agosto 20, 2008

Este chamado espaço urbano...

Seria apropriado conhecer bem este chamado espaço urbano, para que entendendo-o, pudéssemos opinar, definir, criticar e/ou [re]construir. Seria...
Mas não é, porque o espaço urbano pode ser qualquer um.

O espaço continua a existir mesmo que ali não haja ação, vida. Mas o espaço urbano sim, só existe enquanto presenciando e usado.

Por ser qualquer um, o que define o lugar é a ação que nele ocorre. Sala de aula só é sala de aula porque as aulas ocorrem ali. E se acontecessem no corredor, no pátio, no bosque? Onde estaria a sala de aula então?

Pensando assim seria fácil dizer que as pessoas é quem fazem os lugares, e não o lugar que faz as pessoas. Mas até onde o espaço construído não influencia nas ações? O lugar também pode fazer as pessoas?

Alguns arquitetos acreditam que sim. Projetar e construir para que seu espaço sustente ações pré-definidas. Mas nem sempre, e na maioria das vezes não é isso o que ocorre. As apropriações e as remodelagens acontecem a partir do momento que aquele espaço construído já não é o ideal ou mais cômodo para quem usa.

Tentamos fugir de um urbanismo racional, mas procuramos observar outros modelos de apropriação e usos para projetar. Contraditório, já que a cópia pode não ser, e provavelmente não será usada como a original, já que o tempo passa, e as pessoas e suas ações cotidianas se modificam.

Acredito que o equilíbrio deva existir entre os dois extremos. Casar o projeto com seus possíveis usos reais, e ainda permitir possibilidades de modelagens espontâneas. Mas como prever? Como então pensar num espaço urbano que sustente as ações que vão ocorrer ali, sem cercar possibilidades de mudanças? Qual é a fórmula? Existe fórmula?

Cinco anos ou mais dentro de um curso de Arquitetura e Urbanismo é capaz de nos preparar para ser a charneira desse tema? Acho que não! E onde encontrar as respostas?
...no chamado espaço urbano... eu acho...
Lanara.Raone
20.08.08