agosto 21, 2008

Espaço Urbano...

Limpo, sujo, público, privado, fluido, congestionado, construído, desconstruído, amável, detestável, grande, pequeno, frio, quente, seguro, perigoso, confortável, incômodo...

Este espaço, ao qual chamamos urbano, pode-se apresentar de diversas maneiras através de sua forma, função e uso. A cada ser ele se apresenta de uma maneira distinta, sendo definido pela vivência e experiência que se faz ali.

Uma praça, por exemplo, se configura como salão de jogos quando vou para jogar uma partida de dama com os amigos. Utilizo apenas um pequeno espaço, o que faz com que ela se torne grande para mim. Configura-se como palco quando um espetáculo é apresentado ali, e talvez se torne pequena para a gama de pessoas. Configura-se como uma casa ao abrigar um mendigo, tornando para ele fria, e embora seja um espaço público, o banco é sua “propriedade privada”. Configura-se como parque de diversões quando uma criança se diverte, correndo e pulando, porém a mãe o vê como espaço desapropriado e perigoso para tal. Configura-se como o local de trabalho de um vendedor ambulante, etc... E assim podemos continuar, dando inúmeras funções para um espaço urbano, que inicialmente não foi pensado para ser agregador de tantos usos.

Um dos maiores erros que nós como arquitetos cometemos, é projetar espaços com usos e funções limitadas. Quanto mais o tempo passa, mas dinâmicos se tornam os lugares e cada um deles vão agregando ainda mais funções, e a tecnologia tem sido um dos fatores mais agravantes nessa questão, pois muitas vezes transporta a vivência do real para o virtual, descaracterizando assim o espaço físico.

Diante de tais questões, nossa função é unir a nossa técnica e sabedoria ao cotidiano urbano, para assim criarmos lugares flexíveis, dinâmicos e anti-estáticos, possíveis de serem fisicamente vividos, transformar um lugar urbano em um espaço urbano, fazer com que tais espaços que sejam definidos muito mais pela experiência que compartilham do que pelo físico em que se apresentam.