março 20, 2007

Ctrl c / Ctrl v

Meses atrás recebi uma proposta de um cliente, que havia construído e vendido 5 moradias geminadas e agora pretendia construir outras seis, também para vender. Ele disse que queria fazer uma construção bem enxuta, sem desperdício de material ou área, que lhe proporcionasse um bom lucro e que tinha umas idéias na cabeça.
Pedi para que expusesse melhor o que estava pretendendo.Ele desenrolou duas folhas em A3 coloridas e me mostrou algumas plantas humanizadas, perspectivas em 3d e até um corte. Me disse em seguida que queria aquele projeto implantado no seu terreno, no formato adequado para aprovação na prefeitura e também os projetos complementares: elétrico, telefônico, hidráulico e estrutural. Por quanto você me entrega o pacote fechado? Perguntou-me em seguida.
Espantado, perguntei-lhe: Onde conseguiu isto? Na internet. Como assim, na internet? Num site de uma empresa em São Paulo, que vende estas moradias, é só baixar as imagens. Examinei-as bem, tinham uma ótima resolução e lhe disse que, para o que estava procurando, realmente era uma boa solução e indiquei o escritório de um engenheiro que lhe forneceria o tal “pacote” a um preço bem camarada.
Depois que o cliente foi embora, fiquei pensando: se não tenho interesse nem paciência para tentar produzir projetos para “casa de madame”, então não existe mercado para projetar nenhum tipo de moradia, pois para as classes sociais mais baixas, cujo custo é o fator principal, já está tudo resolvido, devem existir centenas de modelos, para os mais diferentes tipos de terrenos, é só procurar e baixar. Se, por teimosia, eu ainda quiser trabalhar com projetos residenciais, qual seria a saída? Vender os tais “pacotes”? É o que muitos estão fazendo, mas a concorrência está muito grande, quase não vale a pena, a não ser que eu pudesse vender em larga escala, a nível nacional, usando a internet...Bobeira, aí entra a burocracia com os códigos diferentes em cada município e, além do mais, rapidamente iriam piratear meus pacotes e oferecê-los a preço de banana.
Pensando bem, não tem jeito, com o acesso cada vez mais fácil à mídia e à TI é melhor procurar outros modos de trabalhar e ganhar dinheiro ou então ir me acostumando com os “fru-frus” e os “chiliques” das madames.

4 Comments:

Blogger Débora said...

AÍ Deon,,gostei da história,kkk
isso mesmo que tá acontecendo e o pior de tudo tem gente estapeando pra vender pacote e ficar de fru fru com madames mesmo.. acho que devemos procurar novas alternativas mesmo senão nem imagino.

9:37 PM  
Blogger deon said...

Quem ta de fru fru pelo menos ta ganhando grana, ne? mas num tenho saco pra isto não. Também se tivesse nem conseguiriria entrar, é um mercado muito fechado..

9:50 PM  
Blogger Amanda Machado said...

É que esta acontecendo está... mas acho que a solução do problema é outra.... o mercado esta fechado para os mesmos serviços disponibilizados, mas sempre esta disponível para novas propostas e novos projetos. A dificuldade maior esta ai... em criar o tal produto diferenciado.. é o que a Debora falou mesmo....mas fazer pacotes ou projetos para madames para mim passar por questões similares... a questão é bem mais ampla....

10:08 AM  
Blogger tiago d. carvalho said...

Obrigado pela dica Deon!
Com certeza vai ser muito útil, sempre passa algum errinho despercebido.
Valeu!

12:58 PM  

Postar um comentário

<< Home