uma “balança” sempre equilibrada, ou pelo menos é como deveria funcionar, porque mesmo que os integrantes de uma determinada espécie possuam em sua cadeia alimentar uma outra espécie, suas atividades são sempre para a sua sustentação e nunca predatória, nunca com o intuito de extermínio, mas de sobrevivência, a final sabem, inconscientemente, que todos são interdependentes.

Paradoxalmente acredita-se que o ser humano seja o animal com maior capacidade de raciocínio, talvez pelo seu conhecimento e seu domínio dos demais recursos naturais, e também o maior predador direto ou indireto das demais espécies. Se pararmos para analisar a relação do homem com o espaço e os demais habitantes (animais de diferentes espécies) em que nele se encontram, seja em qualquer local de uma cidade qualquer ou de um vilarejo qualquer, observaremos o quão impressionante é a capacidade humana de domesticação ( segundo o dicionário: capacidade de domar, de torna dócil, civilizar) quer seja espacial ou animal, e que vem acontecendo de maneira devastadora, desenfreada e incontrolável. Talvez isso ocorra pelo principal diferencial que existe entre a espécie humana e as demais espécies, que é a vontade de DOMINAR, a obsessão pelo PODER e CONTROLE de todas as coisas. O que vem tornando cada vez mais complexo o contexto dos espaços habitados pelo homem, onde o meio natural se confunde com o meio civilizado, onde nunca sabemos ao certo se aquele espaço é realmente natural, nativo ou artificial, reproduzindo pelo homem, e capaz de confundir até mesmo os demais animais.

Isso vem acontecendo desde que alguns da espécie humana observaram que a “balança natural” está cada vez mais desequilibrada, devido às alterações provocadas pela civilização, pela domesticação dos espaços e seus habitantes, e com isso vêm procurando encontrar soluções, “contrapesos” para equilibrar a balança novamente. Será possível que isso aconteça?